sexta-feira, 19 de maio de 2023

Preparemos a Festa da Ascensão do Senhor (06/05)

Preparemos a Festa da Ascensão do Senhor

Reflitamos o Sermão do Papa São Leão Magno (séc. V), sobre os dias entre a Ressurreição e a Ascensão do Senhor.

“Caríssimos filhos, os dias entre a Ressurreição e a Ascensão do Senhor não foram passados na ociosidade. Pelo contrário, neles se confirmaram grandes Sacramentos, grandes Mistérios foram neles revelados.

No decurso destes dias foi afastado o medo da morte cruel e proclamada a imortalidade não apenas da alma, mas também do corpo. Nestes dias, mediante o sopro do Senhor, todos os Apóstolos receberam o Espírito Santo; nestes dias foi confiado ao Apóstolo Pedro, mais que a todos os outros, o cuidado do rebanho do Senhor, depois de ter recebido as chaves do Reino.

Durante esses dias, o Senhor juntou-Se, como um terceiro companheiro, a dois discípulos em viagem, e para dissipar as sombras de nossas dúvidas repreendeu a lentidão de espírito desses homens cheios de medo e pavor. Seus corações, por Ele iluminados, receberam a chama da fé; e à medida que o Senhor ia lhes explicando as Escrituras, foram se convertendo de indecisos que eram em ardorosos.

E mais: ao partir o Pão, quando estavam sentados com Ele à mesa, abriram-se-lhes os olhos. Abriram-se os olhos dos dois discípulos, como os dos nossos primeiros pais. Mas quão mais felizes foram os olhos dos dois discípulos ante a glorificação da própria natureza, manifestada em Cristo, do que os olhos de nossos primeiros pais ante a vergonha da própria prevaricação!

Durante todo esse tempo, caríssimos filhos, passado entre a Ressurreição e a Ascensão do Senhor, a providência de Deus esforçou-se por ensinar e insinuar não apenas aos olhos, mas também aos corações dos Seus que a Ressurreição do Senhor Jesus Cristo era tão real como o seu Nascimento, Paixão e Morte.

Os Santos Apóstolos e todos os discípulos ficaram muito perturbados com a tragédia da Cruz e hesitavam em acreditar na Ressurreição. De tal modo eles foram fortalecidos pela evidência da verdade que, quando o Senhor subiu aos céus, não experimentaram tristeza alguma, mas, pelo contrário, encheram-se de grande alegria.

Na verdade, era grande e indizível o motivo de sua alegria: diante daquela santa multidão, contemplavam a natureza humana que subia a uma dignidade superior à de todas as criaturas celestes, ultrapassando até mesmo as hierarquias dos Anjos e a altura sublime dos Arcanjos. Deste modo, foi recebida junto do eterno Pai, que a associou ao trono de Sua glória, depois de tê-la unido na pessoa do Filho à Sua própria natureza  divina.”

Vivendo intensamente o Tempo Pascal, iluminados pela Palavra divina ricamente proclamada em cada Eucaristia, enriquecidos pelo transbordamento da alegria Pascal, damos passos decisivos para melhor celebrarmos a Festa da Ascensão, que é a Festa de nossa missão evangelizadora.

Alegremo-nos no Senhor, pois a sua missão a nós foi confiada.
Portanto, Sua missão é a nossa missão.
Aleluia!

PS: Liturgia das Horas – páginas 807-808 - Volume II

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG