Pentecostes: a efusão do Espírito Santo
No dia de
Pentecostes, a Páscoa de Cristo se completou com a efusão do Espírito Santo que
Se manifestou, Se deu e Se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude,
Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito (At 2,33-36).
Neste dia, revelou-Se plenamente a
Santíssima Trindade, e a partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo
abriu-se aos que n'Ele creem.
Na humildade da carne e na fé, eles
participam já na comunhão da Santíssima Trindade.
Pela vinda do Espírito, que não cessará
jamais, faz entrar no mundo nos «últimos tempos», no tempo da Igreja, no Reino
já herdado, mas ainda não consumado:
«Nós
vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontrámos a verdadeira
fé: adoramos a Trindade indivisível, porque foi Ela que nos salvou» (Liturgia
Bizantina).
De
fato, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, «reunidos no
mesmo lugar» (At 2,1), enquanto O esperavam, «todos [...]
perseveravam unânimes na oração» (At 1,14),
e é Ele que vai ensinar a Igreja e recordar tudo quanto Jesus disse (Jo 14,26)
vai também formá-la na vida de oração.
Vejamos quem é o Espírito Santo e a finalidade de Sua
Missão.
O
Espírito Santo é «o princípio de toda a ação vital e verdadeiramente salvífica em
cada uma das diversas partes do Corpo» (Pio
XII, e realiza, de múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade
(Ef 4,16):
- pela Palavra de Deus, «que tem o poder
de construir o edifício» (At 20, 32);
- mediante
o Batismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo (1 Cor 12,13);
- pelos sacramentos, que fazem crescer e curam
os membros de Cristo;
- pela
«graça
dada aos Apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons» (Lumen Gentium n.7);
- pelas
virtudes que fazem agir segundo o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais
(chamadas «carismas») pelos quais Ele torna os fiéis «aptos e disponíveis para
assumir os diferentes cargos e ofícios proveitosos para a renovação e cada vez
mais ampla edificação da Igreja» (Lumen Gentium 12).
Quanto
à finalidade, a missão do Espírito Santo em toda a ação litúrgica é nos colocar
em comunhão com Cristo, para formarmos o Seu corpo.
Deste
modo, o Espírito Santo é como que a seiva da Videira do Pai, que dá fruto nos ramos
(Jo 15,1-17; Gl 5,22); e é na liturgia, que se realiza a mais íntima cooperação
do Espírito Santo com a Igreja, pois o Espírito de comunhão, permanece
indefectivelmente na Igreja, e é por isso que a Igreja é o grande sacramento da
comunhão divina que reúne os filhos de Deus dispersos.
Assim
acontece, e o fruto do Espírito na liturgia é, inseparavelmente, comunhão com a
Santíssima Trindade e comunhão fraterna (1 Jo 1,3-7), e epiclese é também oração pelo pleno efeito da comunhão da assembleia no
mistério de Cristo.
Concluindo, «A graça
de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo»
(2 Cor 13, 13) devem
estar sempre conosco para dar frutos, para além da celebração eucarística.
Como
Igreja, é fundamental que peçamos ao Pai que envie o Espírito Santo, para que
faça da vida dos fiéis uma oferenda viva para Deus pela transformação
espiritual à imagem de Cristo, pela preocupação com a unidade da Igreja e pela
participação na sua missão, mediante o testemunho e o serviço da caridade, como
Igreja Sinodal que somos, caminhando sempre juntos, com a presença e a ação do
Espírito Santo.
Fontes: Parágrafos do Catecismo da Igreja Católica – nn.731-732; 798; 1108-1109; 2623
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