sexta-feira, 26 de maio de 2023

Pentecostes: a efusão do Espírito Santo (19/05)

 


Pentecostes: a efusão do Espírito Santo

No dia de Pentecostes, a Páscoa de Cristo se completou com a efusão do Espírito Santo que Se manifestou, Se deu e Se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito (At 2,33-36).

Neste dia, revelou-Se plenamente a Santíssima Trindade, e a partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abriu-se aos que n'Ele creem.

Na humildade da carne e na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade.

Pela vinda do Espírito, que não cessará jamais, faz entrar no mundo nos «últimos tempos», no tempo da Igreja, no Reino já herdado, mas ainda não consumado:

«Nós vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontrámos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, porque foi Ela que nos salvou» (Liturgia Bizantina).

De fato, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, «reunidos no mesmo lugar» (At 2,1), enquanto O esperavam, «todos [...] perseveravam unânimes na oração» (At 1,14), e é Ele que vai ensinar a Igreja e recordar tudo quanto Jesus disse (Jo 14,26) vai também formá-la na vida de oração.

Vejamos quem é o Espírito Santo e a finalidade de Sua Missão.

O Espírito Santo é «o princípio de toda a ação vital e verdadeiramente salvífica em cada uma das diversas partes do Corpo» (Pio XII, e realiza, de múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade (Ef 4,16):

- pela Palavra de Deus, «que tem o poder de construir o edifício» (At 20, 32);

- mediante o Batismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo (1 Cor 12,13);

-  pelos sacramentos, que fazem crescer e curam os membros de Cristo;

- pela «graça dada aos Apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons» (Lumen Gentium n.7);

- pelas virtudes que fazem agir segundo o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas «carismas») pelos quais Ele torna os fiéis «aptos e disponíveis para assumir os diferentes cargos e ofícios proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja» (Lumen Gentium 12).

Quanto à finalidade, a missão do Espírito Santo em toda a ação litúrgica é nos colocar em comunhão com Cristo, para formarmos o Seu corpo.

Deste modo, o Espírito Santo é como que a seiva da Videira do Pai, que dá fruto nos ramos (Jo 15,1-17; Gl 5,22); e é na liturgia, que se realiza a mais íntima cooperação do Espírito Santo com a Igreja, pois o Espírito de comunhão, permanece indefectivelmente na Igreja, e é por isso que a Igreja é o grande sacramento da comunhão divina que reúne os filhos de Deus dispersos.

Assim acontece, e o fruto do Espírito na liturgia é, inseparavelmente, comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna (1 Jo 1,3-7), e epiclese é também oração pelo pleno efeito da comunhão da assembleia no mistério de Cristo.

Concluindo, «A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo» (2 Cor 13, 13) devem estar sempre conosco para dar frutos, para além da celebração eucarística.

Como Igreja, é fundamental que peçamos ao Pai que envie o Espírito Santo, para que faça da vida dos fiéis uma oferenda viva para Deus pela transformação espiritual à imagem de Cristo, pela preocupação com a unidade da Igreja e pela participação na sua missão, mediante o testemunho e o serviço da caridade, como Igreja Sinodal que somos, caminhando sempre juntos, com a presença e a ação do Espírito Santo.

 

Fontes: Parágrafos do Catecismo da Igreja Católica – nn.731-732; 798; 1108-1109; 2623

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