quarta-feira, 24 de maio de 2023

O Espírito Santo age e faz (Pentecostes) (14/05)

O Espírito Santo age e faz

Sejamos enriquecidos com estas palavras do Bispo São Basílio Magno (séc. IV) sobre o Espírito Santo, na preparação da Festa de Pentecostes, e com ela o nascimento da Igreja, com o envio do Espírito Santo para conduzi-la e animá-la:

“Pensas na ‘criação’? Pergunta são Basílio;
Ela foi obra do Espírito Santo que consolidava e enfeitava os céus.

Pensas na ‘vinda de Cristo’?
O Espírito Santo a preparou e depois, na plenitude dos tempos, a realizou descendo em Maria.

Pensas na ‘formação da Igreja’?
Ela é obra do Espírito Santo.

Pensas na ‘parusia’?
O Espírito Santo não estará ausente nem então, quando os mortos surgirem da terra e revelar-se-á do céu o nosso Salvador.”   (1)

Contemplemos a ação do Espírito Santo:

Desde a criação, quando nada existia, o Espírito sempre existiu na mais perfeita e bela comunhão com o Pai e o Filho, pelo qual tudo foi criado.

Também o Espírito Santo conduziu nossos pais na fé, os patriarcas, reis e Profetas, que prepararam a vida do Redentor da Humanidade.

É este mesmo Espírito Santo, que agindo em Maria, a fez gerar e formar Cristo em si, para que Ele Se fizesse presente no meio da humanidade. Nela o Verbo Se fez Carne, pela ação do Espírito Santo, como nos falam os Evangelhos, e assim cremos.

O Espírito Santo que sempre esteve presente na missão de Jesus, como Ele mesmo nos revelou dizendo:

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar  a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,16-21).

E assim agiu o Espírito Santo, sempre presente na vida do Filho, para que, na mais perfeita comunhão com o Pai, realizasse o Plano de Salvação da humanidade.

O Espírito com Jesus também estava no momento ápice da missão, seja no ápice da agonia da alma, vivido no Horto das Oliveiras, seja no flagelo, no ápice da agonia do corpo, chagado, torturado por amor de nós, até o fim, quando na Cruz diz – “Pai em Tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23,46).

E o Pai enviou em Seu nome o Espírito da Verdade prometido, o Paráclito, o Defensor, para assistir a Igreja em sua missão de anunciar o Evangelho a toda humanidade e a todo o mundo.

Uma Igreja que nasce com a missão do “envio” não poderia levar adiante esta missão, se não lhe fosse enviado o Espírito Santo, como celebramos em Pentecostes, comunicando a ela a riquezas dos sete dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor.

E assim, conduzidos pelo Espírito Santo, caminhamos rumo à eternidade, sempre suplicando que Ele venha iluminar as veredas por onde caminhamos, sobretudo quando elas se tornam escuras, para que não nos percamos da meta a ser alcançada; que não esmoreçamos na fé, para que como Igreja, continuemos a serviço do Reino.

Que movidos e conduzidos pelo Espírito, as obras de caridade nos acompanhem; que como eternos aprendizes de Sua linguagem do Amor, nos capacitemos para o diálogo de amor na eternidade: céu. Amém.


(1) São Basílio, De Spiritu Sancto, 16-19. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG