quinta-feira, 3 de julho de 2025
“Meu Senhor e meu Deus”
São Tomé viu e tocou as chagas gloriosas do Senhor
“O coro dos Apóstolos Vos louva, Senhor!”
A primeira aclamação, ou seja, o primeiro louvor ao Senhor: pela Mesa do Seu Corpo e Sangue, que recebemos por intermédio dos Apóstolos, somos alimentados e vivemos.
O último louvor ao Senhor é feito pelos Sacramentos do Batismo e da Penitência confiados aos Apóstolos, pelos quais somos lavados de todo o pecado.
Com Tomé digamos: “Meu Senhor e meu Deus”.
A experiência vivida por Tomé não foi exclusiva das primeiras testemunhas do Ressuscitado, e pode ser vivida por todos os cristãos de todos os tempos.
As cicatrizes do Ressuscitado
As cicatrizes do Ressuscitado
Sejamos enriquecidos por este trecho do Sermão de Santo Agostinho (séc. V), para melhor compreensão da passagem do Evangelho de João (Jo 20,19-31):
“Não lhes bastou vê-Lo com os próprios olhos: quiseram apalpar com as mãos seu corpo e as cicatrizes das feridas recentes; até o ponto de que o discípulo que tinha duvidado, tão prontamente como tocou e reconheceu as cicatrizes, exclamou: ‘Meu Senhor e Meu Deus!’ Aquelas cicatrizes eram as credenciais d’Aquele que tinha curado as feridas dos demais.
O Senhor não podia ressuscitar sem as cicatrizes? Sem dúvida, mas sabia que no coração de seus discípulos ficavam feridas que haveriam de ser curadas pelas cicatrizes conservadas em seu corpo. E o que respondeu o Senhor ao discípulo que, reconhecendo-O por seu Deus, exclamou: meu Senhor e meu Deus’? Disse-lhe: ‘Crestes porque me vistes? Bem-aventurados os que creram sem terem visto’....” (1)
Como discípulos missionários do Senhor, façamos nossa profissão de fé no Cristo glorioso, Ressuscitado, e sejamos os bem-aventurados que creem sem nunca terem visto o Senhor.
O Círio Pascal, que acendemos na Vigília Pascal, lembra-nos que Jesus Cristo Ressuscitado é o princípio e o fim (Alfa e ômega), o mesmo ontem e hoje, e a Ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder, pelos séculos sem fim.
Contemplemos as Chagas Gloriosas do Senhor, suas credenciais, as cicatrizes de Seu corpo glorioso, como nos falou o bispo, e sejam elas a cura de nossas feridas de nomes diversos.
Contemplando as Chagas Gloriosas do Senhor, revigorados na fé, fortalecidos na esperança, sejamos inflamados na caridade, comprometidos com quem padece as chagas no corpo, como a fome, abandono, exilados de suas terras e raízes...
Com Tomé, também digamos – “Meu Senhor e Meu Deus”, e como Tomé, que derramou seu sangue por amor ao Senhor, tenhamos a coragem para ser testemunhas do Ressuscitado. Amém. Aleluia
Enviados em missão... (XIVDTCC)
Pelo Batismo todos somos chamados a anunciar a alegria do Reino de Deus, não obstante as dificuldades que possam surgir.
Paulo: um Apóstolo apaixonado por Cristo (XIVDTCC)

Alegria na missão (XIVDTCC)
Missão, uma resposta de amor ao Senhor (XIVDTCC)
Missão, uma resposta de amor ao Senhor
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 10,1-9), sobre o envio que Jesus faz aos Seus discípulos e as exigências da missão evangelizadora: é missão do discípulo ser portador da paz, da vida e da esperança de um mundo novo, como também foi a missão dos profetas, como vemos na passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 66, 10-14c).
O Profeta, mesmo numa situação difícil, em que o Povo de Deus se encontrava (martirizado, sofrido e angustiado), tem palavras de confiança e esperança.
Apresenta a ação divina com imagens de fecundidade e vida: somente Deus pode oferecer ao Seu povo o “shalom”, ou seja, saúde, fecundidade, prosperidade, amizade com Ele e com os outros, a felicidade total.
O Profeta tem sempre uma palavra que convida à alegria. Deus age por meio dele. Também nós somos Profetas, a voz de Deus num mundo também marcado pelo sofrimento, angústia, dores, prantos e morte.
Ontem e hoje, vivendo a vocação profética, somos convidados a superar o medo e a angústia e sentir a presença e a força de Deus conosco, não nos curvando diante dos temores que nos paralisam.
Deste modo, compreendemos a mensagem do Evangelho: somos continuadores da missão de Jesus, e pelo Batismo, chamados a anunciar a alegria do Reino de Deus, não obstante as dificuldades que possam surgir.
O comentário do Missal Dominical é enfático ao afirmar: “... Não há missão sem perseguição, sem sofrimento e sem Cruz.
A Cruz pelo Reino de Deus, aceita com amor, é o sinal da vitória sobre o mal e a morte...
O que o Senhor nos pede é a fidelidade a Ele, à Sua mensagem e ao Seu estilo de anúncio. Não nos garante o êxito” (pp. 1169-1170).
Jesus envia 72 discípulos, de dois em dois, pois a ação é comunitária, e apresenta a eles algumas exigências e advertências:
- Haverá dificuldades;
- Viverão a pobreza, confiando tão apenas na providência divina;
- Crerão na força libertadora da Palavra de Deus;
- Viverão a urgência da missão (não pode haver perda de tempo);
- Dedicarão totalmente à missão;
- Serão portadores da paz;
- Combaterão contra o mal que se contrapõe ao Reino de Deus;
- Exultarão de alegria por terem os nomes inscritos no céu, no Livro da Vida.
Urge que o discípulo missionário confie na Palavra e providência de Deus, com desprendimento, coragem, ousadia e paixão por Ele, carregando a cruz cotidiana. Somente Cristo interessa para nossa Salvação, de modo que nossa identificação com Ele se dará na intensidade que amarmos como Ele nos ama.
Neste sentido, Paulo, na passagem na Carta aos Gálatas, exorta a comunidade ao testemunho radical do Senhor, e como discípulos missionários, assumirmos nossa cruz, na qual devemos nos gloriar, para que nos tornemos novas criaturas e alcancemos a glória eterna (cf. Gl 6, 14-18).
Reflitamos:
- Qual é a nossa fidelidade à missão que Deus nos confia?
- Quanto nos empenhamos para que percebam em nós a alegria da chegada do Reino de Deus?
- Somos, de fato, prisioneiros do mais belo Amor, Jesus Cristo, marcados pelo sinal da Cruz, com expressão do amor radical, da liberdade, da vida, doação e serviço?
- Como viver mais intensamente a missão que Deus nos confia com plena doação, entrega e fidelidade?
Concluo com a afirmação do Papa São Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente a um grupo de leigos, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”
Partícipes das Mesas Sagradas do Senhor, sejamos iluminados e fortalecidos por Sua Palavra, e revigorados pelo Pão da Imortalidade, para continuarmos com coragem, alegria e fidelidade a missão que Ele nos confia. Amém.
Creio na Igreja santa, uma, católica e apostólica (XIVDTCC)
Creio
na Igreja santa, uma, católica e apostólica
Sejamos
enriquecidos pelo Tratado escrito por Tertuliano (séc. III), sobre a prescrição
dos hereges:
“Cristo
Jesus, nosso Senhor, durante a sua vida terrena, por Si mesmo ensinava em toda
parte quem Ele era, o que tinha sido eternamente, qual era o desígnio do Pai
que Ele realizava no mundo, qual deve ser a conduta do homem para que seja
conforme a este mesmo desígnio; e algumas vezes o ensinava abertamente ao povo,
outras à parte aos seus discípulos, principalmente aos doze que tinha escolhido
para que estivessem junto d’Ele, e aqueles que tinha destinado como mestre das
nações.
E
assim, depois da apostasia de um deles, quando estava para voltar ao Pai, apos
sua ressurreição, ordenou aos outros onze que fossem pelo mundo para ensinar aos
homens e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Os
apóstolos – palavra que significa ‘enviado’ -, depois de terem escolhido Matias
lançando as sortes, para substituir a Judas e assim completar o número doze –
apoiados para isto na autoridade de uma profecia contida em um salmo de Davi -,
e depois de terem obtido a força do Espírito Santo para falar e realizar
milagres, como o havia prometido o Senhor, primeiramente na Judeia deram
testemunho da fé em Jesus Cristo e ali instituíram Igrejas, depois foram pelo
mundo para proclamar às nações os mesmos ensinamentos e a mesma fé.
De
maneira semelhante continuaram fundando Igrejas em cada povoação, de forma que
as demais Igrejas fundadas posteriormente, para serem verdadeiras Igrejas,
tomaram e seguem tomando daquelas primeiras Igrejas o rebento de sua fé e a
semente de sua doutrina. Por isto também aquelas Igrejas são consideradas
apostólicas, enquanto descendentes das Igrejas apostólicas.
É
norma geral que todo objeto deve ser referido a sua origem. E, por isto, toda a
multidão de Igrejas são uma com aquela primeira Igreja fundada pelos apóstolos,
da qual procedem todas as outras.
Neste
sentido são todas primeiras e todas apostólicas, enquanto que todas juntas
formam uma só.
Desta
unidade são prova a comunhão e a paz que reinam entre elas, assim como a sua
mútua fraternidade e hospitalidade. Tudo o qual não tem outra razão de ser que
sua unidade em uma mesma tradição apostólica.
A
única maneira segura de saber o que foi pregado pelos apóstolos, ou seja, o que
Cristo lhes revelou, é o recurso às Igrejas fundadas pelos próprios apóstolos,
aquelas que ensinaram de viva voz e, mais tarde, por carta.
O
Senhor tinha dito em certa ocasião: Muitas
coisas me restam por dizer-vos, porém não podeis suportá-las agora; mas
acrescentou em seguida: quando vier o
Espírito da verdade, Ele vos guiará até a verdade plena.
Com
estas palavras demostrava que nada lhes era oculto, já que lhes prometia que o
Espírito da verdade lhes daria o conhecimento da verdade plena. E cumpriu esta promessa, já sabemos pelos Atos dos
Apóstolos que o Espírito Santo realmente desceu sobre eles.” (1)
Tertuliano
nos fala do início das primeiras comunidades em sua solidificação como Igreja
apostólica, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Continuamos
hoje esta missão como Igreja que somos, na promoção e fortalecimento da
comunhão fraterna, na alegre acolhida e hospitalidade, como ficou marcado o
pontificado do Papa Francisco (2013-2025).
Roguemos a Deus para que o Papa Leão XIV, na condução da Igreja,
tenha a sabedoria e as luzes do Espírito para nos confirmar na unidade e na
tradição apostólica.
Professemos
nossa fé:
“Creio
em Deus Pai todo-poderoso... creio na Santa Igreja Católica...”
(1)
Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág.
673-674
Em poucas palavras (XIVDTCC)
“Os
caminhos da missão”
“Os caminhos da missão. «O protagonista de
toda a missão eclesial é o Espírito Santo» (São João Paulo II). É Ele que
conduz a Igreja pelos caminhos da missão. E esta «continua e prolonga, no
decorrer da história, a missão do próprio Cristo, que foi enviado para anunciar
a Boa-Nova aos pobres.
É, portanto, pelo mesmo caminho seguido por
Cristo que, sob o impulso do Espírito Santo, a Igreja deve seguir, ou seja,
pelo caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si mesma
até à morte – morte da qual Ele saiu vitorioso pela ressurreição» (Vaticano II –
Ad Gentes). É assim que «o sangue dos mártires se torna semente de cristãos» (Tertuliano).”(1)
(1)
Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 852
Nem sábios, nem ricos, nem poderosos... (XIVDTCC)
Creram e testemunharam Aquele que depois permaneceu vivo e Ressuscitado no Banquete da Eucaristia, cuja Palavra faz arder o coração, e o Pão partilhado faz abrir os olhos para o reconhecimento de Sua Divina presença, como o fez ao se manifestar aos discípulos de Emaús, e cada vez que nos reunimos para o Banquete Celestial.
Agora é o tempo favorável de nossa missão, com a força e a presença do Espírito Santo, continuar a missão de Jesus Cristo, a nós confiada, participando humildemente da construção do Reino de Deus.