Glorifiquemos o nome de Deus
Com o comentário sobre Ageu, escrito pelo
bispo São Cirilo de Alexandria séc. V), refletimos sobre o nome de Deus, que é
glorificado entre todas as nações.
“Por ocasião da vinda de nosso Salvador, o
templo se manifestou sem comparação mais glorioso e mais divino, mais ilustre e
excelente do que o antigo.
Assim o julga quem percebe a diferença entre
o culto da religião da lei e o culto evangélico de Cristo, e entre a realidade
e sua sombra.
A este respeito creio poder dizer o seguinte.
Existia um só templo, unicamente, em Jerusalém, e um único povo, o israelita,
ali oferecia sacrifícios. Todavia, depois que o Unigênito, sendo o Deus e Senhor
que resplandeceu para nós (Sl 117,27), conforme a Escritura, Se
tornou semelhante a nós, o restante do orbe da terra encheu-se de casas santas
e de inumeráveis adoradores que honram com incenso e sacrifícios espirituais o
Deus do universo.
Foi isto que, segundo me parece, predisse
Malaquias, falando em nome de Deus: Porque sou Eu o grande rei, diz o Senhor, e meu nome é glorificado
entre as gentes e em todo lugar se oferece incenso a meu nome e um sacrifício
puro (cf. Ml 1,11).
É, portanto, verdade que a glória do último
templo – entenda-se a Igreja – seria maior. Aos dedicados que trabalham em sua
edificação será dada pelo Salvador, como recompensa e dom do céu, o Cristo, paz
de todos: por
quem temos acesso junto ao Pai no único Espírito (cf. Ef 2,18). É o que afirma: Darei a paz a este
lugar e paz da alma para aumento de todos quantos houverem trabalhado para
levantar este templo (Ag 2,9).
Em outro lugar também diz Cristo: Eu vos dou a minha paz (Jo 14,27). Qual seja sua atuação nestes que O amam, Paulo
explica: A
paz de Cristo, que ultrapassa todo entendimento, guarde vossos corações e
inteligências (cf. Fl 4,7).
Igualmente o sábio Isaías orava: Senhor, nosso Deus,
dá-nos a paz, pois Tu nos tratas como nossas ações merecem (Is 26,12). Porque para quem recebeu uma vez a paz de Cristo,
torna-se fácil guardar a própria alma e dirigir o esforço para o dom da virtude
bem exercida.
Por isto se declara que será dada a paz a
todo aquele que constrói. Seja alguém edificador da Igreja e sacerdote, seja
intérprete dos sagrados mistérios, foi estabelecido sobre a casa de Deus. E se
cuidar de sua alma, vivendo como pedra viva e espiritual para o templo santo e
habitação de Deus no Espírito (cf. Ef 2,22), alcançará por prêmio a
salvação sem dificuldade.”
Glorifiquemos o nome de Deus, como Igreja
que somos, vivendo como pedra viva e espiritual, para o templo santo e
habitação de Deus no Espírito, como disse o apóstolo Paulo aos Efésios.
Como membros da Igreja, todos somos
chamados, pelo batismo, a glorificar o nome de Deus, e assim o fazemos, quando
nos tornamos alegres discípulos missionários do Senhor, com a força e presença
do Espírito, que aquece nossos corações, e teremos a luz divina em nosso olhar.
Teremos, portanto, como os discípulos de
Emaús, o coração ardente, os olhos abertos e os pés sempre a caminho, no
anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino de Deus.
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