sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Glorifiquemos o nome de Deus

 


Glorifiquemos o nome de Deus

Com o comentário sobre Ageu, escrito pelo bispo São Cirilo de Alexandria séc. V), refletimos sobre o nome de Deus, que é glorificado entre todas as nações.

“Por ocasião da vinda de nosso Salvador, o templo se manifestou sem comparação mais glorioso e mais divino, mais ilustre e excelente do que o antigo.

Assim o julga quem percebe a diferença entre o culto da religião da lei e o culto evangélico de Cristo, e entre a realidade e sua sombra. 

A este respeito creio poder dizer o seguinte. Existia um só templo, unicamente, em Jerusalém, e um único povo, o israelita, ali oferecia sacrifícios. Todavia, depois que o Unigênito, sendo o Deus e Senhor que resplandeceu para nós (Sl 117,27), conforme a Escritura, Se tornou semelhante a nós, o restante do orbe da terra encheu-se de casas santas e de inumeráveis adoradores que honram com incenso e sacrifícios espirituais o Deus do universo.

Foi isto que, segundo me parece, predisse Malaquias, falando em nome de Deus: Porque sou Eu o grande rei, diz o Senhor, e meu nome é glorificado entre as gentes e em todo lugar se oferece incenso a meu nome e um sacrifício puro (cf. Ml 1,11). 

É, portanto, verdade que a glória do último templo – entenda-se a Igreja – seria maior. Aos dedicados que trabalham em sua edificação será dada pelo Salvador, como recompensa e dom do céu, o Cristo, paz de todos: por quem temos acesso junto ao Pai no único Espírito (cf. Ef 2,18). É o que afirma: Darei a paz a este lugar e paz da alma para aumento de todos quantos houverem trabalhado para levantar este templo (Ag 2,9).

Em outro lugar também diz Cristo: Eu vos dou a minha paz (Jo 14,27). Qual seja sua atuação nestes que O amam, Paulo explica: A paz de Cristo, que ultrapassa todo entendimento, guarde vossos corações e inteligências (cf. Fl 4,7).

Igualmente o sábio Isaías orava: Senhor, nosso Deus, dá-nos a paz, pois Tu nos tratas como nossas ações merecem (Is 26,12). Porque para quem recebeu uma vez a paz de Cristo, torna-se fácil guardar a própria alma e dirigir o esforço para o dom da virtude bem exercida. 

Por isto se declara que será dada a paz a todo aquele que constrói. Seja alguém edificador da Igreja e sacerdote, seja intérprete dos sagrados mistérios, foi estabelecido sobre a casa de Deus. E se cuidar de sua alma, vivendo como pedra viva e espiritual para o templo santo e habitação de Deus no Espírito (cf. Ef 2,22), alcançará por prêmio a salvação sem dificuldade.”

Glorifiquemos o nome de Deus, como Igreja que somos, vivendo como pedra viva e espiritual, para o templo santo e habitação de Deus no Espírito, como disse o apóstolo Paulo aos Efésios.

Como membros da Igreja, todos somos chamados, pelo batismo, a glorificar o nome de Deus, e assim o fazemos, quando nos tornamos alegres discípulos missionários do Senhor, com a força e presença do Espírito, que aquece nossos corações, e teremos a luz divina em nosso olhar.

Teremos, portanto, como os discípulos de Emaús, o coração ardente, os olhos abertos e os pés sempre a caminho, no anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino de Deus.

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG