quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Piedade, dor e amor

 


Piedade, dor e amor

 

Absalão, filho de Davi, morto de forma inusitada,

Ainda que tramasse contra o pai a usurpação do poder,

Arrancou do pai lágrimas de piedade, dor e amor.

 

Por vezes, podemos também viver situações,

Ainda que em contextos diferenciados,

Realidades que nos interpelam mesmos sentimentos:

 

Piedade, dor e amor nos consomem vorazmente,

Pedindo novas atitudes, olhares para a frente,

Sem remoer páginas do passado: um novo tempo.

 

Piedade, dor e amor se contraponham sempre

A sentimentos de vingança, endurecimento e ódio,

A fim de que o novo e belo de Deus floresça em nós.

 

Piedade, dor e amor ,pilares imprescindíveis

Para amizade social em todos os âmbitos,

Há de nos conduzir e iluminar nosso viver. Amém.

 

(1)  2 Sm 18,9-10.14b.24-25a.30-19,3

Dar razão de nossa esperança

                                              

                      Dar razão de nossa esperança
"Estejam sempre preparados para responder a
qualquer que lhes pedir a razão da esperança
que há em vocês." (1Pd 3, 15)

Esperança é como uma frágil semente, que precisa ser cuidada e semeada no chão dos acontecimentos, para que floresça e dê frutos que levem à saciedade, e mais que isto, à certeza de que fomos bem alimentados.

A esperança é a construção da própria existência na base sólida da Palavra de Deus, nutrindo-se pelo Pão de Eternidade, que é o Cristo Senhor, que Se dá a nós no Banquete da Eucaristia, toda vez que dele participamos.
Sua solidez não permite confundir com esperanças aéreas, imaginosas, ou frutos especulativos de nossa fantasia, de nossos enganos, ilusões que não contribuem para que alcancemos o melhor que Deus tem para cada um de nós.
Como pássaros, que batem suas asas para voo certeiro ao encontro do alimento, do filhote ou do ninho, dos seus semelhantes para sobreviverem, a esperança é o adejar das asas de nossa alma para encontros com a vida, com os sonhos, com nossas conquistas...
Cultivar a esperança sempre, sem permitir a perda das utopias, convictos de que o céu sombrio tem sua provisoriedade, e que dias melhores sempre haverão de vir.
Não permitamos a morte da esperança, não nos aliemos aos que promovem o seu cortejo, não a sepultemos no vale dos que nada mais esperam, nada mais buscam, porque ela já não mais vive em seu interior, num vazio absurdamente entristecedor e enlouquecedor.
Não percamos jamais a esperança, para que nossos dias não sejam avaramente contados, sem voos anunciados nas asas da esperança, que nos levam ao encontro das coisas do alto onde habita Deus e que devemos sempre buscar, como tão bem falou o Apóstolo (Cl 3,1-4).
Que não se mate a esperança,
Que não matemos a esperança.

Demos sempre razão de nossa esperança.
Há motivos para crer, há motivos para esperar...

Temos fé, e ainda mais,
Somos discípulos e testemunhas
D’Aquele que, por Sua Morte e Ressurreição,
Vem ao encontro de nossa fragilidade,
Humana debilidade...

Ele vem para nos ensinar que
Fé aliada à esperança,
De braços com a caridade
Mundo Novo, Reino presente entre nós veremos,
Novo céu e Nova terra buscaremos e alcançaremos.

Com Ele para sempre viveremos,
A Ele toda honra, glória, poder e louvor
Para sempre cantaremos.
Amém. 

Em poucas palavras...

 


A graça de Deus

“A tentação de medir o progresso do Reino de Deus sempre ronda nossas comunidades: ainda com demasiada frequência, avaliamos as coisas sob o aspecto quantitativo e visível.

Quando fazemos estatísticas e levantamentos necessários, não podemos esquecer uma variável misteriosa, mas real, que pode mudar todos os valores dos nossos dados: a graça de Deus.” (1)

 

(1) Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 719 - passagem bíblica- 2 Sm 24,2.9-17

A cura expressa a misericórdia divina

 


A cura expressa a misericórdia divina

Sejamos iluminados pelo Comentário do Salmo 102, escrito por Santo Agostinho (séc. V):

“Temos descrito a enfermidade, chamemos agora o médico. Acaso não te curará Aquele que te criou de tal forma que, se houvesse observado a lei de saúde que te apresentou, não terias caído em enfermidades?

Por acaso não te ordenou e preceituou o que havias de tocar e não tocar para conservar-te são? Não quiseste ouvi-Lo para conservar tua saúde, ouve-O agora para recobrá-la.

Tua enfermidade fez-te experimentar a certeza dos seus preceitos: pois então, o que o homem aconselhado não cumpriu, pratique-o agora o experimentado. Que dureza é esta que não aprende nem da experiência?

Acaso não te curará Aquele que te criou em tal condição que nunca terias adoecido se quisesse cumprir suas ordens? Acaso não te curará Aquele que criou os anjos e que, depois de refazer-te, te iguala a eles? Aquele que criou os céus e a terra não curará aquele que fez à Sua imagem e semelhança? Ele te curará: só falta que te deixes curar.

Cura, sim, aos enfermos, mas não cura aos que não querem se curar. Existe, por acaso, situação melhor do que ter garantida a saúde? Esforçamo-nos por ter muitos bens terrenos que não estão ao nosso alcance.

Administramo-nos mil tipos de remédios, que afinal não nos curam. Quando há um enfermo, lhe dizemos que abandone toda preocupação, e lhe aconselhamos que não pense mais do que em sua saúde. Pois é o que foi dito a ti. Se não adoeces, pensa o que queiras; mas se estás enfermo, pensa sobretudo em tua saúde antes de qualquer outra coisa.

Tua saúde é somente Cristo; portanto, pensa n’Ele. Recebe o cálice de tua saúde d’Aquele que cura todas as tuas enfermidades. Se tu desejas esta saúde, a terás; quando buscas honras e riquezas, nem sempre o consegues; porém, isto vale mais e está ao alcance de tua vontade.

Aquele que curou tuas enfermidades, o que redimiu tua vida da corrupção... Todas as tuas enfermidades se curarão quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade. Tua vida foi redimida dela mesma. Já podes estar tranquilo; foi firmado um contrato de segura fidelidade.

Ninguém engana ao teu Redentor, ninguém o trapaceia, ninguém o força; Ele terminou o negócio, pagou o preço, derramou o sangue. O Filho de Deus, o direi, derramou o seu sangue por nós.

Ó alma, levanta-te, olha o que vales! Redimiu tua vida da corrupção. Com seu exemplo mostra-te o prêmio que prometeu. Ele morreu por nossos crimes e ressuscitou para nossa justificação; esperem os membros o que viram na Cabeça. Não cuidará de seu corpo Aquele que elevou sua Cabeça até o céu?” (1)

A enfermidade é uma realidade inerente à condição humana, da qual ninguém se encontra livre, mas Deus, na Sua infinita misericórdia, que nos criou por amor, jamais nos abandona, e vem sempre ao nosso encontro.

Na enfermidade, podemos experimentar a onipotência do amor divino que nos cura e nos liberta.

Sejamos curados pelo Senhor de nossas enfermidades, sejam físicas ou espirituais, e para tanto, é preciso que n’Ele confiemos, e no Seu tempo, a graça poderemos receber.

 

(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp.387-388


Olhando para a janela de minha alma...

Olhando para a janela de minha alma...

Indago-me silenciosamente, debruçado sobre minha janela.
Mas de que adianta aqui ficar de braços cruzados?

Olho para a janela de minha alma e procuro respostas, saídas...

Reflito sobre minha fé em Cristo...
Cristo, que age por meio de nós como força de renovação;
Que difunde dons e talentos a pessoas livres, para que com sabedoria e coragem, vigilantes, saibam fazê-los frutificar.

Não creio no Deus que transforma as leis da natureza prolongando nossa passividade ou omissão.
Não creio no Deus que age em nosso lugar.
Não creio no Deus que organiza um sistema de segurança, nem mesmo para os que n'Ele creem ou não.

A Cruz é inevitável, Ele nunca nos enganou, ao contrário, nos antecipou sobre as eventuais perseguições, incompreensões, calúnias e até o extremo do martírio, acompanhado da mais bela confiança: a promessa de Sua Presença e a Imortalidade.

Creio no Espírito de Deus que nos impele a tornarmo-nos pessoas novas, que apesar dos contragolpes e oposições, continuam a edificar com amor um futuro mais sorridente.

Olho para a janela de minha alma.
Vislumbro um futuro mais sorridente!

Eucarísticos que somos, temos o Pão da Eternidade na Palavra e na Eucaristia.
Só Deus tem Palavra de Vida eterna e é o Pão da Eternidade.
Só Ele tem o antídoto da imortalidade, o remédio para não morrer.

Olho para a janela de minha alma.
Renovo minha esperança.
Não posso deixar que ela se fragilize, pulverize em morbidez indesejável.

Olho para a janela de minha alma:
Vejo que há saída.
Vejo que um novo cenário pode ser construído.

Está em nossas mãos, a mudança do cenário de nossas janelas. 
Os talentos divinos nos foram confiados.

Servos bons e fiéis sejamos, 
para que já gozemos a alegria do convívio do Senhor, 
para o gozo pleno na eternidade.

Não adianta lamentar o cenário de dor, morte e luto pela janela. 
Ele faz novas todas as coisas, disse-nos o autor do Apocalipse.

Creiamos n'Aquele que faz novas todas as coisas
a partir de nós e conosco.
Somente assim Ele reina e há de reinar.
Amém!

Olhando pela janela...

                                                          

Olhando pela janela...

Vendo a vida com o olhar realista:
A vida em nossos dias é muito dura
para a maior parte da humanidade.
A concorrência é desumana e com ela a desigualdade social.
Segurança profissional existirá para alguém?

O relaxamento dos costumes cresce de maneira inquietadora,
os Sagrados princípios são violados.
O recrudescimento da ditadura do relativismo, 
a desconfiança reinante e de modo generalizado.

Aumenta assustadoramente a delinquência.
Os índices da mortalidade infantil ainda são deploráveis
O sofrimento não poupa ninguém e a morte continua a ser o pavor de todos, 
porque ronda fazendo-nos sombra.

Pesa sobre a humanidade o perigo de guerras e da autodestruição, 
bem como a destruição do planeta (fala-se em até agonia planetária).
Reina ainda na terra, deploravelmente, o estado da injustiça que clama vingança.

Os clamores do Terceiro Mundo bradam aos céus, 
famélicos ainda se multiplicam e com isto a morte ainda faz seus números assustadores.
Há outros sinais que vejo pela janela que me fazem chorar.

Experimentamos, às próprias custas, 
sem podermos nos esquivar e dizer que não temos culpa.

Ø Quais as consequências quando o pecado domina?
Ø Quem pode sentir-se em segurança?
Ø O que é possível fazer?

Meu olhar que é funesto e assustador ou a própria realidade que descrevo?
Não apresse se em conclusões precipitadas.
Não desista de procurar um novo olhar.
Não desistamos de construir pontes que nos aproximam,
e derrubar os muros que nos separam.

Vocação profética, um desafio

                                                         


Vocação profética, um desafio

           “Jesus lhes dizia:
'Um profeta só não é estimado em sua pátria,
entre seus parentes e familiares'.” (Mc 6,1)

Na quarta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho (Mc 6,1-6), e assim contemplamos a ação de Deus, que Se revela na fraqueza e na fragilidade, e por isto a dificuldade dos conterrâneos de Jesus reconhecê-Lo como Salvador da humanidade; não conseguem reconhecer a presença de Deus naquilo que Ele diz e faz.

Esta rejeição, no entanto, não invalida Sua procedência divina nem O leva a desistir da missão pelo Pai confiada.

No rosto humano de Jesus, a divindade de Deus se revela, e no rosto divino de Jesus se revela a Sua humanidade: em Jesus o humano e o divino se encontram.

A atitude de Jesus nos convida a nunca desanimar e desistir: Deus tem Seus Projetos e sabe como transformar o fracasso em êxito.

Pelo Batismo, continuamos a missão de Jesus vivendo a vocação como graça e enfrentando as possíveis dificuldades.

A missão do profeta, no seguimento do Senhor, não é a busca do prazer, sucesso, vedetismo, holofotes, mas é algo sério, profundo e que dá sentido à vida.

É Deus que nos chama para a vocação profética, apesar de nossas limitações, mas somente uma paixão profunda por Jesus nos fará profetas, aguentando o espinho na carne, enfrentando e superando incompreensões, oposições e acusações.

Reflitamos:

- Qual é a minha vocação na Igreja e no mundo?
- De que modo me abro à graça divina, para viver a vocação e enfrentar possíveis dificuldades?

- Para onde Deus me envia?
- Como se manifesta em mim a graça divina?

Tão somente enraizados no amor de Deus, nutridos pelo Pão da Imortalidade, iluminados pela Palavra do Senhor, e com a força e luz do Santo Espírito, é que poderemos realizar, com solicitude e ardor, a missão profética recebida no dia de nosso Batismo.

Voltemo-nos à Oração depois da Comunhão da Solenidade de São Pedro e São Paulo, que muito nos fortalece no discipulado e missão, para sermos hoje os profetas no mundo como Deus tanto espera.

Oremos:

“Concedei-nos, ó Deus, por esta Eucaristia, viver de tal modo na Vossa Igreja que, perseverando na Fração do Pão e na Doutrina dos Apóstolos, e enraizados no Vosso Amor, sejamos um só coração e uma só alma. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

São João Bosco: um exemplo de educador

                                                                   

São João Bosco: um exemplo de educador

No dia 31 de janeiro, celebramos a Memória do Presbítero São João Bosco (séc. XIX), e a Liturgia das Horas nos apresenta um trecho de uma de suas Cartas.

Uma Carta sugestiva para ser refletida e discutida, sobretudo por aqueles que têm a difícil arte e graça de educar, sobretudo hoje, com tantos desafios.

“Antes de mais nada, se queremos ser amigos do verdadeiro bem de nossos alunos e levá-los ao cumprimento de seus deveres, é indispensável jamais vos esquecerdes de que representais os pais desta querida juventude. Ela foi sempre o terno objeto dos meus trabalhos, dos meus estudos e do meu ministério sacerdotal; não apenas meu, mas da cara congregação salesiana.

Quantas vezes, meus filhinhos, no decurso de toda a minha vida, tive de me convencer desta grande verdade! É mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la. Direi mesmo que é mais cômodo, para nossa impaciência e nossa soberba, castigar os que resistem do que corrigi-los, suportando-os com firmeza e suavidade.

Tomai cuidado para que ninguém vos julgue dominados por um ímpeto de violenta indignação. É muito difícil, quando se castiga, conservar aquela calma tão necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou descarregar o próprio mau humor.

Consideremos como nossos filhos aqueles sobre os quais exercemos certo poder. Ponhamo-nos a seu serviço, assim como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens; envergonhemo-nos de tudo o que nos possa dar aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, é para melhor servirmos.

Assim procedia Jesus com seus apóstolos; tolerava-os na sua ignorância e rudeza, e até mesmo na sua pouca fidelidade. A afeição e a familiaridade com que tratava os pecadores eram tais que em alguns causava espanto, em outros, escândalo, mas em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus. Por isso nos ordenou que aprendêssemos d’Ele a ser mansos e humildes de coração.

Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda cólera quando devemos corrigir-lhes as faltas ou, pelo menos, a moderemos de tal modo que pareça totalmente dominada.

Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; então sereis verdadeiros pais e conseguireis uma verdadeira correção.

Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não têm proveito algum para quem as merece”.

Vejamos algumas indicações oportunas e necessárias na educação daqueles que nos são confiados, apresentadas e vivenciadas por Dom Bosco:

- Ele vivia uma paternidade em relação aos alunos com vistas ao bem destes (não como sinônimo de paternalismo);

- A correção e o castigo não sejam o “descarregar o próprio mau humor”;

- O exercício do poder e de domínio sobre aqueles que se educam seja de serviço, como assim o fez Jesus;

- A afeição e a familiaridade com aqueles que se educa, assim como Jesus tratava os pecadores, comunicando-lhes o perdão;

- As faltas devem ser corrigidas sem cólera, ou com moderação: verdadeiros pais e a verdadeira correção;

- A recomendação a Deus, em determinados momentos muitos graves, e não “uma tempestade de palavras que só fazem mal” – silêncio e oração confiante a Deus.

Tenhamos São João Bosco como modelo de educador, em nosso trabalho evangelizador, para que cuidemos, com ternura e proximidade, daqueles que de nós muito esperam.

Oremos:

Ó Deus, que suscitastes São João Bosco para educador e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos, colocando-nos inteiramente ao Vosso serviço. Por N.S.J.C. Amém! 

Em poucas palavras...

 


“A apresentação de Jesus no templo...”

“A apresentação de Jesus no templo (Lc 2,22-39) mostra-O como Primogênito que pertence ao Senhor (Ex 13,2.12-13).

Com Simeão e Ana, é toda a expectativa de Israel que vem ao encontro do seu Salvador (a tradição bizantina designa por encontro este acontecimento).

Jesus é reconhecido como o Messias tão longamente esperado, «luz das nações» e «glória de Israel», mas também como «sinal de contradição».

A espada de dor, predita a Maria, anuncia essa outra oblação, perfeita e única, da cruz, que trará a salvação que Deus «preparou diante de todos os povos».”    (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 529

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Em poucas palavras...

 


Purificados de nossos pecados

“O cristão que procura purificar-se do seu pecado e santificar-se com a ajuda da graça de Deus, não se encontra só.

«A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística» (Papa São Paulo VI).” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1474

Em poucas palavras...

 


Vida e saúde

“A vida e a saúde física são bens preciosos, confiados por Deus. Temos a obrigação de cuidar razoavelmente desses dons, tendo em conta as necessidades alheias e o bem comum.

O cuidado da saúde dos cidadãos requer a ajuda da sociedade para se conseguirem condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimentação e vestuário, casa, cuidados de saúde, ensino básico, emprego, assistência social.” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2288

A missão das comunidades diante da exclusão social

A missão das comunidades diante da exclusão social                                                                            
A cada momento nos deparamos com a realidade da exclusão social, uma das mais terríveis cruzes que pesam sobre nossas comunidades, provocando em nós um sentimento de indignação, mas não de indiferença e de apatia.

O compromisso radical com a justiça e com a solidariedade devem ser marcas permanentes em nossas Comunidades, ressuscitando a audácia profética e a revolucionária ternura, para que permaneçamos fiéis Àquele que nos chamou e nos enviou para glorificar a Deus, produzindo os frutos esperados e queridos por Ele, por Sua iniciativa e resposta de Seus discípulos…

Neste bom combate da fé, algumas características que devem marcar a vida da Igreja:

- Igreja do Evangelho, que salva a totalidade humana (corpo e alma);

- Igreja da profecia, como porta-voz e interpretadora do Projeto de Deus na história;

- Igreja do serviço, com a evangélica preferência pelos pobres;

- Igreja da escatologia, que busca o novo céu e a nova terra…

Na Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, o Santo Papa João Paulo II faz uma belíssima afirmação, que vem confirmar esta desafiadora e inauguradora missão de uma nova aurora de vida e comunhão:

“A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho” (n. 19).

Com lucidez e ousadia, afirma que num mundo globalizado, marcado por mil contradições, onde os mais débeis, os menores e os mais pobres pouco podem esperar.

Portanto, nossas comunidades devem fazer brilhar a esperança cristã, pois foi também para isto que o Senhor quis ficar conosco na Eucaristia: para que, participantes do Banquete da vida, construamos uma nova humanidade, renovada pelo Seu amor; como o Evangelista João nos disse: “sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15,5).

Nossas Comunidades devem crescer continuamente na paixão pelo Reino Deus inaugurado por Jesus de Nazaré, que por Sua prática de amor e ternura revelou o que há de mais humano em Deus e o que há de mais divino no homem e na mulher.

Amá-Lo e segui-Lo é procurar os caminhos da comunhão para superação de toda e qualquer lógica de exclusão, dentro e fora da Igreja.

No amor a Deus e à Sua Palavra, alimentando-se do Pão da Eucaristia, nossas comunidades se renovam e se revitalizam para a urgente, sempre atual e divina missão: a comunhão com Deus e com o próximo!

O caminho da felicidade passa pela Cruz

  
O caminho da felicidade passa pela Cruz

Todos desejamos e buscamos a felicidade a cada instante de nossa vida, pois bem sabemos e cremos que Deus nos criou para a felicidade plena, que passa inevitavelmente pela Cruz.

Meditando sobre o tema felicidade, encontrei em um Livro de Oração algumas propostas para alcançá-la.

Embora simples, creio são pertinentes e podem mesmo favorecer para que tenhamos uma vida mais feliz, numa madura relação interpessoal mais fraterna, com notável crescimento humano e espiritual.

Vejamos como podemos percebê-las e vivê-las em nosso dia a dia.

- Elogie três pessoas por dia;
- Cumprimente as pessoas que encontrar pelo caminho;
- Sorria. Não custa nada e não tem preço;

- Saiba perdoar a si e aos outros;
- Trate a todos como gostaria de ser tratado;
- Pratique a caridade;

- Faça novos amigos;
- Reconheça seus erros e valorize seus acertos;
- Dê às pessoas uma segunda chance;

- Respeite a vida;
- Dê sempre o melhor de si, em todos os momentos;
- Reze não só para pedir coisas, mas principalmente para agradecer.

Observando atentamente, veremos que estas atitudes simples nos remetem à passagens do Evangelho, de modo muito especial, ao Sermão da Montanha, quando Jesus nos apresentou a proposta da autêntica felicidade (Mt 5, 1-12).

Um Sermão ouvido na montanha para ser vivido na planície do quotidiano. Pois se as Bem-Aventuranças forem encarnadas, inauguram-se relações de partilha, solidariedade, comunhão e amor, humildade, gratuidade, doação... Ganham vigor as relações fraternas. 

Creio que o caminho da felicidade passa inevitavelmente pela Cruz assumida com maturidade e responsabilidade – “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua Cruz de cada dia e me siga” (Lc 9, 23).

Firmemos nossos passos neste itinerário da fé, com coragem e confiança na ação divina, contando sempre com a força da Oração, que não nos permite desviar do Projeto de vida, alegria e paz que o Senhor tem para todos nós, sempre nos lembrando de Suas Palavras:

“Se vocês obedecerem aos meus Mandamentos, permanecerão
no meu Amor, assim como Eu obedeci aos Mandamentos
de meu Pai e permaneço no Seu Amor. Eu disse isto a vocês
para que a minha alegria esteja em vocês, e a
alegria de vocês seja completa.” (Jo 15, 10-11).

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