Fixemos nosso olhar no olhar de Maria
Fixemos nosso olhar no olhar de Maria
Contemplemos
Maria como a mulher da alegria, da dor e do esplendor e da glória.
Contemplamos
os mistérios da anunciação, morte e ressurreição: Mistérios gozosos, luminsos, dolorosos, gloriosos.
No Evangelho de
Lucas (Lc 1,26-38), Maria é nos apresentada como mulher simples do povo; nada de
extraordinário aos olhos da humanidade, mas muito especial aos olhos de Deus.
Preservada do pecado; escolhida para ser a Mãe do Redentor.
Mãe
Daquele que pelo mistério da ação do Espírito Santo nela Se encarna.
No mistério da cruz, mistério do amor de
Deus Se entrega e Se
doa, em amor que ama até o fim.
Mistério
da Ressurreição que acalenta e anima nossa caminhada que transcende o tempo
presente e até mesmo a morte.
Aquele
que em Maria Se
encarnou e o sangue na cruz por nós derramou, regou a vinha do Senhor que
somos, para frutos de paz, justiça e amor produzir…
Fixemos
nosso olhar no olhar de todos os olhares que para Deus se voltaram.
Contemplemos
o olhar de Maria que os mais diversos momentos vivenciou e jamais a Deus se
fechou.
Contemplemos
o olhar de Maria, diante do arcanjo Gabriel que lhe anuncia que será Mãe do
Salvador. Olhar de dúvida, incompreensão e, por que não, de medo, mas de
sinceridade e confiança e transparência, com certeza…
Indaga
ao anjo como assim pode ser?
Olhar
iluminado pelo Mistério revelado e compreendido e que lhe faz ressoar o SIM que
mudou a história da humanidade: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim
conforme a Vossa vontade” (Lc 1,38).
Como
não contemplar o olhar dos olhares que o menino em seu ventre acolheu e
acarinhou?
Olhar
que na criança deitada na manjedoura o Verbo de Deus reconheceu, nos ofereceu e
nos apresentou.
Olhar
de Mãe Maria que o procurou quando no templo, aos doze anos se perdeu.
Olhar
que procura o filho, olhar de tantas mães que procuram seus filhos.
Olhar
que o viu crescer dia a dia em tamanho, graça e sabedoria diante de Deus.
Olhar
de Maria silenciosamente contemplando a pregação de Seu Filho, na planície e na
montanha.
Olhar
que maravilhou-se, incontáveis vezes, por tudo que falava; por tudo que fazia.
Olhar
de Maria que o procurou e encontrou mergulhado em noites de vigília e oração.
O
Olhar da mãe de todas as mães, que não se fechou e não se amedrontou, nem se
acovardou no mistério de Sua Paixão e Morte.
Olhar
lacrimoso, dolorido, sentido, vendo seu Filho covardemente condenado,
desprezado, humilhado, desfigurado, das roupas despojado, sangue
e suor derramados…
Olhos
abertos contemplando mistério de iniquidade, mas mistério maior de amor e
fidelidade: O mal não pode ter a última palavra.
Também
seus ouvidos acolhiam gritos e lamentos, que ecoaram da boca de Seu Filho e de
todos os seus filhos em todos os tempos!
Olhar
que o acompanhou e o testemunhou na cruz: Pelos pregos cravados, coração
trespassado.
Água
e vinho verteram: nascimento e alimento ao mundo também ricamente oferecidos e em cada Eucaristia
celebrados.
Olhar
de Maria que pelo mistério da fé contemplou Sua descida a mansão dos mortos,
para romper as correntes do pecado, dominar também as forças diabólicas do
inferno – diabo e morte vencidos.
O
olhar de Maria que jamais perdera o brilho, reluziu na madrugada da
Ressurreição. A vida venceu a morte.
Olhar
de Maria, olhar de quem crê na Vida Nova do Filho, Ressuscitado pelo Pai, que
por Amor, no Amor e pelo Amor (Espírito Santo) jamais o abandonou.
Contemplemos
o olhar de Maria nas primeiras vezes em que o apóstolo dizia: “Tomai
todos, isto é meu corpo… Tomai todos, isto é o meu sangue” (Atos 1).
Aquele
mesmo corpo que acolheu em seu ventre, agora ali diante dos olhos, no mistério
da matéria transubstanciada: Mistério de fé, Mistério da Ceia, Mistério da
Eucaristia.
Ela
contemplando as marcas dos pregos no corpo do Ressuscitado!!! Que alegria tomou
o coração de Maria.
Depois,
Maria contemplando Sua subida aos céus, para que depois, um pouco depois, ela
também aos céus fosse assunta, por Deus coroada.
Olhar
de ternura, alegria, confiança, simplicidade, esperança, bondade, fraternidade,
humanidade, solidariedade, amor, bondade, fidelidade, perdão, compreensão,
mansidão…
Olhar
que transcende a realidade da morte, porque és portadora e crente da Boa Nova
da Ressurreição!
É
deste olhar que precisamos, por isto mais, do que nunca, é tempo de fixarmos
nosso olhar no olhar de Maria…
Somente
com um olhar assim é que o mundo haveremos de mudar, a começar de nós mesmos!
Nada
veremos de novo se, em primeiro lugar, não convertermos nosso olhar.
Maria te suplicamos:
Vem conosco caminhar para que
tragas marcas, tantas e incontáveis, de teu olhar!
És
Maria, mulher possuidora do olhar de todos os olhares.
És
Rainha, és Senhora: “Volvei para nós estes vossos olhos
misericordiosos…”
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...
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