sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

A iniquidade foi varrida da Terra

 




                               A iniquidade foi varrida da Terra


Nas Laudes que antecedem o Natal do Senhor,
Rezamos, em fecunda vigilância, com toda a Igreja:
“Amanhã será varrida da terra a iniquidade. 
E sobre nós há de reinar o Salvador do mundo.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo...”
 
Nasceu para nós o Deus Menino, nosso Salvador.
É o que celebramos com júbilo no Natal do Senhor:
Assumiu nossa condição e fragilidade humana;
Tão humano, tão igual a nós, exceto no pecado
Para nos redimir, com o Pai, para sempre nos reconciliar:
 
“Vinde e adoremos e exultemos de alegria,
A Palavra se fez carne e veio morar entre nós,
E nós contemplamos a sua glória,
Glória como do Unigênito do Pai,
Cheio de graça e de verdade.” (1)
 
Mistério intenso e imenso de amor contemplamos,
Veio na aparente impotência humana, pleno de poder,
Para que, como rajadas de vendavais,
Lavar todas as almas que jaziam no vale da morte,
E as nossas, que por aqui ainda peregrinamos.
 
Veio para reduzir a nada todo o pecado humano,
E por onde andarmos, d’Ele vestígios deixarmos,
De compromissos sagrados com a fraternidade,
Inaugurando novos tempos da Boa Nova do Reino,
Por Ele, irrompido na história, a nós confiado. 
 
A Palavra se fez Carne, para varrer todas as palavras
Que não promovam comunhão, proximidade, compaixão.
E assim libertos de correntes que nos aprisionam,
Varrida dos corações toda mentira, ódio, cobiça,
A ira, gula, inveja, soberba, avareza, luxúria e preguiça.
 
Varrida toda a iniquidade, novos cenários se inauguram,
Apaga-se nas brumas da memória o que fincaram raízes,
No mais profundo de nosso humano coração,
E assim sepultamos nas cinzas do esquecimento,
Tudo que impeça a beleza e a leveza do existir.
 
Agora, nas asas do Espírito podemos voar,
Varrida toda iniquidade de nosso espírito,
Olhos iluminados com o colírio da fé,
Para que, renovada toda a esperança,
Sejamos alegres mensageiros da Caridade.
 
Alegres Mensageiros do Verbo sejamos,
Como em tempos sombrios, anunciara o Profeta:
“Como são formosos, sobre os montes,
0s pés do mensageiro que anuncia a paz,
Que anuncia coisas boas e proclama a salvação” (2)
 
Caminhamos para as páginas finais de um ano,
Com alegre expectativa de um ano novo que se anuncia:
Sejam estas palavras mais que uma doce poesia,
Que me emprestem, os que cantam, suave melodia:
Renovemos em nossos corações a ousada profecia. Amém.
 
(1)    Jo 1,14
(2)  
Is 52,7
 

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG