A iniquidade foi varrida da Terra
A
iniquidade foi varrida da Terra
Nas Laudes que antecedem
o Natal do Senhor,
Rezamos, em fecunda
vigilância, com toda a Igreja:
“Amanhã será
varrida da terra a iniquidade.
E sobre nós há de reinar o Salvador do mundo.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo...”
Nasceu para nós o Deus
Menino, nosso Salvador.
É o que celebramos com
júbilo no Natal do Senhor:
Assumiu nossa condição e
fragilidade humana;
Tão humano, tão igual a
nós, exceto no pecado
Para nos redimir, com o
Pai, para sempre nos reconciliar:
“Vinde e adoremos e
exultemos de alegria,
A Palavra se fez carne e
veio morar entre nós,
E nós contemplamos a sua
glória,
Glória como do Unigênito
do Pai,
Cheio de graça e de
verdade.” (1)
Mistério intenso e
imenso de amor contemplamos,
Veio na aparente
impotência humana, pleno de poder,
Para que, como rajadas
de vendavais,
Lavar todas as almas que
jaziam no vale da morte,
E as nossas, que por
aqui ainda peregrinamos.
Veio para reduzir a nada
todo o pecado humano,
E por onde andarmos, d’Ele
vestígios deixarmos,
De compromissos sagrados
com a fraternidade,
Inaugurando novos tempos
da Boa Nova do Reino,
Por Ele, irrompido na
história, a nós confiado.
A Palavra se fez Carne,
para varrer todas as palavras
Que não promovam
comunhão, proximidade, compaixão.
E assim libertos de
correntes que nos aprisionam,
Varrida dos corações
toda mentira, ódio, cobiça,
A ira, gula, inveja,
soberba, avareza, luxúria e preguiça.
Varrida toda a
iniquidade, novos cenários se inauguram,
Apaga-se nas brumas da
memória o que fincaram raízes,
No mais profundo de
nosso humano coração,
E assim sepultamos nas
cinzas do esquecimento,
Tudo que impeça a beleza
e a leveza do existir.
Agora, nas asas do
Espírito podemos voar,
Varrida toda iniquidade
de nosso espírito,
Olhos iluminados com o
colírio da fé,
Para que, renovada toda
a esperança,
Sejamos alegres
mensageiros da Caridade.
Alegres Mensageiros do
Verbo sejamos,
Como em tempos sombrios,
anunciara o Profeta:
“Como são formosos,
sobre os montes,
0s pés do mensageiro que
anuncia a paz,
Que anuncia coisas boas
e proclama a salvação” (2)
Caminhamos para as
páginas finais de um ano,
Com alegre expectativa
de um ano novo que se anuncia:
Sejam estas palavras
mais que uma doce poesia,
Que me emprestem, os que
cantam, suave melodia:
Renovemos em nossos
corações a ousada profecia. Amém.
(1)
Jo 1,14
(2)
Is 52,7
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