domingo, 21 de maio de 2023

A Ascensão do Senhor já é nossa vitória (Ascensão do Senhor - Ano A) (12/05)


A Ascensão do Senhor já é nossa vitória

 

“"Eis que eu Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28,20)

 

Quando celebramos a Ascensão do Senhor, quarenta dias após a Páscoa do Senhor (tempo da purificação, preparação e transição), transborda de alegria nosso coração: 

- purificação: era necessário que o Ressuscitado afastasse todo o medo, apatia diante do aparente fracasso da Sua morte na Cruz, como vimos ao longo de todo este Tempo da Páscoa, nas Leituras proclamadas;

- preparação: capacitação para a missão com a comunicação da Paz, o sopro do Espírito Santo; e as Suas necessárias mensagens quando de Sua aparição aos apóstolos;

- transição: Ele parte, e confia aos Apóstolos a Sua Missão. 

Com este tempo vivido, aumentou nossa fé, para que não sejamos vacilantes; foi reerguida nossa esperança, para que jamais esmoreçamos nos sagrados compromissos com o Reino; e foi derramado o amor de Deus em nossos corações, de modo que inflamado jamais esfrie ou apague em nós a chama da caridade. 

Com a Ascensão, céus e terra se tocam:

- temos o nosso envio apaixonante pelo Senhor, para que continuemos a Sua Missão;

- Ele sobe ao céu para que o céu venha à terra, e somente pode subir ao céu, porque, em fidelidade incondicional ao plano da nossa redenção, desceu às profundezas da terra, como rezamos no Credo – “subiu aos céus... desceu à mansão dos mortos...”; 

 

Com a Ascensão, a ausência do Senhor, na verdade, se faz uma eterna presença, como expressou o teólogo Michel Deneken: “A Ascensão é uma maneira de morrer aos olhos e de nascer ao coração”.

 

Oportunas as palavras do Bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V), sobre a Ascensão do Senhor ao céu: 

Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós e nem se afastou de nós quando novamente subiu ao céu”. 

Alegremo-nos, pois continuamos a missão do Senhor, através de nossa ação evangelizadora, e contemplamos os sinais quando:

- expulsamos os demônios, combatendo o poder do mal que rouba a beleza da vida;

- multiplicamos compromissos que reintegram as pessoas na sociedade com políticas públicas na educação, saúde, cultura. trabalho, salário e moradia digna;

- falamos novas línguas do amor, da verdade, fraternidade, união, solidariedade, cooperação, partilha, diálogo e perdão, derrubando muros e construindo pontes, como vimos na Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, e não propagamos a linguagem do ódio, vingança, mentira (Fake News);

- comunicamos ao mundo a cura contra toda forma de veneno, que possa nos fragilizar e roubar a alegria e beleza do viver, alimentados pela  Palavra do Senhor que nos liberta (Jo 8,32); e alimentados pelo Pão de Imortalidade, antídoto para não morrer, a Santa Eucaristia;

- somos instrumento da cura tanto física como espiritual, desejadas e necessárias, sobretudo dos mais vulneráveis, carentes do essencial para viver, com ações que expressam acolhida, amor e ternura, e a certeza de que ninguém nunca está sozinho. 

Oremos: 

“Ó Deus todo-poderoso, a Ascensão do Vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de Seu corpo, somos chamados na esperança a participar da Sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

 

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG