terça-feira, 30 de abril de 2024

“Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou...” (20/05)

                                                      

“Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou...”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de João (Jo 14,27-31a), em que Jesus diz aos Seus discípulos, num contexto de despedida, pois é eminente o Mistério de Sua Paixão e Morte:

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (Jo 14,27).

Será, portanto, a missão dos apóstolos continuar a missão de Jesus Cristo, comunicar o “Shalom”, como instrumentos da paz, da vida nova, da comunhão a ser vivida com Deus e com o próximo: shalom!, que é o próprio Jesus, como já anunciara o Profeta Isaías:

“Pois nasceu para nós um pequenino, um filho nos foi dado. O principado está sobre Seus ombros e Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e Seu Reino, para estabelecê-lo e confirma-lo no direito e na justiça desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos o fará” (Is 9,5-6).

Verdadeiramente, Jesus Cristo é a nossa paz, nosso Shalom, plenitude de vida que veio ao nosso encontro, assumindo nossa humanidade, fragilidade, para nos presentear com a Sua divindade; e ainda mais dar a Sua vida na expressão máxima de amor, morrendo na crudelíssima morte de Cruz, mas o Pai O Ressuscitou.

“Shalom” expressa, portanto, riqueza inesgotável, pois significa a plenitude de vida e de Salvação que é o próprio Jesus, e assim a comunidade deve crescer no amor mútuo, em perfeição e alegria.

Alcançará êxito em sua missão e se empenhará em estabelecer relações de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, afinal o Ressuscitado Se faz presente em seu meio.

Contemplemos a vida e ação de Jesus, que fazia resplandecer Sua divindade, assim como manifestavam Sua humanidade, e como discípulos d’Ele sejamos promotores da paz, pois tão somente assim seremos chamados filhos de Deus, como Ele mesmo nos falou no Sermão da Montanha:

“Bem-Aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).

O Cardeal J. Suenens assim nos fala sobre Jesus, Homem-Deus, um de nós, exceto no pecado:

“Jesus teve fome e sede (Mt 4,2; 21,18); (Jo 4,7; 19,28), é sujeito ao cansaço (Jo 4,6), faz amizades, chora Lázaro (Jo 11,35), tem compaixão das multidões (Mt 10,36), ou Se enche de alegria diante das manifestações de amor do Pai (Lc 10,21).

Aproxima-Se dos homens com uma simplicidade e uma autoridade impressionantes: os pecadores, os doentes, os que sofrem, n'Ele encontram a compreensão que buscam e ao mesmo tempo o apelo enérgico que os converte.

Entrega-Se, cada dia, à missão que Lhe foi confiada pelo Pai, desde a tentação no deserto até a suprema entrega no Horto das Oliveiras, onde contemplamos a profundidade humana de Seu sofrimento e de Sua adesão ao Pai e a Sua vontade”. (1)

Quando a comunidade dos discípulos reaprende a amar, capacita-se para a missão de paz, e então, se torna sal da terra, luz do mundo e fermento na massa, de modo que a não vivência ou a recusa do amor impede que a paz aconteça, paz que nos é dada como dom divino, compromisso humano inadiável.

Reflitamos:

-  Como Igreja ,de que modo estamos a serviço da promoção da paz?
-  Como vivemos a graça da missão de comunicar a Paz que Jesus nos dá?

Vivendo o Tempo Pascal, renovemos a alegria por sermos plenificados de todos os dons que o Ressuscitado nos comunica, na espera da Celebração da vinda de Seu Espírito, que conduz, anima, revigora a Igreja, para continuar a Sua Missão.

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág.72

Anunciar e testemunhar a Vida Nova do Ressuscitado (20/05)



Anunciar e testemunhar a vida Nova do Ressuscitado


A Liturgia da terça-feira da quinta Semana do Tempo da Páscoa nos apresenta na primeira Leitura, a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 14,19-28), que retrata o fim da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé.

A missão do anúncio e do testemunho do Ressuscitado tem traços fundamentais:

- O entusiasmo necessário para vencer os perigos e as dificuldades para o anúncio da boa nova;

- a comunicação de palavras de consolação para fortalecimento da fé da comunidade confiada;

- O necessário apoio mútuo;

- a Oração e a consciência de que a missão não é obra puramente humana, mas de iniciativa divina, tendo Deus como autor autêntico da conversão, sob a ação e iluminação do Espírito Santo.

Reflitamos:

- De que modo vivemos o Novo Mandamento do Amor que o Senhor nos ordenou?

- Somos uma comunidade missionária, indo ao encontro daqueles que não conhecem ainda a Boa Nova do Ressuscitado?

É tempo de amar como Jesus ama; somente assim nossa vida terá sentido e a alegria Pascal transbordará verdadeiramente em nosso coração, e seremos fiéis à missão que Ele nos confiou. Aleluia!

A presença do Espírito e a missão da Igreja (23/05)

A presença do Espírito e a missão da Igreja

Na sexta-feira da 5ª semana do Tempo Pascal, ouviremos a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 15,22-31), em que nos fala das decisões do concílio de Jerusalém, e da carta enviada aos irmãos da Igreja de Antioquia, com as decisões.

Trata-se do epílogo de uma controvérsia de que sai a Igreja reforçada na comunhão, purificada na prática; mais dinâmica e eficiente na ação apostólica.

Sejamos enriquecidos pelo Comentário do Missal Cotidiano, que nos ajuda a edificar uma Igreja decididamente missionária, viva e criativa, como tem insistido o Papa Francisco:

“O encontro da Igreja com os pagãos (de ontem e de hoje) obriga-a sempre a um esforço de purificação, de busca do essencial; numa palavra, de fidelidade a seu Senhor e fundador. Só uma Igreja missionária é viva, criativa fiel a si mesma. Uma Igreja que defende suas posições internas sem ardor nem audácia é uma Igreja em decomposição”.

Tudo isto é possível, contando com a presença constante e ativa do Espírito, pois sem o mesmo, estaríamos órfãos e incapazes de encontrar luzes para os caminhos, e para acertadas decisões, como vemos afirmado no Missal Cotidiano:

“A presença constante e ativa do Espírito preserva a Igreja desse processo de morte, e impele-a sempre a novas direções. A consciência da Igreja de ter consigo o Espírito (v. 28) não supõe nem pretende para ela o monopólio da verdade (notar certo conceito material de infalibilidade), mas a certeza de que, entre os erros e deficiências, ele permanece substancialmente fiel à mensagem de Cristo, seu fundador”.

Deste modo, em todos os momentos precisamos invocar e nos abrir ao sopro e luz do Espírito Santo, que enche os corações dos fiéis com Seu Amor e Sabedoria, para que trilhemos os caminhos de fidelidade ao Senhor, empenhados na edificação da Igreja a serviço do Reino, que Deus nos envia a anunciar e da construção participar.


PS: Missal Cotidiano – Editora Paulus – 1998 – p.442

A ação do Espírito na vida da Igreja (21/05)

                                                                    

A ação do Espírito na vida da Igreja

Na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 15,1-19), Lucas nos fala do primeiro concílio realizado em Jerusalém, sobre a necessidade ou não da circuncisão dos cristãos não judeus, com a ajuda e iluminação do Espírito Santo.

São Cirilo, Bispo de Jerusalém, no séc. IV, nos oferece uma bela passagem sobre a ação deste na vida da Igreja:

“Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho:
vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem O recebe, e,
depois por meio desse, a alma dos outros.

Quem se encontra nas trevas, ao nascer do sol recebe
nos olhos a sua luz, começando a enxergar
claramente coisas que até então não via.

Assim também, aquele que se tornou digno do Espírito Santo, recebe na alma a Sua luz e, elevado acima da inteligência humana, começa a ver o que antes ignorava”.


O Espírito Santo ilumina a Igreja, para que ela se abra e acolha o essencial, o fundamental, que é a prática do Mandamento do Amor, oferecendo ao mundo a proposta universal de Salvação.

A Igreja conduzida pelo Espírito é ajudada a perceber o que deve ser mantido e o que deve ser superado, abrindo-nos ao diálogo, à comunhão e ao compromisso com a paz.

Já não há mais lugar para monólogos estéreisfraturas que dividem a humanidade (pela cor, raça, ideologia, religião...), tão pouco para obstáculos indestrutíveis da alegria e da vida... Com Ele tudo é novo, as coisas antigas passaram...

A Igreja deve colocar-se em constante atitude de acolhida e escuta do Espírito para responder aos apelos e desafios de seu tempo, iluminando a realidade com a luz do Espírito Santo que afasta todo e qualquer sentimento de orfandade para que venhamos a dar os passos necessários na construção de um novo céu e uma nova terra, a Jerusalém Celeste, a Cidade dos céus, que tanto desejamos, sonhamos e nos empenhamos em construir, apesar de todos os desafios do tempo presente.

O Espírito Santo assegura à Igreja a vitalidade, a audácia, a imaginação, a liberdade, o desprendimento, dinamismo e ardor...

Garante a revitalização e o retorno ao primeiro amor que o Senhor despertou em nosso coração... Afinal, Deus quis fazer em nós Sua morada.

O Encontro Eucarístico é por excelência a manifestação do Espírito, de modo que Celebrar a Eucaristia é vislumbrar um pedaço do céu que se abre sobre a terra, em que os raios da glória da Jerusalém celeste atravessam as nuvens da história e vem iluminar nossos caminhos, como nos falou o Papa São João Paulo II em uma de suas Encíclicas.

É vislumbrar e comprometer-se com a Jerusalém Messiânica! Em cada Eucaristia a Palavra do Senhor ganha vitalidade e esplendor para revigorar-nos na edificação da Igreja, como sinal do Reino, em relações de amor, perdão, doação, serviço, solidariedade...

Quando somos bons ouvintes, necessariamente somos bons praticantes e Ele em nós faz a Sua morada e nos torna hospedeiros do mais belo Hóspede e prisioneiros do mais belo Amor, construtores do novo céu e da nova terra.

Esperamos a Jerusalém Celeste, a Cidade da Paz em que o Senhor reina glorioso, vitorioso. Nós somos, com o Espírito Santo, participantes desta Divina Vitória, até que um dia possamos entrar na Sua indescritível glória!  

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Em poucas palavras...(19/05)

 


Os sinais de Deus na evangelização

“Descobrir os sinais que possam falar de Deus ao ateu de hoje é o grande problema da evangelização e da reflexão teológica.

Num mundo secularizado, o sinal será talvez o de uma Igreja despojada, pobre, a inteiro serviço do homem, purificada de todo conceito demasiado materialista de Deus...

Poderão ser sinais os cristãos engajados na construção de uma cidade mais humana e fraterna, pacífica e justa.” (1)

 

 

(1) Comentário do Missal Cotidiano sobre a passagem dos Atos dos Apóstolos (At 14,5-18) - pág. 427

Em poucas palavras... (19/05)

 


O Paráclito

Jesus, ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o «Paráclito», que, à letra, quer dizer: «aquele que é chamado para junto», ad vocatus (Jo 14, 16. 26; 15, 26; 16, 7).

«Paráclito» traduz-se habitualmente por «Consolador», sendo Jesus o primeiro consolador (1Jo2,1). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo «o Espírito da verdade» (Jo 16,13).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 692

Em poucas palavras... (19/05)

 


O envio do Paráclito

“Antes da sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de um «outro Paráclito»(Defensor), o Espírito Santo.

Agindo desde a criação (Gn 1,2) e tendo outrora «falado pelos profetas» (Símbolo niceno-constantinopolitano), o Espírito Santo estará agora junto dos discípulos, e n’eles (Jo 14,17), para os ensinar (Jo 14,26) e os guiar «para a verdade total» (Jo 16, 13). E, assim, o Espírito Santo é revelado como uma outra pessoa divina, em relação a Jesus e ao Pai.” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 243

domingo, 28 de abril de 2024

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor! (VDTPB) (18/05)

                                                               

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor!

“Eu sou a Videira e vós sois os ramos”

A Liturgia do 5º Domingo da Páscoa (Ano B) é um convite à reflexão sobre a união com Cristo, que deve ser intensa para que possamos ter vida plena e os frutos por Deus esperados produzirmos.

É o “Domingo da Verdadeira Videira” que é o próprio Cristo Jesus, como nos fala o Evangelho de São João (Jo 15, 1-8).

Com a passagem da primeira Leitura (At 9,26-31), refletimos sobre como deve ser a comunidade: lugar da partilha, da mesma fé, que percorre o caminho do amor fraterno. Somente assim ela se coloca num constante processo de amadurecimento, realizando sua vocação.

Retrata a conversão de Paulo e a sua relação com a comunidade. O Apóstolo teve que enfrentar a desconfiança da comunidade, bem como ela teve coragem de correr o risco como fonte de enriquecimento. Para ambos foi desafio à comunhão a ser construída. 

O conjunto da Leitura nos apresenta o cristianismo como um encontro pessoal com Jesus, que se torna visível na experiência da comunhão com os irmãos. É impossível o encontro com Jesus e a vida fora da comunidade, da comunhão com os irmãos.

O encontro e o acreditar em Jesus implicam em adesão à Sua Palavra, ao Seu Projeto, à Sua proposta de Amor, que implica em amar até o fim, até as últimas consequências. Um amor total, incondicional e para sempre!

A fé é necessariamente uma experiência a ser fortalecida, numa vida comunitária marcada pela fragilidade.

Evidentemente, o autêntico cristianismo vivido implica na superação dos conflitos que possam surgir, com a certeza de que se pode contar com o Espírito Santo que conduz a Igreja.

Esta Leitura possibilita uma “radiografia” de nossas comunidades.

Reflitamos:

- Somos uma comunidade fechada ou aberta ao outro?
- Somos uma comunidade acolhedora?
- Vivemos a comunhão fraterna?

- Vivemos a solidariedade entre todos?
- De que modo ajudamos a comunidade a ser mais fiel ao que Deus espera? Apenas criticamos ou fazemos algo concreto para que seja um melhor instrumento do Reino?

- Somos como Paulo, Barnabé e os primeiros seguidores de Jesus, entusiasmados pela causa do Evangelho?

- Amamos Jesus e Sua Igreja inseparavelmente, apesar da imperfeição e limites inerentes da comunidade?

- Percebemos a ação do Espírito Santo dirigindo a Igreja?

A passagem da segunda Leitura (1Jo 3,18-24) nos apresenta a realidade do ser cristão, aquele que acredita em Jesus Cristo e ama uns aos outros como Ele nos amou. O amor ao próximo é critério para afirmarmos se conhecemos ou não a Deus, para afirmarmos a realização ou não da Sua vontade pela palavra e pelas obras.

Quando deixamos que o amor conduza a nossa vida, estamos no caminho da verdade. Coração aberto ao amor se traduz em serviço e partilha, na mais bela comunhão com Deus.

Somente o amor autêntico vivido nos liberta de todas as dúvidas e inquietações, nos dá a serenidade necessária e a certeza de que estamos no caminho certo da felicidade e vida eterna.

Com a passagem do Evangelho (Jo 15,1-8),encontra-se no contexto de despedida de Jesus, e refletimos sobre a adesão a Jesus que se torna a fonte de frutos saborosos por Deus esperados.

Com a Parábola da Videira, exorta que os discípulos permaneçam com Ele. Está próxima a Sua partida, entrega, Paixão e Morte. Mas também próxima está a Sua Ressurreição e presença para sempre no meio deles.

O Evangelho de João nos apresenta a comunidade da Nova Aliança com o distintivo do amor e serviço.

Notamos a insistência do Evangelista no verbo “permanecer” – oito vezes. Permanecer com Jesus implica em adesão, solidez na fé, estabilidade, constância, continuidade, frutos abundantes. Permanecer é adesão e renovação constantes.

Permanecer é ficar com Ele, viver Seu Mandamento de Amor, é confrontar a cada instante nossa vida com a Sua Vida. Sem Jesus a comunidade viveria uma esterilidade indesejável.

É preciso, como cristão, viver de, com, para e como Jesus Cristo. Podas serão inevitáveis para que mais frutos sejam produzidos, mas somente o ramo unido a Jesus produzirá os frutos saborosos.

Ao discípulo fica a possibilidade do discernimento.

Reflitamos:

- A quem queremos aderir nossa vida?
- Com quem queremos ser configurados, enxertados?

Haverá sempre a possibilidade de enxertar-se em outras “árvores”, mas o resultado é o óbvio: insatisfação, frustração, egoísmo, morte e autossuficiência...

A Parábola fala de ramos que se não unidos à videira, morrerão, secarão, serão queimados. Isto ocorre quando seduções indesejáveis norteiam nossa vida: dinheiro, êxito a qualquer preço, moda, poder, aplausos, orgulho, amor próprio excludente, a inversão de valores que deem sentido à vida.

Fala também das podas necessárias para novos frutos. São as provações do quotidiano, a cruz a ser carregada com renúncias, sacrifícios, abertura ao outro, humildade, simplicidade, perdão, superação...

Urge fazer nossa revisão de vida; renovemos nossa adesão ao Senhor, e ao Seu Evangelho e nosso amor e pertença a Igreja que nasceu de Seu lado, do Seu Coração trespassado.

Que todos nós, membros ativos da comunidade, vejamos quais são as podas necessárias que precisamos ter coragem de suportar, para que os frutos saborosos de Deus possamos produzir, para que todos tenhamos vida e vida plena.

Que sejamos saciados com a Seiva do Amor que emana abundantemente em cada Eucaristia celebrada, em cada Palavra proclamada, ouvida, acolhida e na vida encarnada.

Não podemos viver sem Jesus, portanto, não podemos viver sem o Seu Amor.

Concluímos com este canto:

“Meu Senhor despojou-Se de Si, sendo Deus
Se fez homem, Se entregou e morreu numa Cruz. [...]
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus

Tu és minha paz, minha luz, meu Rei e meu Bom Pastor
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus
Tu és minha paz, minha luz, meu Deus, meu Senhor. [...]”

Nada nos separará da Verdadeira Videira (VDTPB) (18/05)

                                                        

Nada nos separará da Verdadeira Videira

“Quem nos separará do amor de Cristo”

Sejamos enriquecidos pelo Comentário do Bispo São Cirilo de Alexandria (séc. V) sobre a passagem do Evangelho de João, em que Jesus Se apresenta como a Videira e nós os ramos.

“Querendo mostrar a necessidade de estarmos unidos a Ele pelo amor, e a grande vantagem que nos vem desta união, o Senhor afirma que é a Videira. Os ramos são os que, já se tornaram participantes da Sua natureza pela comunicação do Espírito Santo. De fato, é o Espírito de Cristo que nos une a Ele.

A adesão a esta Videira nasce da boa vontade; a união da Videira conosco procede do Seu afeto e natureza. Foi, de fato, pela boa vontade que nos aproximamos de Cristo, mediante a fé; mas participamos da Sua natureza por termos recebido d’Ele a dignidade da adoção filial. Pois, segundo São Paulo, quem adere ao Senhor torna-se com Ele um só Espírito (1Cor 6,17).

Do mesmo modo, o autor sagrado, noutro lugar da Escritura, dá ao Senhor o nome de alicerce e fundamento. Sobre Ele somos edificados como pedras vivas e espirituais, para nos tornarmos, pelo Espírito Santo, habitação de Deus e formarmos um sacerdócio santo. Entretanto, isto só será possível se Cristo for nosso fundamento. A mesma coisa vem expressa na analogia da videira: Cristo afirma ser ele próprio a Videira e, por assim dizer, a mãe e a educadora dos ramos que dela brotam.

N’Ele e por Ele, fomos regenerados no Espírito Santo, para produzirmos frutos de vida, não da vida antiga e envelhecida, mas daquela vida nova que procede do amor para com Ele. Esta vida nova, porém, só poderemos conservá-la se nos mantivermos perfeitamente inseridos em Cristo, se aderirmos fielmente aos santos Mandamentos que nos foram dados, se guardarmos com solicitude este título de nobreza adquirida e se não permitirmos que se entristeça o Espírito que habita em nós, quer dizer, Deus que por Ele mora em nós.

O evangelista João nos ensina sabiamente de que modo estamos em Cristo e Ele em nós, quando diz: A prova de que permanecemos com Ele, e Ele conosco, é que Ele nos deu o Seu Espírito (1Jo 4,13).

Assim como a raiz faz chegar aos ramos a sua seiva natural, também o Unigênito de Deus concede aos homens, sobretudo aos que lhe estão unidos pela fé, o Seu Espírito. Ele os conduz à santidade perfeita, comunica-lhes a afinidade e parentesco com Sua natureza e a do Pai, alimenta-os na piedade e dá-lhes a sabedoria de toda virtude e bondade.”

Vivendo intensamente o Tempo Pascal, renovamos a graça de pertencermos à Videira do Pai, que é Jesus Cristo, e nela somos ramos que se nutrem da “seiva natural”, que é o próprio Espírito, que nos ilumina e nos enriquece com todos os dons.

É o Espírito a linfa vital que garante a fecundidade de nossa fé, a fim de que produzamos saborosos frutos Pascais na família, na comunidade e em todos os lugares.

É o Espírito que o Senhor prometeu e nos envia sempre, para que renovemos a alegria e o ardor na missão a nós confiada, sem desânimo, apesar das inúmeras dificuldades que possamos enfrentar.

Fiquemos para sempre unidos à Videira, como sagrados ramos do Pai e com a Seiva do Espírito, tenhamos coragem de suportar as podas necessárias, que são a expressão dos despojamentos e enriquecimentos, quedas e erguimentos, próprios da condição humana.

Absolutamente nada nos separará desta Videira, como tão bem expressou o Apóstolo (Rm 8,1-39).

Nutramo-nos da Seiva do Amor! (VDTPB) (18/05)

                                                          

Nutramo-nos da Seiva do Amor!

Há sempre um forte convite de Jesus para todos nós:  na videira, que é Ele próprio, Cristo Jesus (Jo 15) e, d’Ele, sermos os ramos, para que frutos abundantes, eternos e celestiais possamos produzir; nutrindo-nos do essencial de Deus: sua seiva de amor que emana abundantemente da Divina Fonte de Misericórdia, o Sagrado Coração de Jesus.

Como a videira não pode dar frutos se seus ramos não forem podados, vivamos com mais ardor nossa vocação, predispondo-nos às podas necessárias da conversão, com renúncias, sacrifícios e maior empenho e dedicação de todos nas mais diversas atividades quotidianas e pastorais e, assim, melhor correspondermos ao amor de Deus por nós.

Quando na videira permanecemos, fortalecemos nossa comunhão com a Igreja e nos abrimos a novas perspectivas, buscando respostas aos novos desafios, sejam quais forem.

Quando nos nutrimos da Seiva do Amor que emana abundantemente da Videira que é Cristo Jesus, temos a plena convicção de que algo fizemos, mas sempre o ainda nunca bastante.

Que a lição do Divino Multiplicador, Jesus, nos inspire a crer que cinco pães e dois peixes acompanhados de amor é perfeição, possibilidade de divinas realizações.

Quando há amor, amante e amado não se separam! (VDTPB) (18/05)

                                                            

Quando há amor, amante e amado não se separam!

No Evangelho de São João, há um grande convite para permanecermos com Jesus (Jo 15).

Quem ama gosta de estar com seu amado, porque no amor vivido encontra-se a verdadeira alegria. Jesus que tanto nos ama, quer estar conosco e nos convida a permanecer com Ele.

Permanecer, ficar com Ele, não ignorá-Lo, não tornar-se indiferente ao Seu Amor.

Jesus é a Verdadeira Videira na qual somos enxertados para produzir muitos frutos.

Como toda videira precisa da poda de seus ramos para produzir frutos, também nós, ramos preciosos de Deus, precisamos das podas cotidianas para que os frutos sejam abundantes.

Permanecer com Jesus nos pede podas, limpeza, purificação, conversão, renúncia, sacrifícios, abrir mão de vontades, caprichos e princípios que não condizem com Seu Evangelho.

Permanecer é estar unido ao tronco que Ele é. Somos apenas ramos, mas é nos ramos que os frutos aparecem.

Ele nos garante colheita abundante, porque garante vitalidade aos Seus ramos com a seiva fundamental e vital: a Seiva do Amor, que foi testemunhado quando por nós na Cruz foi pregado, Coração transpassado, Sangue e Água jorrados e o mundo reconciliando.

Precisamos fortalecer nossa união com Cristo, suportando todas as adversidades, inclusive as vividas dentro da comunidade, da Igreja, que para além de seus limites, apresentam ao mundo saborosos frutos de amor, verdade, solidariedade e paz.

Permanecer com Jesus não quer dizer que problemas não existirão, perseguições não nos acompanharão e que todas as lágrimas para sempre secarão! Não! Isto é como ficar entorpecido pelo ópio, alienar-se do que deve ser superado.

Permanecer com Ele quer dizer que não estamos sós, temos a Seiva de Seu Amor, na ação do Espírito Santo que o Pai sempre nos envia.

A vida consiste em atender ao convite de Jesus: permanecer com Ele. Recusar Seu convite é unir-se às árvores que produzem mortes.

Na árvore da vida, na Verdadeira Videira enxertados ou das árvores enganadoras e sedutoras embriagados, e da vida afastados.

Somente na Verdadeira Videira os bons frutos são produzidos. Longe d'Ela a vida será marcada pela insatisfação, egoísmo, frustração, auto-suficiência e morte.

Permanecer com Jesus é viver de, com e para Ele, num amor incondicional. O amor vivido evidencia a fé que temos e a fé que professamos. O amor vivido é a garantia de frutos abundantes com cestas, corações e mesas fartas!

O amor vivido torna visível a fé, porque faz da esperança não algo improvável, mas já alcançável, porque quem em Deus confia jamais se decepciona.

O amor torna-se, enfim, condição indispensável para conhecermos a Deus e permanecermos com Seu Filho. Assim podemos invocar o Espírito e Ele nos assistirá!

A alegria acompanha o coração daquele que crê, porque por Ele apaixonado, enamorado, sabe que mãos vazias não terá, coração ressequido não conhecerá; mãos e pés enfraquecidos jamais vacilarão e tropeçarão.

Ao convite amoroso de Jesus:
 “Permaneçam comigo!”, só há uma resposta:
“Queremos permanecer Contigo, Senhor, porque somente
Tu tens Palavras de Vida Eterna!”.

Nada podemos sem Jesus (VDTPB) (18/05)

Nada podemos sem Jesus

Acolhamos o comentário de Santo Agostinho, referente ao Evangelho de João (Jo 15), no qual Jesus Se apresenta como a Videira e, dela, somos os ramos.

“Portanto, todos nós, unidos a Cristo, nossa Cabeça, somos fortes, mas, separados da nossa Cabeça, não valemos nada [...]. Porque, unidos à nossa Cabeça, somos Videira; sem a nossa Cabeça [...], somos ramos cortados, destinados não ao uso dos agricultores, mas ao fogo. Por isso Cristo diz no Evangelho: Sem mim não podeis fazer nada. Ó Senhor! Sem ti, nada; contigo, tudo [...]. Sem nós, Ele pode muito ou, melhor, tudo; nós sem Ele, nada”.

Todos temos projetos, sonhos, metas a serem alcançadas. A Igreja tem seus Planos Pastorais, desafios que clamam por respostas: profecia a ser revigorada; missão a ser renovada em ardor indispensável; evangelização que não se acomode aos velhos métodos, mas incansável em buscar novos métodos, expressões, meios para que a Boa Nova do Evangelho chegue a tantos que ainda não conhecem Jesus.

Reflitamos:

- Como comunicar o Evangelho, como Boa Nova que transforma e compromete com um Mundo Novo, sinalizando a alegria da presença do Reino de Deus em nosso meio?

- Como se colocar frente ao indiferentismo religioso e ao número dos que se declaram sem religião que cresce e nos preocupa?

- Como, diante de uma mentalidade secular, manter a fidelidade ao Evangelho nas pequenas e grandes, antigas e novas questões que vão surgindo?

- Como ser Boa Nova para o mundo sem trair o Evangelho?

Mais do que nunca a Igreja, Mãe e Mestra, perita em humanidade, como aprendemos, deve permanecer fiel Àquele que a edificou sobre a fé de Pedro (Mt 16,18), não se conformando a este mundo (Rm 12,2), e sem jamais se envergonhar do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, como bem falou o Apóstolo aos Romanos (Rm 1).

Jamais trair o Evangelho para se acomodar aos tempos. Jamais perder a graça de ser sal, fermento e luz, ainda que incompreensões, perseguições tenha que enfrentar. Assim foi, assim o será, já nos disse o Senhor quando do Sermão da Montanha (Mt 5,1-12).

Bem disse Santo Agostinho e nós cremos e rezamos:

Ó Senhor! Sem ti, nada; contigo, tudo [...].
Sem nós, Ele pode muito ou, melhor, tudo;
nós sem Ele, nada”.

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