domingo, 22 de outubro de 2023

A vigilância ativa e os compromissos emergentes da fé (04/06)

                                                   


A vigilância ativa e os compromissos emergentes da fé

Reflexão à luz da passagem da Segunda Carta de São Pedro (2Pd 3,12-15a.17-18; Sl 89, 2-4.10.14-16; Mc 12,13-17), sobre o compromisso social e religiosa, e sua relação profunda e inseparável na expressão de uma fé viva, sólida, ancorada pela esperança de um mundo novo que culmina na eternidade, sempre impulsionados por pequenos e grandes gestos de amor.

Com a Igreja, aprendemos que a vida cristã coerente deve ser vivida na vigilância ativa, ou seja, a espera de um novo céu e nova terra, a espera do Senhor que veio, vem e virá pela segunda vez.

Esta vigilância se dá com esforços multiplicados, acompanhados de uma conduta irrepreensível, sem jamais paralisar ou retroceder no crescimento da amizade e intimidade com o Senhor Jesus Cristo.

Deste modo,  Jesus ao dizer “Dai a César o que de César e a Deus o que é de Deus” nos permite afirmar que reconhecer e aceitar o poder político não equivale a desconhecer e rejeitar a Deus. O poder político é lícito para o exercício dos assuntos públicos, mas somente a Deus devemos adorar em espírito e verdade, em doação e na entrega plena e total de nossa vida.

Está implícita a dupla fidelidade que o cristão deve viver em sua dimensão pessoal, no seu existir e agir: a dimensão religiosa e a dimensão temporal.

Jamais se deve separar totalmente a ação política da ação religiosa, como muito bem nos diz a Igreja em diversos Documentos, e de modo muito especial a “Gaudium et Spes” (Vaticano II - nºs 73-77 – Cap. IV). 

Em resumo, neste capitulo, fala da consciência da missão da Igreja na comunidade Política.

Também em outro documento, o Papa São Paulo VI afirmou: - “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros” (Octogesima Adveniens, 46).

Finalizando, seguir Jesus, assumir a missão que Ele nos confia, implica em esperar com confiança "novos céus e nova terra onde habitará a justiça" sem permanecer alheio às alegrias e às esperanças daqueles que estão ao nosso lado, sobretudo os mais pobres.

A esperança dos bens futuros, numa vigilância ativa, alimentada pela força salutar da Eucaristia, é a grande força para superar toda forma de contrariedade e adversidades.

Somente assim não vacilaremos na fé, nem esmoreceremos na esperança e não esfriaremos na caridade, de modo que seremos resistentes na tentação, pacientes na tribulação e agradecidos a Deus nos mais preciosos sinais de prosperidade.

PS: Lecionário Comentado – Tempo Comum - Vol. I – Editora Paulus - Lisboa - pp. 428-432.

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