domingo, 30 de abril de 2023

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

Aprofundemos sobre a missão do Bom Pastor, que é o próprio Jesus Cristo, à luz das reflexões de São Clemente de Alexandria (séc. III):

“As pessoas em bom estado de saúde não necessitam de médico, ao menos enquanto estão bem; os enfermos, ao contrário, necessitam de sua arte. Da mesma forma, nós que nesta vida estamos enfermos e oprimidos pelos desejos vergonhosos, de intemperança condenável, de todas as outras desordens de nossas paixões, necessitamos do Salvador.

Ele nos aplica doces medicamentos, mas também remédios amargos: as raízes amargas do temor detêm as úlceras do pecado. Eis por que o temor, embora seja amargo, é saudável.

Por isso nós, os enfermos, necessitamos do Salvador; extraviados, d’Aquele que nos guie; cegos, d’Aquele que nos ilumine; sedentos, da fonte de Água Viva; e aqueles que bebem dela nunca mais terão sede; mortosnecessitam da Vida; o rebanho, do Pastor; as crianças, do Pedagogo; e toda a humanidade necessita de Jesus: por receio que, sem guia e sendo pecadores, caiamos na condenação final. É necessário, ao contrário, que sejamos separados da palha e empilhados no celeiro do Pai. ‘A pá está na mão’ do Senhor, e com ela separa o trigo do joio destinado ao fogo.

Se quisermos, podemos compreender a profunda sabedoria do Santo Pastor e Pedagogo, o onipotente Verbo do Pai, quando, servindo-Se da alegoria, proclama-Se Pastor do rebanho; Ele é também o Pedagogo dos pequeninos.

É assim que Ele aborda amplamente, através de Ezequiel, aos anciãos, e que lhes dá o exemplo salutar de uma solicitude esmerada: Cuidarei do que está ferido, e curarei o que está fraco, trarei de volta os que se extraviaram, e apascentarei Eu mesmo no meu Santo monte. Tal é a promessa de um Bom Pastor. Apascenta as Tuas criaturas como a um rebanho.

Sim, Senhor, sacia-nos; dá-nos com abundância o pasto de Tua justiça; sim, Pedagogo, conduz-nos até o Teu Santo monte, até a Tua Igreja, a que está colocado no alto, acima das nuvens, que toca os céus! E eu serei, diz Ele, seu Pastor, e estarei perto deles, como a túnica de sua pele. Ele quer salvar a minha carne, revestindo-a com a túnica da incorruptibilidade, e ungiu a minha pele.

Eles me chamarão, diz o Senhor, e Eu lhes direiAqui estou. Me escutas muito antes do que eu esperava, Senhor. Se cruzarem as águas, não resvalarão, diz o Senhor. De fato, não cairemos na corrupção, os que cruzamos até a incorruptibilidade, porque Ele nos sustentará. Ele disse e quis.

Assim é nosso Pedagogo: realmente bom. Não vim, disse Ele, para ser servido, mas para servir. Por isso o Evangelho O revela fatigado; se fadigas por nós e prometeu dar Sua vida como resgate por muitos.

Somente o Bom Pastor – acrescenta – se comporta assim. Que grande benfeitor; entrega por nós o que tem de melhor: sua vida! Que grande benfeitor e amigo do homem, Aquele que, sendo Senhor, quis ser seu irmão! E Sua bondade chegou a tal extremo, que morreu por nós.” (1)

Amemos, adoremos e sigamos os passos de Jesus, pois, Ele é de fato o Santo Pastor e Pedagogo, que conosco caminha.

Alegremo-nos!
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha, e tão somente Ele tem Palavra de Vida Eterna que nos ilumina e orienta.

Ele é o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, caminhou entre nós, fez-Se um de nós, igual a nós, exceto no pecado.

Aleluia!

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo” (continuação)

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele tem Palavra de Vida Eterna,
Que nos ilumina e nos orienta.
Ele é o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele nos garante o melhor Vinho,
Como fez nas festas das Bodas de Caná.
Façamos tudo o que Ele nos disser.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele sacia nossa sede de vida eterna,
Como saciou a sede da samaritana à beira do poço de Jacó.
A Ele recorramos, nós, tão sedentos de amor e vida que somos.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele sacia nossa fome de eternidade,
Como saciou a fome de multidões, e Se fez para nós
Pão Vivo de imortalidade, antídoto para não morrer, na Santa Eucaristia.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Verdade que nos liberta.
Conheçamos esta Verdade que nos faz verdadeiramente livres,
Pois foi para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1).

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele cura nossa cegueira, para que vejamos saídas,
Assim como curou o cego de nascença, também curado sejamos.
Ele que é a Luz do mundo, e nós sinais desta Luz.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Bom Pastor, que nos ama e nos conduz,
E por nós dá livremente a Sua própria vida,
Para que vida plena e definitiva tenhamos.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Ressurreição e a Vida
Assim como ressuscitou Lázaro, também nos ressuscitará,
Pois, n’Ele vivendo e crendo, não morreremos para sempre.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Mestre e Senhor, como nos falou na Santa Ceia;
Lavando humildemente os pés dos discípulos,
Um ensinamento de amor, serviço e doação nos concedeu.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida:
Caminho que nos leva ao Pai, Verdade que ilumina os povos
E Vida que renova o mundo, confessamos piamente.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Videira amada do Pai,
Na qual somos ramos unidos para frutos produzir;
Nutridos pela Seiva do Amor, que da Videira nos vem: o Santo Espírito.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele ora por nós, em nós e recebe a nossa oração.
Porque Ele e o Pai, com o Espírito, são perfeita comunhão,
Por isto, ora, a fim que também todos sejamos Um.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo conosco, caminha.
Amamos, adoramos e cremos que o Santo e Bom Pastor e Pedagogo,
Jesus, que tanto nos ama, e nos amando até o fim,
Assegura-nos o perfeito caminho que nos faz livres e felizes.
Amém. Aleluia!

   
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp.99-100 

Foi por amor a ti


Foi por amor a ti

“Tendo amado os Seus que estavam no mundo,
amou-os até o fim.”
(Jo 13,1)

Foi por amor a ti
Que desci e vim e ao teu encontro na forma de uma criança.

Foi por amor a ti
Que aprendi palavras para falar contigo, Eu que sou a Palavra.

Foi por amor a ti
Que me fiz frágil e indefeso, Eu que sou o Deus forte.

Foi amor a ti
Que venci Satanás, para que comigo também possas vencer.

Foi por amor a ti
Que suportei a sede, para me tornar tua perene e salutar fonte.

Foi por amor a ti
Que suportei o abandono, para que não te sintas só.

Foi por amor a ti
Que mesmo negado e traído, fui adiante, sem desistir de ti.

Foi por amor a ti,
Para saciar tua fome de amor e vida, que me fiz Comida e Bebida.

Foi por amor a ti
Que, para vencer o peso da Cruz, me Transfigurei antecipando a visão da glória.

Foi por amor a ti,
Para secar tuas lágrimas, que também as vi em mim vertidas.

Foi por amor a ti
Que suportei o trespassar do coração, alargando-o, para nele tu coubesses.

Foi por amor a ti
Que enfrentei ventos e tempestades, para atravessar os mares contigo.

Foi por amor a ti
que não tive onde reclinar a cabeça, a não ser no trono da Cruz.

Foi por amor a ti
Que venci a escuridão da noite, para fazer claros os teus dias: Ressuscitado fui.

 Foi por amor a ti,
Para que nunca te sintas sozinho, que o meu Espírito te foi enviado.

Foi por amor a ti
Que isto e muito mais Eu fiz, e muito mais o farei até o fim dos tempos. 

Amém. Aleluia!


sexta-feira, 28 de abril de 2023

Ouçamos a verdadeira Palavra

Ouçamos a verdadeira Palavra 

As páginas do Antigo Testamento nos revelam que o Profeta é o homem capaz de ler o presente com o olhar iluminado por Deus.  

Deste modo, Profeta é aquele que Deus chamou não pelos próprios méritos, porque ser profeta é um Dom, e, assim, é habilitado para falar em Seu nome, e Deus coloca as palavras em seus lábios. 

Quanto à prática de Jesus, Ele Se distingue do ensinamento dos escribas, por Sua Palavra e ação, e Sua autoridade intrínseca, isto é, não fala como os letrados estudiosos da Escritura, mas com a autoridade do Pai. 

Ele é a própria Palavra de Deus encarnada no meio da humanidade –“O Verbo Se fez carne e habitou entre nós”. Jesus é a ação do Deus que liberta e cura, mas exige nossa participação e coragem, para enfrentarmos e aceitarmos o mal que existe em nós para dele sermos libertos. 

É preciso desamarrar as resistências, para que o espírito impuro seja expulso de dentro de cada um de nós; para que seja calado, silenciado, emudecido - "Cala-te", disse o Senhor! 

A Palavra do Divino Mestre não nos anestesia para a mediocridade e escuridão. É uma Palavra serena, e ao mesmo tempo, revolucionária, inquietante, libertadora, provocadora, que desestabiliza, impulsiona, compromete, converte e alimenta. 

A Palavra de Jesus não nos dispensa de sinceros compromissos, paciência e entrega, pois é revestida de uma autoridade que o mundo desconhece.  

Nunca foi tão fácil e rápido se embriagar de palavras e informações (é o lado belo do mundo midiático), mas precisamos ter discernimento para escolher, ouvir e acolher palavras que edificam. 

Entre as palavras, temos sempre, acima de todas, a Palavra de Deus, a Palavra do Divino Mestre. 

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós, para que não sejamos embriagados pelas palavras do mundo, mas iluminados e conduzidos pela Palavra que liberta: Jesus Cristo.

terça-feira, 25 de abril de 2023

Em poucas palavras... (VIDTPB)(04/05)

                                            


Envolvidos pelo amor divino

“O amor de Deus é «eterno» (Is 54, 8): «Ainda que as montanhas se desloquem e vacilem as colinas, o meu amor não te abandonará» (Is 54, 10). «Amei-te com amor eterno: por isso, guardei o meu favor para contigo» (Jr 31, 3).” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 220

sexta-feira, 14 de abril de 2023

O Senhor caminha conosco! Aleluia! (IIIDPB)

                                                                    

O Senhor caminha conosco! Aleluia!

Que a Boa Nova da Ressurreição de Jesus
seja nossa força na missão: A Ressurreição
de Jesus se descobre caminhando.

Uma reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (24,13-35), sobre a caminhada dos discípulos de Emaús.

Urge que descubramos Cristo vivo, que Se manifesta caminhando com os discípulos e com a humanidade.

Com Sua Palavra, medo, mágoas, tristezas, desânimo são superados, dando lugar à coragem, ao perdão, à alegria, à esperança.

Assim como Sua voz fez arder o coração dos discípulos de Emaús, enquanto lhes falava das Escrituras, também o nosso em cada Eucaristia que participamos e a Palavra de Deus ouvimos.

Do mesmo modo, nossos olhos se abrem ao partir e repartir o Pão, Corpo e Sangue do Senhor, como também o fez com os discípulos, ficando com eles naquele entardecer inesquecível, assim faz conosco em cada Banquete Eucarístico que participamos.

Contemplemos a presença de Cristo Vivo, Ressuscitado e Vitorioso, que caminha com a comunidade. Enche o coração dos discípulos de esperança, fazendo o mesmo arder, e Se dá a reconhecer na partilha do Pão.

Deus não intervém de forma espetacular, mas no caminhar, no comunicar Sua Palavra e no simples gesto do Partir do Pão (simples e com tons Eucarísticos).

Esta passagem é uma página verdadeiramente catequética, e não uma reportagem jornalística. O Evangelista quis levar a comunidade à acolhida da Palavra do Ressuscitado, para retomar o caminho com ardor missionário, nutridos pela presença do Ressuscitado, encontrada no Pão Eucarístico, na Ceia piedosa, consciente, ativa e frutuosamente celebrada, como a Igreja nos ensina ao longo dos tempos.

É preciso passar do contexto do fracasso, do desencanto, da frustração para uma nova postura: alegres e corajosos discípulos missionários que encontram e sentem a presença do Ressuscitado caminhando. A fé não permite que haja recuos, desistência da Novidade do Reino por Jesus inaugurado.

O Evangelista dirige sua mensagem à comunidade dos que creem e caminham; pelas dificuldades, desanimados e sem rumo, para que não deixem morrer os sonhos que parecem diluir e desmoronar, diante da realidade monótona, ou hostil, com suas provações e adversidades.

Quando se sente a presença de Jesus, que Se faz companheiro, que caminha junto, que conhece nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, sentimos que não estamos sós, que Alguém, ainda que não vejamos, conosco caminha, e esta presença se dá desde que Ele nos comunicou, com o Seu Divino Sopro, o Espírito, e nos enviou como Suas testemunhas: ”Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15).

Coloquemo-nos a caminho, com a convicção de que Jesus caminha conosco, ao nosso lado, para que superemos crises, fracassos, desalentos, desânimos.

Reflitamos:

- Qual o lugar da Palavra de Deus em nossa vida?
- Arde nosso coração quando lemos, proclamamos, refletimos, pregamos a Palavra de Deus, sobretudo nas Missas que participamos?

- Nossos olhos se abrem na Partilha do Pão e reconhecemos a presença do Ressuscitado?
- Repetimos este gesto de amor e partilha, com nossos irmãos, no quotidiano?

- Voltar para Emaús e desistir ou voltar para “Jerusalém” e, com coragem, proclamar a Boa Nova da Ressurreição?

- Em nossas Missas, sentimos o que aconteceu com os discípulos de Emaús: arde nosso coração e se abrem nossos olhos?

- Cléofas e outro caminhavam de volta, desanimados, tristes, derrotados. Também já nos sentimos assim na caminhada da comunidade?

Vemos, portanto, que a história dos discípulos de Emaús é a nossa história de cada dia:

“Os nossos olhos fechados que não reconhecem o Ressuscitado... os nossos corações que duvidam, fechados na tristeza... os nossos velhos sonhos vividos com decepção... o nosso caminho, talvez, afastando-se do Ressuscitado...

N’Ele, durante este tempo, ajustemos o Seu passo ao nosso para caminhar junto de nós no caminho da vida.  Há urgência em abrir os nossos olhos para reconhecer a Sua Presença e a Sua ação no coração do mundo e para levar a Boa Notícia: Deus Ressuscitou Jesus! Eis a nossa fé! (1)

Renovemos a alegria de caminhar com Jesus, e também, a alegria de ser discípulo missionário, cujo coração arde pelo fogo da Palavra proclamada, acolhida, crida e vivida; cujos olhos se abrem e reconhecem Jesus no partir do Pão, um gesto tão simples, tão belo, tão divino, que há de se repetir em outros tantos gestos de amor e partilha no quotidiano a fim de que todos tenhamos vida plena, abundante.

A Ressurreição de Jesus se descobre caminhando, e esta é força na missão, a Boa Nova que nos dá coragem para avançarmos para as águas mais profundas, em plena confiança na Palavra de Deus.

Em cada Missa que participarmos, ouçamos Deus que nos fala ao coração, e que nos abre os olhos para que O reconheçamos.

Urge que o desalento, o desânimo, a frustração, o fracasso e a derrota cedam lugar à fidelidade, à esperança, à coragem, aos sonhos, à alegria. Tudo isto é possível quando o Amor de Deus é derramado em nossos corações por meio do Cristo Ressuscitado e a presença do Seu Espírito. 

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

sábado, 1 de abril de 2023

Virtudes divinas vividas para vencer as turbulências


Virtudes divinas vividas para vencer as turbulências

Estamos numa barca, e os ventos são assustadores. Inquietos, recolhidos, revendo atitudes, valores, passos dados. Tempo de se rever como se vivia, para novos caminhos redescobrir.

São lições que estamos todos aprendendo, por um preço muito alto: vida de tantos e tantas, assim como a vida de nossa casa comum.

Tempo de revigorar a fé em nosso coração, de renovar o mais profundo de nós e plenificar o coração do absolutamente essencial: o amor, o amor que jamais passará.

Reflitamos sobre as virtudes divinas que nos ajudam nesta travessia em meio às turbulências a serem enfrentadas, conscientes de que estamos todos na mesma barca, e o Senhor conosco e nos diz – “Por que sois tão medrosos, ainda não tendes fé?” (Mc 4, 35-41).

Passagem do Evangelho -  Lc 17,5-6: sobre a virtude da fé:
“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’ O Senhor respondeu: ‘Se tivésseis fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

Todo o tempo e de modo especial neste tempo, temos que testemunhar nossa fé, confiantes na Palavra do Senhor, e crer na  onipotência do amor de Deus e de seu poder, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, por meio do Seu Espírito.

Tempo de crer no melhor de Deus para todos nós, pois Deus é fiel à Sua Aliança de amor com a humanidade, e nunca nos abandonou e jamais nos abandonará.

Deus que tanto nos ama, espera que nos voltemos para Ele de coração puro e sincero, reconciliados com Ele e conosco, em novas relações mais humanas, justas, simples, fraterna; sem marcas de egoísmo, inveja, maldade, arrogância, prepotência, petulância que tão apenas nos afastam da vida e da felicidade querida por Ele para todos nós.

Passagem da Sagrada Escritura - (1 Pd 3,15): sobre a virtude da esperança:

“Antes, ‘santificai o Senhor Jesus Cristo’ em vossos corações e estais sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir”.

Esperança como virtude divina, jamais poderá ser compreendida com uma espera passiva, mas acompanhada de sagrados compromissos no testemunho da fé, em gestos multiplicados de amor, a virtude maior que nos conduz.

Esperança, portanto, é somar com o outro para o milagre do amor multiplicar; ousar na busca do inédito do melhor de Deus para todos nós; é não desistir jamais dos sonhos, das metas, das utopias, da alegria da contemplação do Reino já presente no meio de nós.

Passagem da Sagrada Escritura – 1 Cor 13, 1-13 – sobre a virtude divina do amor:

“Se eu falasse as línguas dos homens e a dos anjos, mas não tivesse amor; eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine...”

O Apóstolo nos apresenta o Hino ao amor-caridade, que a humanidade tem que reaprender e está reaprendendo, sobretudo neste momento tão obscuro, inquietante que a todos nos envolve.

É tempo de acolhermos e vivermos a essência da fé cristã, o novo Mandamento do Amor que Nosso Senhor nos ordenou:

“Eu vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns para com os outros”. (Jo 13, 34-35).

Sigamos em frente, iluminados e fortalecidos pelas palavras divinas fazendo nossa travessia, ora em mar agitado, ora deserto. Ambas as imagens representam bem o momento que todos estamos vivendo.

Se em mar agitado, ventos e tempestades não serão capazes de nos naufragar; urge que tenhamos fé na Palavra e Presença do Senhor, que dá sentido à nossa esperança e nos envolve com seu amor e sua presença por meio do Seu Espírito, enviado pelo Pai, em Seu nome.

Se no deserto, provação, aridez, privação se fizerem presentes,  tenhamos fé, supliquemos ao Senhor o colírio da fé, para ver o amanhecer com esperança, fazendo cada dia um tempo favorável e irrenunciável para amar, solidarizar e novas relações com o outro e com o planeta estabelecer. O Senhor sempre nos concederá um oásis, para saciarmos nossa sede de água viva de amor, vida e paz.

Mar ou deserto, Ele está conosco: coragem! Tenhamos fé, esperança e caridade.

Um refrão para concluir:

“Eu confio em Nosso Senhor, com fé, esperança e amor...”

PS: Escrito em abril de 2020

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