“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”
Aprofundemos sobre a missão do Bom Pastor, que é o próprio Jesus Cristo, à luz das reflexões de São Clemente de Alexandria (séc. III):
“As pessoas em bom estado de saúde não necessitam de médico, ao menos enquanto estão bem; os enfermos, ao contrário, necessitam de sua arte. Da mesma forma, nós que nesta vida estamos enfermos e oprimidos pelos desejos vergonhosos, de intemperança condenável, de todas as outras desordens de nossas paixões, necessitamos do Salvador.
Ele nos aplica doces medicamentos, mas também remédios amargos: as raízes amargas do temor detêm as úlceras do pecado. Eis por que o temor, embora seja amargo, é saudável.
Por isso nós, os enfermos, necessitamos do Salvador; extraviados, d’Aquele que nos guie; cegos, d’Aquele que nos ilumine; sedentos, da fonte de Água Viva; e aqueles que bebem dela nunca mais terão sede; mortos, necessitam da Vida; o rebanho, do Pastor; as crianças, do Pedagogo; e toda a humanidade necessita de Jesus: por receio que, sem guia e sendo pecadores, caiamos na condenação final. É necessário, ao contrário, que sejamos separados da palha e empilhados no celeiro do Pai. ‘A pá está na mão’ do Senhor, e com ela separa o trigo do joio destinado ao fogo.
Se quisermos, podemos compreender a profunda sabedoria do Santo Pastor e Pedagogo, o onipotente Verbo do Pai, quando, servindo-Se da alegoria, proclama-Se Pastor do rebanho; Ele é também o Pedagogo dos pequeninos.
É assim que Ele aborda amplamente, através de Ezequiel, aos anciãos, e que lhes dá o exemplo salutar de uma solicitude esmerada: Cuidarei do que está ferido, e curarei o que está fraco, trarei de volta os que se extraviaram, e apascentarei Eu mesmo no meu Santo monte. Tal é a promessa de um Bom Pastor. Apascenta as Tuas criaturas como a um rebanho.
Sim, Senhor, sacia-nos; dá-nos com abundância o pasto de Tua justiça; sim, Pedagogo, conduz-nos até o Teu Santo monte, até a Tua Igreja, a que está colocado no alto, acima das nuvens, que toca os céus! E eu serei, diz Ele, seu Pastor, e estarei perto deles, como a túnica de sua pele. Ele quer salvar a minha carne, revestindo-a com a túnica da incorruptibilidade, e ungiu a minha pele.
Eles me chamarão, diz o Senhor, e Eu lhes direi: Aqui estou. Me escutas muito antes do que eu esperava, Senhor. Se cruzarem as águas, não resvalarão, diz o Senhor. De fato, não cairemos na corrupção, os que cruzamos até a incorruptibilidade, porque Ele nos sustentará. Ele disse e quis.
Assim é nosso Pedagogo: realmente bom. Não vim, disse Ele, para ser servido, mas para servir. Por isso o Evangelho O revela fatigado; se fadigas por nós e prometeu dar Sua vida como resgate por muitos.
Somente o Bom Pastor – acrescenta – se comporta assim. Que grande benfeitor; entrega por nós o que tem de melhor: sua vida! Que grande benfeitor e amigo do homem, Aquele que, sendo Senhor, quis ser seu irmão! E Sua bondade chegou a tal extremo, que morreu por nós.” (1)
Amemos, adoremos e sigamos os passos de Jesus, pois, Ele é de fato o Santo Pastor e Pedagogo, que conosco caminha.
Alegremo-nos!
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha, e tão somente Ele tem Palavra de Vida Eterna que nos ilumina e orienta.
Ele é o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, caminhou entre nós, fez-Se um de nós, igual a nós, exceto no pecado.
Aleluia!
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