Virtudes divinas vividas
para vencer as turbulências
Estamos numa barca, e os ventos são
assustadores. Inquietos, recolhidos, revendo atitudes, valores, passos dados.
Tempo de se rever como se vivia, para novos caminhos redescobrir.
São
lições que estamos todos aprendendo, por um preço muito alto: vida de tantos e
tantas, assim como a vida de nossa casa comum.
Tempo
de revigorar a fé em nosso coração, de renovar o mais profundo de nós e
plenificar o coração do absolutamente essencial: o amor, o amor que jamais
passará.
Reflitamos
sobre as virtudes divinas que nos ajudam nesta travessia em meio às
turbulências a serem enfrentadas, conscientes de que estamos todos na mesma
barca, e o Senhor conosco e nos diz – “Por que sois tão medrosos, ainda não
tendes fé?” (Mc 4, 35-41).
Passagem
do Evangelho - Lc 17,5-6: sobre a
virtude da fé:
“Os
apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé!’ O Senhor respondeu: ‘Se
tivésseis fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira:
‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
Todo
o tempo e de modo especial neste tempo, temos que testemunhar nossa fé, confiantes na
Palavra do Senhor, e crer na onipotência
do amor de Deus e de seu poder, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro,
por meio do Seu Espírito.
Tempo
de crer no melhor de Deus para todos nós, pois Deus é fiel à Sua Aliança de
amor com a humanidade, e nunca nos abandonou e jamais nos abandonará.
Deus
que tanto nos ama, espera que nos voltemos para Ele de coração puro e sincero,
reconciliados com Ele e conosco, em novas relações mais humanas, justas,
simples, fraterna; sem marcas de egoísmo, inveja, maldade, arrogância,
prepotência, petulância que tão apenas nos afastam da vida e da felicidade
querida por Ele para todos nós.
Passagem
da Sagrada Escritura - (1 Pd 3,15): sobre a virtude da esperança:
“Antes,
‘santificai o Senhor Jesus Cristo’ em vossos corações e estais sempre prontos a
dar razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir”.
Esperança como virtude divina, jamais poderá ser compreendida com
uma espera passiva, mas acompanhada de sagrados compromissos no testemunho da
fé, em gestos multiplicados de amor, a virtude maior que nos conduz.
Esperança,
portanto, é somar com o outro para o milagre do amor multiplicar; ousar na busca
do inédito do melhor de Deus para todos nós; é não desistir jamais dos sonhos,
das metas, das utopias, da alegria da contemplação do Reino já presente no meio
de nós.
Passagem
da Sagrada Escritura – 1 Cor 13, 1-13 – sobre a virtude divina do amor:
“Se
eu falasse as línguas dos homens e a dos anjos, mas não tivesse amor; eu seria
como um bronze que soa ou um címbalo que retine...”
O
Apóstolo nos apresenta o Hino ao amor-caridade, que a humanidade tem que
reaprender e está reaprendendo, sobretudo neste momento tão obscuro,
inquietante que a todos nos envolve.
É
tempo de acolhermos e vivermos a essência da fé cristã, o novo Mandamento do
Amor que Nosso Senhor nos ordenou:
“Eu
vos dou um novo Mandamento: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, assim
também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns para com os outros”. (Jo 13, 34-35).
Sigamos
em frente, iluminados e fortalecidos pelas palavras divinas fazendo nossa
travessia, ora em mar agitado, ora deserto. Ambas as imagens representam bem o
momento que todos estamos vivendo.
Se em mar agitado, ventos e tempestades não serão capazes de nos
naufragar; urge que tenhamos fé na Palavra e Presença do Senhor, que dá sentido
à nossa esperança e nos envolve com seu amor e sua presença por meio do Seu
Espírito, enviado pelo Pai, em Seu nome.
Se no deserto, provação, aridez, privação se fizerem
presentes, tenhamos fé, supliquemos ao
Senhor o colírio da fé, para ver o amanhecer com esperança, fazendo cada dia um
tempo favorável e irrenunciável para amar, solidarizar e novas relações com o
outro e com o planeta estabelecer. O Senhor sempre nos concederá um oásis, para
saciarmos nossa sede de água viva de amor, vida e paz.
Mar ou deserto, Ele está conosco: coragem! Tenhamos fé,
esperança e caridade.
Um refrão para concluir:
“Eu
confio em Nosso Senhor, com fé, esperança e amor...”
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