Não fosse o Senhor Ressuscitado...
O anúncio de Jesus seria inócuo, olvidado, sem ressonância, de fato, insuportável.
O Pão partilhado na ceia, se não sem sabor, com sabor pior da amarga decepção.
O vinho oferecido, como Sangue apresentado, cálice da amarga ilusão, fracasso sem comparação.
O Evangelho, por Ele anunciado, não alegre notícia, mas notícia mais que indesejável.
Não fosse o Senhor Ressuscitado...
A Cruz oferecida, jugo que nos pesaria, que humanamente ninguém jamais suportaria.
Seus ensinamentos de amor, partilha, solidariedade, perdão quem guardaria no coração?
Ao Seu convite, a Sua voz, que a alguns chamou pelo nome, ouvidos taparíamos.
Distância d’Ele e do Papaizinho d’Ele tão amado é a atitude que tomaríamos.
Não fosse o Senhor Ressuscitado...
Os discípulos de Emaús jamais para Jerusalém alegremente voltariam.
O mundo não O conheceria, porque não haveria quem d’Ele falaria.
A liturgia, que é fonte e ápice da vida, que beleza e esplendor teria?
Quem exultaria e, da Santa Mesa da Vida, com alegria participaria?
Não fosse o Senhor Ressuscitado...
A história de Jesus a mais trágica e funesta história...
Sua existência, um estrondoso e inesquecível fracasso.
A história da Igreja? Que história? Dela nem memória!
Seria a soma de desilusões, inútil doação e cansaço...
Não fosse o Senhor Ressuscitado...
Teria Ele descido, tristemente, dos mortos, à mansão,
Juntado às almas que há muito na escuridão jaziam...
Sem Sua gloriosa Ressurreição, que esperança teriam?
A não ser acolher a espera em eterna e absoluta escuridão!
Não fosse o Senhor Ressuscitado...
As correntes que a todos prendiam, neste vale mais profundo,
Jamais seriam rompidas, para sempre eterno grilhão...
Que triste destino não só para Ele, mas para todo o mundo
Que desejava ver a morte estilhaçada, liberdade-Ressurreição!
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Deus O Ressuscitou, porque o Pai jamais O desamparou.
O Pai que tanto O amou, nunca desapontou e decepcionou.
Ele O Ressuscitou, um novo tempo inaugurou.
Falou mais alto o Amor que ama e sempre amou
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
A Boa Nova quem pode acorrentá-la?
A voz dos discípulos, quem pode sufocá-la?
O Sangue derramado, quem evitaria?
Diaconia e martírios, quem impediria?
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Ele presente na Palavra e na Eucaristia.
Ele Ressuscitado, presente, e mais que presente,
Com o Seu Espírito antes da morte prometido,
O Amor jamais poderia ter sido vencido!
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Ele, pelo Sangue derramado, à direita do Pai está sentado.
Ele, pelo Amor vivenciado, pelo Pai foi glorificado.
Ele, pelos discípulos imitado, pela fidelidade vivida.
Ele no Amor extremo vivido, humanidade, enfim, redimida!
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Experimentando o rebaixamento mais humanamente possível:
A morte, a mansão tristes dos mortos, foi inúmeras almas iluminar;
Os grilhões que para sempre prendiam, rompidos: que Amor crível!
Como não, ao mundo, mais bela notícia anunciar, testemunhar?
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Mas não! Definitivamente Não! Ele Ressuscitou!
Alegremo-nos com Sua Gloriosa Ressurreição!
A promessa se cumpriu: a vida venceu, de fato, a morte,
Alcançou-nos a eternidade na alegria da Salvação!
O Amor de Deus falou, como sempre, mais forte!
PS: Inspirado na Homilia de São João Crisóstomo...
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