sexta-feira, 5 de abril de 2024

Com o Ressuscitado, vencemos o medo

 


Com o Ressuscitado, vencemos o medo
 
“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!”
 
Reflitamos sobre a solicitude e o amor de Deus, para com aqueles que Ele chama e envia em missão, uma vez que a perseguição estará sempre presente no horizonte dos discípulos de Jesus.
 
À luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 10,26-33), o tema da inevitabilidade da perseguição na vida dos discípulos é explícito, assim como vimos na primeira Leitura.
 
O Evangelista exorta à superação do desânimo e frustração decorrentes das perseguições.
 
Apresenta como que um “manual do missionário cristão”, que consiste no “discurso da missão” – “Para mostrar que a atividade missionária é um imperativo da vida cristã. Mateus apresenta a missão dos discípulos como a continuação da obra libertadora de Jesus.
 
Define também os conteúdos do anúncio e as atitudes fundamentais que os missionários devem assumir, enquanto testemunhas do Reino” (1)
 
Três vezes aparece a expressão “Não temais”, assegurando a presença, ajuda e proteção divina para superação do medo que impeça a proclamação da Boa Nova; o medo da morte física; e neste medo se pode experimentar a solicitude de Deus, um cuidado que desconhece limites.
 
A mensagem é que a vida em plenitude é para quem enfrentar o medo, na fidelidade, até o fim. O medo não pode nos deixar acomodados.
 
A ternura, a bondade e a solicitude divina são imprescindíveis, pois fortalecem na missão. É preciso se entregar confiadamente nas mãos de Deus:
 
“Jesus encoraja os Seus discípulos a alargar o horizonte da vida e a avaliar os riscos vividos por Sua causa, no contexto mais amplo da vida com Deus, da vida eterna.
 
O cristão é chamado a viver na confiança de que o Pai não o abandona nas mãos dos perseguidores (v.28), que a sua vida, a sua salvação custou o Sangue do Filho e tem por isso, aos Seus olhos, um valor imenso (vv. 29-31).
 
A fidelidade e a confiança no Senhor serão recompensadas por aquele ‘reconhecimento’ que já se manifestou na Ressurreição de Cristo” (2).
 
No testemunho da fé, é possível a perseguição, portanto é necessária a confiança. Anunciar e testemunhar a Boa Nova é não deixar que o medo nos paralise, pois o medo nos impede de ser autênticos discípulos missionários:
 
“O cristão não é chamado a procurar o martírio como prova da sua fé, mas a viver constantemente a vida com os olhos fixos no Alto, isto é, a alargar aquele horizonte que hoje, mais do que nunca, tende a fechar-se no círculo dos benefícios desfrutáveis, aqui e agora.” (3)
 
Também nós precisamos ouvir a todo instante: – “Não tenhais medo”. É preciso que a Palavra de Jesus ressoe em nossos ouvidos e fique entranhada no mais profundo de nosso coração:
 
“Impressiona a história de tantos mártires cristãos, antigos e atuais, que escolheram o caminho da coerência e da fidelidade ao Senhor a custo da própria vida.
 
É com eles que nos encontramos na Comunhão dos Santos, vivida, sobretudo, na Celebração Eucarística; uma companhia que a comunidade dos crentes gosta de ter ao seu redor, mesmo com as pinturas, os afrescos, os mosaicos que adornam as nossas Igrejas (hoje reduzidas muitas vezes a belas obras que se admiram em igrejas-museu) expressões artísticas surgidas para tornar humanamente visível o que vivemos na fé.” (4)
 
Concluindo, apresentemos nas mãos de Deus nossa realidade humana, marcada pela fragilidade e necessitada de Sua força e intervenção.
 
Como cristãos, levantemos o olhar para a vida a que Cristo nos chama, ou seja, “viver a força de contestação profética que viveu Jeremias, que Jesus levou perante as autoridades judaicas e romanos e conduziu os Apóstolos ao martírio.
 
É na relação íntima e comunitária que vivemos com Deus, no desejo de sermos reconhecidos por Ele que se reforça a adesão a Cristo e ao Seu Evangelho, com a esperança libertadora de vivermos confiando no Pai.” (5)
 
Oremos:
 
“Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de Vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém.”
 
 
 
(1) www.Dehonianos.org/portal
(2) (3) (4) Lecionário Comentado p. 560.
(5) Idem p. 561.
 

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