Iluminados pela “Verbum Domini”, alegria Pascal transbordante
Vivendo o Tempo Pascal, sejamos cada vez mais fortalecidos pela Palavra, que é fonte divina de nossa conversão, como discípulos missionários do Senhor, e assim, sejamos iluminados pela “Verbum Domini”, do Papa Bento XVI (2010).
É pecado de omissão se todos nós, sem exceção, não nos colocarmos diante do apelo da conversão que a Palavra de Deus faz, pois ela é imperativo para todos, ordenados ou não.
Nosso anúncio, sobretudo como presbíteros, seria sem ressonância alguma se antes não nos puséssemos, à escuta atenta do que o Senhor nos diz, sem ignorar as Escrituras, pois ignoraríamos o próprio Cristo, como bem disse São Jerônimo e São João Paulo II - “A Palavra de Deus é indispensável para formar o coração de um bom pastor, Ministro da Palavra” – VD 78.
Quanto aos fiéis cristãos leigos e leigas, afirma “Compete, sobretudo, aos fiéis leigos formados na escola do Evangelho intervir diretamente na ação social e política. Por isso o Sínodo recomenda uma adequada educação segundo os princípios da Doutrina Social da Igreja” – VD 100.
Urge que entendamos a conversão, não como um ponto de chegada em si, mas como um caminho permanente a ser percorrido.
Assim como pedimos o pão de cada dia na oração que o Senhor nos ensinou, podemos intuir que a graça da conversão também é suplicada quotidianamente, para que melhor correspondamos à vontade de Deus.
Para que possamos avançar neste santo e inadiável propósito, assim nos diz o Papa, que somente quem se coloca primeiro à escuta da Palavra é que pode depois tornar-se seu anunciador, e não se trata de qual quer anúncio, como ele mesmo nos diz:
“Não se trata de anunciar uma palavra anestesiante, mas desinstaladora, que chama à conversão, que torna acessível o encontro com Ele, através do qual floresce a humanidade nova” – VD 93.
Com isto, torna-se o aprofundamento de nossa familiaridade com a Palavra de Deus “ ... O nosso relacionamento pessoal e comunitário com Deus depende do incremento da nossa familiaridade com a Palavra de Deus” – VD 124.
Deste modo, a Igreja será incansável neste anúncio - “A Igreja, segura da fidelidade do seu Senhor, não se cansa de anunciar a boa nova do Evangelho e convida todos os cristãos a redescobrirem o fascínio de seguir Cristo.” – VD 96.
Imprescindível se faz a participação na Eucaristia, pois “A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada Escritura, como esta, por sua vez, ilumina e explica o Mistério Eucarístico” – VD 55.
Apresenta-nos Maria, como modelo de escuta crente da Palavra Divina que muito pode nos ajudar na conversão e vivência da Palavra Divina: "No nosso tempo, é preciso que os fiéis sejam ajudados a descobrir melhor a ligação entre Maria de Nazaré e a escuta crente da Palavra Divina" – VD 27.
Tenhamos a Palavra de Deus como centro de nossa espiritualidade, pois ela é fonte da Evangelização, nseparavelmente da Eucaristia que celebramos.
Jamais nos acomodemos no Seu conhecimento, acolhimento e vivência. Palavra de Deus não apenas para ser conhecida, mas acolhida, encarnada e vivida, como sementes que se plantam para florescer já no tempo presente, reconstruindo o Paraíso, não como estéril saudosismo, mas como compromissos intransferíveis.
Vivamo-La, dando razão de nossa esperança ao mundo; artífices da caridade porque crentes na força e eficácia da Palavra (Hb 4,12).
Que a conversão seja para nós o eterno começo na abertura e acolhida da Palavra, tendo como anseio mais profunda a glória da eternidade.
Por ora, como peregrinos longe do Senhor e com Ele mais perto de nós, do que nós a nós mesmos caminhemos sem hesitação para meta: “Convertei-vos e crede no Evangelho...”, e ainda: “Convertei-vos porque o Reino de Deus está perto...”.
Caminhemos com Ele, vivo e glorioso em nosso meio: “...Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui; ressuscitou...” (Lc 24,5-6). Aleluia!
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