domingo, 7 de abril de 2024

É o Espírito do Senhor que age e faz


É o Espírito do Senhor que age e faz

Em pleno Tempo Pascal, celebrando o transbordamento da alegria da Ressurreição do Senhor e a riqueza da Liturgia, ressoam as Palavras do Senhor, ao anoitecer daquele primeiro dia da semana, quando os discípulos se encontravam reunidos, mas de portas fechadas, com medo dos judeus:

“A paz esteja convosco. Como Pai me enviou, também Eu vos envio”. E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20, 21-23).

Nisto consiste a missão da Igreja: enviada por Jesus, proclamar a Boa-Nova do Senhor, comunicando a paz, como expressão da plenitude de todos os bens, para que tenhamos vida plena e abundante; inaugurar um novo tempo e uma nova realidade; comunicar e viver o perdão dos pecados, pela ação e presença do Espírito Santo.

Deste modo, vemos que o sopro do Ressuscitado se repete ao longo da história, e a ação do Espírito Santo nos desafia, como Igreja, na vivência desta fidelidade ao Senhor, de modo sublime, na vivência da misericórdia concretamente através das obras de misericórdia corporais e espirituais.

Contemplamos o sopro do Espírito:

- por todos os meios de comunicação, que têm o compromisso de proclamar a Palavra de Deus, num mundo onde se multiplicam as possibilidades de informação, mas, por vezes, uma comunicação líquida que não cria laços fraternos;

- quando nos empenhamos no  aprendizado da comunicação que começa no ventre, e depois continua ao longo de toda a vida, em suas mais diversas manifestações, como a prática da Oração, do perdão e da bênção;

- na renovação de nosso “sim” na participação das diversas pastorais, movimentos e serviços que a Igreja nos convida;  

- nos sagrados compromissos na construção de uma cultura de vida e de paz.

Somente quando sentimos a presença do Ressuscitado, que rompe as “paredes fechadas” pelo medo, colocando-Se no centro da comunidade, comunicando a verdadeira Paz; e somente quando nos abrimos ao sopro de Seu Espírito é que podemos vencer todo medo, apatia, indiferença, e nos tornamos uma Igreja verdadeiramente missionária, uma Igreja em saída como afirmou o Papa Francisco em sua primeira Exortação Apostólica:

Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG n.49).

Portanto, continuemos contemplando as múltiplas e inesgotáveis manifestações do sopro do Senhor, que nos comunicou o Seu Espírito, renovando em cada um de nós a alegria de sermos discípulos missionários do Senhor.

Evangelizemos pacientemente, aguardando o tempo de Deus, que fará as sementes florescerem, e saborosos frutos pascais, abundantemente, multiplicados.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG