sábado, 27 de abril de 2024

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“O Verbo Se fez humildade, e encarnou entre nós”

                                                  

“O Verbo Se fez humildade, e encarnou entre nós”

Um ensinamento do Divino Mestre sobre a humildade que refletimos com a passagem do Evangelho (Lc 14,1.7-14), proclamado do 22º Domingo do Tempo Comum (ano C).

Assim nos disse o Senhor: “Todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado”.

Em Jesus, encontramos a verdadeira humildade, porque Ele Se abaixou, desceu: “quando encontrando-Se na condição divina, não considerou Sua igualdade com Deus como um tesouro a ser conservado ciosamente, humilhou-Se e foi obediente até a morte (Fl 2,6-8).

Durante a vida, depois, foi sempre coerente com esta escolha: Ele o Mestre, abaixa-Se para lavar os pés dos discípulos, comporta-Se como ‘Aquele que serve’; desce, desce, desce até que – tendo chegado ao ponto mais baixo, no túmulo – chega o Pai para O apanhar, O eleva acima dos céus e o estabelece chefe do universo, colocando tudo sob os Seus pés. Eis como Deus mesmo realizou Sua Palavra: ‘aquele que se humilhar será exaltado. Doravante, ser humilde, significa algo muito simples: ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (Fl 2,5), comportando-se como Jesus Se comportou” (1).

Voltemo-nos para algumas definições de humildade que encontramos no livro “O Verbo Se faz carne” , de Raniero Cantalamessa, acima citado:

- “A humildade é antes de tudo uma questão de fatos, de escolhas, de atitudes concretas, não uma maneira de sentir e de falar de si.”

- “É a disponibilidade a descer de nós mesmos, abaixar-se para os irmãos, é vontade de servir, e de servir por amor, não por algum cálculo ou vantagem ou glória que possam advir para nós mesmos.”

- “A humildade é gratuidade.”

- “A humildade é uma manifestação do ágape, isto é, do amor de doação, do qual fala São Paulo no famoso hino (1 Cor 13,4); dizer que ‘a caridade é paciente, não se ostenta, não guarda rancor’, significa dizer que a caridade é humilde e que a humildade é caridade.”

- “Ser humilde, segundo modelo de Jesus, significa perder-se, gastar-se gratuitamente; significa ‘não viver para si mesmo’, mas para os outros, isto é, procurando levar os outros para si (reduzindo-os, quem sabe, a escravos ou a objetos para nossas vantagens pessoais), mas procurando ir ao encontro dos outros.”

- “’Humildade é verdade’. Santa Tereza escreve: ‘Perguntava-me uma vez por que o Senhor ama tanto a humildade e me veio à mente de improviso, sem nenhuma reflexão, que isto deve ser porque Ele é suma verdade e a humildade é verdade.”

- “A humildade em estado puro é a que se observa em Deus, na Trindade. Deus é humildade.”

- “Pentecostes – a ‘descida’ do Espírito – é um ato de humildade. Cada vez que Deus vem a nós e nos visita com sua graça Ele se torna ‘condescendente’ e faz atos de humildade.”

- “A água é, então, o melhor símbolo de humildade porque, da posição em que está, tende sempre a ir para baixo, descer, ocupar o lugar mais baixo: ‘Louvado seja meu Senhor, pela irmã água, a qual é muito últil e humilde e preciosa e casta’ (São Francisco)."

- “Ser humildes diante de Deus – no-lo dizem tantos textos dos profetas, dos salmos e, sobretudo, do Evangelho – é ser: ‘os pobres de Javé’, isto, abandonados a Ele, sem pretensões, mas confiantes diante d’Ele; é ser como crianças em seus braços.”

- “A humildade é um equilíbrio entre o modo de ser com Deus (a humildade do coração) e o modo de ser com os homens (humildade dos fatos). Não se pode ter humildade sem passar, de alguma maneira, através da humilhação.”

- “Na família: acho que a humildade foi inventada por Deus também para salvar os matrimônios. O orgulho, a obstinação, o individualismo são os inimigos mortais do amor, os que levam ao divórcio, antes no coração e depois na vida. Eu digo que a humildade é como lubrificante que dissolve na raíz a ferrugem, os atritos; ela impede que se forme incrustações de ressentimentos e muros de silêncio que depois são muito difíceis de superar...”

- “...muitas vezes um matrimônio é salvo pela humildade.... o matrimônio nasce da humildade! Enamorar-se de outra pessoa é o ato mais radical de humildade que se possa imaginar; significa sair de si mesmo, descer para o outro em atitude de quem implora, de mendigo, dizendo-lhe, com os fatos, mais ou menos assim: ‘Dá-me também o teu ser porque o meu não me basta!’. É admitir com todas as fibras do próprio ser que o homem não basta a si mesmo, mas se completa doando-se...

É preciso, porém ficar atentos: pode acontecer, com efeito, que com o passar dos anos, e esfriando-se o amor, se tente fazer pagar ao próprio cônjuge aquele ato inicial de humildade, infligindo lhe toda espécie de humilhações como para se vingar do fato de ter tido e de ter ainda necessidade dele; são os sinais de nossa espantosa miséria e da desordem que há dentro de nós depois do pecado. No início não era assim.”

- “Quanto mais alto queres que suba o edifício da santidade, tanto mais profundo precisa que ponhas o fundamento da humildade” -  (Santo Agostinho).

- “A humildade é o sal da santidade porque preserva toda virtude do perigo de se desgastar pela vanglória”

“A humildade desarma as pessoas... A humildade desarma; a melhor autodefesa não vale tanto quanto o menor ato de humildade.”

O autor também nos fala de uma disparidade entre a lógica evangélica da humildade em relação ao mundo: na vida social e na vida familiar.

Depois de percorrido o caminho, meditando em cada afirmação sobre a humildade, faz-se necessário, rever o quanto a humildade se faz presente em nossa vida. Uma vida marcada pela humildade nos faz cada vez mais identificados com o Senhor, em pensamentos, palavras e ação, sem omissões no melhor que possamos fazer pelos últimos.

A humildade vivida é condição indispensável, para que participemos verdadeira e frutuosamente do Banquete do Senhor, ouvindo Sua Palavra e nos alimentando de Seu Corpo e Sangue.

De fato, Jesus é a encarnação da humildade, e nós haveremos de ser, pela nossa vida, sinais desta humildade, quanto mais a Ele nos configurarmos.

Parafraseando o Evangelista São João, no início de seu Evangelho, podemos dizer que Deus, ao Se encarnar na segunda Pessoa da Santíssima Trindade, possibilitou-nos a contemplação da encarnação da humildade, da pura humildade, naquela frágil, indefesa criança, amparada por José e Maria, na singela gruta de Belém: “O Verbo Se fez humildade, e encarnou entre nós”.

(1) “O Verbo Se faz carne” - Raniero Cantalamessa – Editora Ave Maria - - 2013 - pp.715-720 
Apropriado para o quarto sábado do Tempo da Páscoa, quando se proclama a passagem do Evangelho de João (Jo 14,7-14).

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor! (VDTPB)

                                                               

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor!

“Eu sou a Videira e vós sois os ramos”

A Liturgia do 5º Domingo da Páscoa (Ano B) é um convite à reflexão sobre a união com Cristo, que deve ser intensa para que possamos ter vida plena e os frutos por Deus esperados produzirmos.

É o “Domingo da Verdadeira Videira” que é o próprio Cristo Jesus, como nos fala o Evangelho de São João (Jo 15, 1-8).

Com a passagem da primeira Leitura (At 9,26-31), refletimos sobre como deve ser a comunidade: lugar da partilha, da mesma fé, que percorre o caminho do amor fraterno. Somente assim ela se coloca num constante processo de amadurecimento, realizando sua vocação.

Retrata a conversão de Paulo e a sua relação com a comunidade. O Apóstolo teve que enfrentar a desconfiança da comunidade, bem como ela teve coragem de correr o risco como fonte de enriquecimento. Para ambos foi desafio à comunhão a ser construída. 

O conjunto da Leitura nos apresenta o cristianismo como um encontro pessoal com Jesus, que se torna visível na experiência da comunhão com os irmãos. É impossível o encontro com Jesus e a vida fora da comunidade, da comunhão com os irmãos.

O encontro e o acreditar em Jesus implicam em adesão à Sua Palavra, ao Seu Projeto, à Sua proposta de Amor, que implica em amar até o fim, até as últimas consequências. Um amor total, incondicional e para sempre!

A fé é necessariamente uma experiência a ser fortalecida, numa vida comunitária marcada pela fragilidade.

Evidentemente, o autêntico cristianismo vivido implica na superação dos conflitos que possam surgir, com a certeza de que se pode contar com o Espírito Santo que conduz a Igreja.

Esta Leitura possibilita uma “radiografia” de nossas comunidades.

Reflitamos:

- Somos uma comunidade fechada ou aberta ao outro?
- Somos uma comunidade acolhedora?
- Vivemos a comunhão fraterna?

- Vivemos a solidariedade entre todos?
- De que modo ajudamos a comunidade a ser mais fiel ao que Deus espera? Apenas criticamos ou fazemos algo concreto para que seja um melhor instrumento do Reino?

- Somos como Paulo, Barnabé e os primeiros seguidores de Jesus, entusiasmados pela causa do Evangelho?

- Amamos Jesus e Sua Igreja inseparavelmente, apesar da imperfeição e limites inerentes da comunidade?

- Percebemos a ação do Espírito Santo dirigindo a Igreja?

A passagem da segunda Leitura (1Jo 3,18-24) nos apresenta a realidade do ser cristão, aquele que acredita em Jesus Cristo e ama uns aos outros como Ele nos amou. O amor ao próximo é critério para afirmarmos se conhecemos ou não a Deus, para afirmarmos a realização ou não da Sua vontade pela palavra e pelas obras.

Quando deixamos que o amor conduza a nossa vida, estamos no caminho da verdade. Coração aberto ao amor se traduz em serviço e partilha, na mais bela comunhão com Deus.

Somente o amor autêntico vivido nos liberta de todas as dúvidas e inquietações, nos dá a serenidade necessária e a certeza de que estamos no caminho certo da felicidade e vida eterna.

Com a passagem do Evangelho (Jo 15,1-8),encontra-se no contexto de despedida de Jesus, e refletimos sobre a adesão a Jesus que se torna a fonte de frutos saborosos por Deus esperados.

Com a Parábola da Videira, exorta que os discípulos permaneçam com Ele. Está próxima a Sua partida, entrega, Paixão e Morte. Mas também próxima está a Sua Ressurreição e presença para sempre no meio deles.

O Evangelho de João nos apresenta a comunidade da Nova Aliança com o distintivo do amor e serviço.

Notamos a insistência do Evangelista no verbo “permanecer” – oito vezes. Permanecer com Jesus implica em adesão, solidez na fé, estabilidade, constância, continuidade, frutos abundantes. Permanecer é adesão e renovação constantes.

Permanecer é ficar com Ele, viver Seu Mandamento de Amor, é confrontar a cada instante nossa vida com a Sua Vida. Sem Jesus a comunidade viveria uma esterilidade indesejável.

É preciso, como cristão, viver de, com, para e como Jesus Cristo. Podas serão inevitáveis para que mais frutos sejam produzidos, mas somente o ramo unido a Jesus produzirá os frutos saborosos.

Ao discípulo fica a possibilidade do discernimento.

Reflitamos:

- A quem queremos aderir nossa vida?
- Com quem queremos ser configurados, enxertados?

Haverá sempre a possibilidade de enxertar-se em outras “árvores”, mas o resultado é o óbvio: insatisfação, frustração, egoísmo, morte e autossuficiência...

A Parábola fala de ramos que se não unidos à videira, morrerão, secarão, serão queimados. Isto ocorre quando seduções indesejáveis norteiam nossa vida: dinheiro, êxito a qualquer preço, moda, poder, aplausos, orgulho, amor próprio excludente, a inversão de valores que deem sentido à vida.

Fala também das podas necessárias para novos frutos. São as provações do quotidiano, a cruz a ser carregada com renúncias, sacrifícios, abertura ao outro, humildade, simplicidade, perdão, superação...

Urge fazer nossa revisão de vida; renovemos nossa adesão ao Senhor, e ao Seu Evangelho e nosso amor e pertença a Igreja que nasceu de Seu lado, do Seu Coração trespassado.

Que todos nós, membros ativos da comunidade, vejamos quais são as podas necessárias que precisamos ter coragem de suportar, para que os frutos saborosos de Deus possamos produzir, para que todos tenhamos vida e vida plena.

Que sejamos saciados com a Seiva do Amor que emana abundantemente em cada Eucaristia celebrada, em cada Palavra proclamada, ouvida, acolhida e na vida encarnada.

Não podemos viver sem Jesus, portanto, não podemos viver sem o Seu Amor.

Concluímos com este canto:

“Meu Senhor despojou-Se de Si, sendo Deus
Se fez homem, Se entregou e morreu numa Cruz. [...]
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus

Tu és minha paz, minha luz, meu Rei e meu Bom Pastor
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus
Tu és minha paz, minha luz, meu Deus, meu Senhor. [...]”

Em poucas palavras... (VDTPB)

                                                      

“Eu sou a Videira, e vós, os ramos...”

“Jesus diz: ‘Eu sou a Videira, e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim e Eu nele produz muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer’ (Jo 15,5). 

O fruto indicado nesta palavra é a santidade de uma vida fecundada pela união a Cristo.

Quando cremos em Jesus Cristo, comungamos de Seus Mistérios e guardamos os Seus Mandamentos, o Salvador mesmo vem amar em nós Seu Pai e Seus irmãos, nosso Pai e nossos irmãos. Sua Pessoa Se torna, graças ao Espírito, a regra viva e interior de nosso agir. ‘Este é o meu Mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’ (Jo 15,12).”  (1)


(1) Catecismo da Igreja Católica n. 2074

Em poucas palavras... (VDTPB)

                                                     


“A verdadeira Videira é Cristo”

“«A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga, de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rm 11,13-26).

Ela foi plantada pelo celeste Agricultor como uma vinha eleita (Mt 21, 33-43; Is 5, 1-7). A verdadeira Videira é Cristo: é Ele que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que, pela Igreja, permanecemos n'Ele, e sem o Qual nada podemos fazer (Jo 5,1-5» (Lumen Gentium n.6).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 755

Nutramo-nos da Seiva do Amor! (VDTPB)

                                                          

Nutramo-nos da Seiva do Amor!

Há sempre um forte convite de Jesus para todos nós:  na videira, que é Ele próprio, Cristo Jesus (Jo 15) e, d’Ele, sermos os ramos, para que frutos abundantes, eternos e celestiais possamos produzir; nutrindo-nos do essencial de Deus: sua seiva de amor que emana abundantemente da Divina Fonte de Misericórdia, o Sagrado Coração de Jesus.

Como a videira não pode dar frutos se seus ramos não forem podados, vivamos com mais ardor nossa vocação, predispondo-nos às podas necessárias da conversão, com renúncias, sacrifícios e maior empenho e dedicação de todos nas mais diversas atividades quotidianas e pastorais e, assim, melhor correspondermos ao amor de Deus por nós.

Quando na videira permanecemos, fortalecemos nossa comunhão com a Igreja e nos abrimos a novas perspectivas, buscando respostas aos novos desafios, sejam quais forem.

Quando nos nutrimos da Seiva do Amor que emana abundantemente da Videira que é Cristo Jesus, temos a plena convicção de que algo fizemos, mas sempre o ainda nunca bastante.

Que a lição do Divino Multiplicador, Jesus, nos inspire a crer que cinco pães e dois peixes acompanhados de amor é perfeição, possibilidade de divinas realizações.

Quando há amor, amante e amado não se separam! (VDTPB)

                                                            

Quando há amor, amante e amado não se separam!

No Evangelho de São João, há um grande convite para permanecermos com Jesus (Jo 15).

Quem ama gosta de estar com seu amado, porque no amor vivido encontra-se a verdadeira alegria. Jesus que tanto nos ama, quer estar conosco e nos convida a permanecer com Ele.

Permanecer, ficar com Ele, não ignorá-Lo, não tornar-se indiferente ao Seu Amor.

Jesus é a Verdadeira Videira na qual somos enxertados para produzir muitos frutos.

Como toda videira precisa da poda de seus ramos para produzir frutos, também nós, ramos preciosos de Deus, precisamos das podas cotidianas para que os frutos sejam abundantes.

Permanecer com Jesus nos pede podas, limpeza, purificação, conversão, renúncia, sacrifícios, abrir mão de vontades, caprichos e princípios que não condizem com Seu Evangelho.

Permanecer é estar unido ao tronco que Ele é. Somos apenas ramos, mas é nos ramos que os frutos aparecem.

Ele nos garante colheita abundante, porque garante vitalidade aos Seus ramos com a seiva fundamental e vital: a Seiva do Amor, que foi testemunhado quando por nós na Cruz foi pregado, Coração transpassado, Sangue e Água jorrados e o mundo reconciliando.

Precisamos fortalecer nossa união com Cristo, suportando todas as adversidades, inclusive as vividas dentro da comunidade, da Igreja, que para além de seus limites, apresentam ao mundo saborosos frutos de amor, verdade, solidariedade e paz.

Permanecer com Jesus não quer dizer que problemas não existirão, perseguições não nos acompanharão e que todas as lágrimas para sempre secarão! Não! Isto é como ficar entorpecido pelo ópio, alienar-se do que deve ser superado.

Permanecer com Ele quer dizer que não estamos sós, temos a Seiva de Seu Amor, na ação do Espírito Santo que o Pai sempre nos envia.

A vida consiste em atender ao convite de Jesus: permanecer com Ele. Recusar Seu convite é unir-se às árvores que produzem mortes.

Na árvore da vida, na Verdadeira Videira enxertados ou das árvores enganadoras e sedutoras embriagados, e da vida afastados.

Somente na Verdadeira Videira os bons frutos são produzidos. Longe d'Ela a vida será marcada pela insatisfação, egoísmo, frustração, auto-suficiência e morte.

Permanecer com Jesus é viver de, com e para Ele, num amor incondicional. O amor vivido evidencia a fé que temos e a fé que professamos. O amor vivido é a garantia de frutos abundantes com cestas, corações e mesas fartas!

O amor vivido torna visível a fé, porque faz da esperança não algo improvável, mas já alcançável, porque quem em Deus confia jamais se decepciona.

O amor torna-se, enfim, condição indispensável para conhecermos a Deus e permanecermos com Seu Filho. Assim podemos invocar o Espírito e Ele nos assistirá!

A alegria acompanha o coração daquele que crê, porque por Ele apaixonado, enamorado, sabe que mãos vazias não terá, coração ressequido não conhecerá; mãos e pés enfraquecidos jamais vacilarão e tropeçarão.

Ao convite amoroso de Jesus:
 “Permaneçam comigo!”, só há uma resposta:
“Queremos permanecer Contigo, Senhor, porque somente
Tu tens Palavras de Vida Eterna!”.

Nada podemos sem Jesus (VDTPB)

Nada podemos sem Jesus

Acolhamos o comentário de Santo Agostinho, referente ao Evangelho de João (Jo 15), no qual Jesus Se apresenta como a Videira e, dela, somos os ramos.

“Portanto, todos nós, unidos a Cristo, nossa Cabeça, somos fortes, mas, separados da nossa Cabeça, não valemos nada [...]. Porque, unidos à nossa Cabeça, somos Videira; sem a nossa Cabeça [...], somos ramos cortados, destinados não ao uso dos agricultores, mas ao fogo. Por isso Cristo diz no Evangelho: Sem mim não podeis fazer nada. Ó Senhor! Sem ti, nada; contigo, tudo [...]. Sem nós, Ele pode muito ou, melhor, tudo; nós sem Ele, nada”.

Todos temos projetos, sonhos, metas a serem alcançadas. A Igreja tem seus Planos Pastorais, desafios que clamam por respostas: profecia a ser revigorada; missão a ser renovada em ardor indispensável; evangelização que não se acomode aos velhos métodos, mas incansável em buscar novos métodos, expressões, meios para que a Boa Nova do Evangelho chegue a tantos que ainda não conhecem Jesus.

Reflitamos:

- Como comunicar o Evangelho, como Boa Nova que transforma e compromete com um Mundo Novo, sinalizando a alegria da presença do Reino de Deus em nosso meio?

- Como se colocar frente ao indiferentismo religioso e ao número dos que se declaram sem religião que cresce e nos preocupa?

- Como, diante de uma mentalidade secular, manter a fidelidade ao Evangelho nas pequenas e grandes, antigas e novas questões que vão surgindo?

- Como ser Boa Nova para o mundo sem trair o Evangelho?

Mais do que nunca a Igreja, Mãe e Mestra, perita em humanidade, como aprendemos, deve permanecer fiel Àquele que a edificou sobre a fé de Pedro (Mt 16,18), não se conformando a este mundo (Rm 12,2), e sem jamais se envergonhar do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, como bem falou o Apóstolo aos Romanos (Rm 1).

Jamais trair o Evangelho para se acomodar aos tempos. Jamais perder a graça de ser sal, fermento e luz, ainda que incompreensões, perseguições tenha que enfrentar. Assim foi, assim o será, já nos disse o Senhor quando do Sermão da Montanha (Mt 5,1-12).

Bem disse Santo Agostinho e nós cremos e rezamos:

Ó Senhor! Sem ti, nada; contigo, tudo [...].
Sem nós, Ele pode muito ou, melhor, tudo;
nós sem Ele, nada”.

Nada nos separará da Verdadeira Videira (VDTPB)

                                                        

Nada nos separará da Verdadeira Videira

“Quem nos separará do amor de Cristo”

Sejamos enriquecidos pelo Comentário do Bispo São Cirilo de Alexandria (séc. V) sobre a passagem do Evangelho de João, em que Jesus Se apresenta como a Videira e nós os ramos.

“Querendo mostrar a necessidade de estarmos unidos a Ele pelo amor, e a grande vantagem que nos vem desta união, o Senhor afirma que é a Videira. Os ramos são os que, já se tornaram participantes da Sua natureza pela comunicação do Espírito Santo. De fato, é o Espírito de Cristo que nos une a Ele.

A adesão a esta Videira nasce da boa vontade; a união da Videira conosco procede do Seu afeto e natureza. Foi, de fato, pela boa vontade que nos aproximamos de Cristo, mediante a fé; mas participamos da Sua natureza por termos recebido d’Ele a dignidade da adoção filial. Pois, segundo São Paulo, quem adere ao Senhor torna-se com Ele um só Espírito (1Cor 6,17).

Do mesmo modo, o autor sagrado, noutro lugar da Escritura, dá ao Senhor o nome de alicerce e fundamento. Sobre Ele somos edificados como pedras vivas e espirituais, para nos tornarmos, pelo Espírito Santo, habitação de Deus e formarmos um sacerdócio santo. Entretanto, isto só será possível se Cristo for nosso fundamento. A mesma coisa vem expressa na analogia da videira: Cristo afirma ser ele próprio a Videira e, por assim dizer, a mãe e a educadora dos ramos que dela brotam.

N’Ele e por Ele, fomos regenerados no Espírito Santo, para produzirmos frutos de vida, não da vida antiga e envelhecida, mas daquela vida nova que procede do amor para com Ele. Esta vida nova, porém, só poderemos conservá-la se nos mantivermos perfeitamente inseridos em Cristo, se aderirmos fielmente aos santos Mandamentos que nos foram dados, se guardarmos com solicitude este título de nobreza adquirida e se não permitirmos que se entristeça o Espírito que habita em nós, quer dizer, Deus que por Ele mora em nós.

O evangelista João nos ensina sabiamente de que modo estamos em Cristo e Ele em nós, quando diz: A prova de que permanecemos com Ele, e Ele conosco, é que Ele nos deu o Seu Espírito (1Jo 4,13).

Assim como a raiz faz chegar aos ramos a sua seiva natural, também o Unigênito de Deus concede aos homens, sobretudo aos que lhe estão unidos pela fé, o Seu Espírito. Ele os conduz à santidade perfeita, comunica-lhes a afinidade e parentesco com Sua natureza e a do Pai, alimenta-os na piedade e dá-lhes a sabedoria de toda virtude e bondade.”

Vivendo intensamente o Tempo Pascal, renovamos a graça de pertencermos à Videira do Pai, que é Jesus Cristo, e nela somos ramos que se nutrem da “seiva natural”, que é o próprio Espírito, que nos ilumina e nos enriquece com todos os dons.

É o Espírito a linfa vital que garante a fecundidade de nossa fé, a fim de que produzamos saborosos frutos Pascais na família, na comunidade e em todos os lugares.

É o Espírito que o Senhor prometeu e nos envia sempre, para que renovemos a alegria e o ardor na missão a nós confiada, sem desânimo, apesar das inúmeras dificuldades que possamos enfrentar.

Fiquemos para sempre unidos à Videira, como sagrados ramos do Pai e com a Seiva do Espírito, tenhamos coragem de suportar as podas necessárias, que são a expressão dos despojamentos e enriquecimentos, quedas e erguimentos, próprios da condição humana.

Absolutamente nada nos separará desta Videira, como tão bem expressou o Apóstolo (Rm 8,1-39).

Que as palavras de Cristo permaneçam em nós (VDTPB)

 


Que as Palavras de Cristo permaneçam em nós

Sejamos enriquecidos pelo comentário sobre o Evangelho de São João, escrito pelo bispo Santo Agostinho:

“Se permanecerdes em Mim, diz o Senhor, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Quem permanece em Cristo, que pode querer senão o que agrada a Cristo? Quem permanecem no Salvador, que pode querer senão o que não é alheio à salvação?

De fato, queremos algumas coisas porque estamos em Cristo, mas queremos outras coisas porque ainda estamos neste mundo. Porque permanecemos neste mundo, somos por vezes impelidos a pedir o que nem sabemos se nos convém. Mas não suceda isto em nós, se permanecemos em Cristo, que, quando pedimos, não faça senão o que nos convém.

Portanto, permanecendo n’Ele, quando as Suas palavras permanecem em nós, pediremos o que queremos e ser-nos-á concedido. Porque se pedimos e não nos é concedido, não pedimos o que permanece n’Ele nem o que está nas Suas palavras que permanecem em nós, mas o que provém da cobiça e da enfermidade da carne, que não está n’Ele e na qual não permanecem as Suas palavras.

Está de acordo com as Suas palavras a oração que Ele mesmo nos ensinou, quando dizemos: Pai nosso, que estais nos céus. Não nos afastemos das palavras e do sentido desta oração nas nossas petições, e ser-nos-á concedido o que pedimos.

Só podemos dizer que as Suas Palavras permanecem em nós, quando fazemos o que Ele nos mandou e amamos o que prometeu. Mas quando as Suas Palavras permanecem na memória e não se encontram no modo de viver, o ramo não está inserido na videira, porque não recebe a vida da raiz.

A esta diferença se pode aplicar o que diz a Escritura: Guardam na memória os seus mandamentos, para os cumprir. Muitos guardam-nos na memória para os desprezar, ou até para os ridicularizar e atacar.

As palavras de Cristo não permanecem naqueles que de algum modo tem contato com elas, mas não aderem a elas. Por isso não serão para eles um benefício, mas um testemunho adverso. E porque estão neles sem permanecerem neles, só as têm para serem julgados por elas...”.

Bem afirmou o bispo – “Só podemos dizer que as Suas Palavras permanecem em nós, quando fazemos o que Ele nos mandou e amamos o que prometeu.”.

Como discípulos missionários do Senhor, devemos nos empenhar para maior fidelidade à Palavra de Deus e, também, para colocá-la em prática, não nos tornando apenas meros ouvintes.

Quanto mais profundo nosso amor pelo Senhor, mais empenho neste propósito. Podemos afirmar que a vivência e testemunho da Palavra de Deus é diretamente proporcional ao amor que por Ele temos e nutrimos.

Oremos:

Senhor Jesus, seja a nossa participação na Mesa da Eucaristia, tempo de graça e fortalecimento deste santo propósito, até que possamos alcançar a glória da eternidade e para sempre imersos no amor da Santíssima Trindade. Amém.

 

Em poucas palavras... (VDTPB)

                                                       



"A verdadeira videira é Cristo"

“A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rm 11, 13-26).

Ela foi plantada pelo Celeste agricultor como uma vinha eleita (Mt 21, 33-43 par.; Is 5,1 ss.). A verdadeira videira é Cristo que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n'Ele, sem O qual nada podemos fazer (Jo 15, 1-5).” (1)

 

(1)        Vaticano II - Lumen Gentium n.6


Para que permaneçamos na Videira... (VDTPB)

                                                  

Para que permaneçamos na Videira...

Jesus é a Verdadeira Videira na qual somos
enxertados para produzir muitos frutos.

Adesão aos Mandamentos do Senhor, sobretudo ao Mandamento Maior do Amor, com todo esforço de não entristecermos o Espírito Santo de Deus, é condição indispensável para que n’Ele permaneçamos, alcançando santidade perfeita, aprofundando verdadeira e profunda amizade, acompanhada pela divina sabedoria que se multiplicará em gestos de bondade.

Quem ama gosta de estar com seu amado, porque no amor vivido encontra-se a verdadeira alegria. Jesus que tanto nos ama, quer estar conosco e nos convida a permanecer com Ele e isto consiste em ficar com Ele, não ignorá-Lo, não tornar-se indiferente ao Seu amor.

Como toda videira precisa da poda de seus ramos para produzir frutos, também nós, ramos preciosos de Deus, precisamos das podas cotidianas para que os frutos sejam abundantes.

Permanecer é estar unido ao tronco que Ele é. Somos apenas ramos, mas é nos ramos que os frutos aparecem, e portanto podas são necessárias: limpeza, purificação, conversão, renúncia, sacrifícios, abrir mão de vontades, caprichos e princípios que não condizem com Seu Evangelho.

Precisamos fortalecer nossa união com Cristo, suportando todas as adversidades, inclusive as vividas dentro da comunidade, da Igreja, que para além de seus limites, apresentemos ao mundo saborosos frutos de amor, verdade, solidariedade e paz.

Permanecer com Jesus não quer dizer que problemas não existirão, perseguições não nos acompanharão e que todas as lágrimas para sempre secarão! Não! Isto é como ficar entorpecido pelo ópio, alienar-se do que deve ser superado.

Não estamos sós, temos a seiva de Seu amor, que foi testemunhado quando por nós na Cruz foi pregado, coração transpassado, Sangue e Água jorrados e o mundo reconciliado. Seiva que nos vem pela ação do Espírito Santo que O Pai sempre nos envia e nos garante colheita abundante.

Permanecer com Ele num Amor incondicional quer dizer que a vida consiste em atender ao convite de Jesus: permanecer com Ele. Recusar Seu convite é unir-se às árvores que produzem mortes.

Somente na Verdadeira Videira os bons frutos são produzidos. Longe d'Ela a vida será marcada pela insatisfação, egoísmo, frustração, autossuficiência e morte.

O amor vivido evidencia a fé que temos e a fé que professamos. O amor vivido é a garantia de frutos abundantes com cestas, corações e mesas fartas!

O amor vivido torna visível a fé, porque faz da esperança não algo improvável, mas já alcançável, porque quem em Deus confia jamais se decepciona.

O amor torna-se, enfim, condição indispensável para conhecermos a Deus e permanecermos com Seu Filho. Assim podemos invocar o Espírito e Ele nos assistirá!

A alegria acompanha o coração daquele que crê, porque por Ele apaixonado, enamorado, sabe que mãos vazias não terá, coração ressequido não conhecerá; mãos e pés enfraquecidos jamais ficarão.

Somos Pascais, cremos no Cristo Ressuscitado que nos convida amorosamente: “Permaneçam comigo!”. Qual é a nossa resposta? Só há uma resposta:

“Queremos permanecer Contigo, Senhor, porque somente Tu tens Palavras de Vida Eterna!”.

Eis os caminhos para que em Deus,
com Seu Filho, permaneçamos...
Na Videira do Senhor, em Seus ramos,
frutos abundantes produzamos.
Ó mais puro Amor, 
Ó Raio de Luz que brilha como Sol Nascente!

Da Seiva do Amor, da Seiva do Espírito
sejamos nutridos copiosamente:
Na Mesa da Palavra e da Eucaristia com a
Mãe da Videira - Maria!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG