Que as Palavras de
Cristo permaneçam em nós
Sejamos enriquecidos pelo comentário
sobre o Evangelho de São João, escrito pelo bispo Santo Agostinho:
“Se permanecerdes em
Mim, diz o Senhor, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes e ser-vos-á concedido. Quem permanece em Cristo, que pode querer
senão o que agrada a Cristo? Quem permanecem no Salvador, que pode querer senão
o que não é alheio à salvação?
De fato, queremos
algumas coisas porque estamos em Cristo, mas queremos outras coisas porque
ainda estamos neste mundo. Porque permanecemos neste mundo, somos por vezes
impelidos a pedir o que nem sabemos se nos convém. Mas não suceda isto em nós,
se permanecemos em Cristo, que, quando pedimos, não faça senão o que nos
convém.
Portanto,
permanecendo n’Ele, quando as Suas palavras permanecem em nós, pediremos o que
queremos e ser-nos-á concedido. Porque se pedimos e não nos é concedido, não
pedimos o que permanece n’Ele nem o que está nas Suas palavras que permanecem
em nós, mas o que provém da cobiça e da enfermidade da carne, que não está
n’Ele e na qual não permanecem as Suas palavras.
Está de acordo com as
Suas palavras a oração que Ele mesmo nos ensinou, quando dizemos: Pai nosso,
que estais nos céus. Não nos afastemos das palavras e do sentido desta oração
nas nossas petições, e ser-nos-á concedido o que pedimos.
Só podemos dizer que
as Suas Palavras permanecem em nós, quando fazemos o que Ele nos mandou e
amamos o que prometeu. Mas quando as Suas Palavras permanecem na memória e não
se encontram no modo de viver, o ramo não está inserido na videira, porque não
recebe a vida da raiz.
A esta diferença se
pode aplicar o que diz a Escritura: Guardam na memória os seus mandamentos,
para os cumprir. Muitos guardam-nos na memória para os desprezar, ou até para
os ridicularizar e atacar.
As palavras de Cristo
não permanecem naqueles que de algum modo tem contato com elas, mas não aderem
a elas. Por isso não serão para eles um benefício, mas um testemunho adverso. E
porque estão neles sem permanecerem neles, só as têm para serem julgados por
elas...”.
Bem afirmou o bispo – “Só
podemos dizer que as Suas Palavras permanecem em nós, quando fazemos o que Ele
nos mandou e amamos o que prometeu.”.
Como discípulos missionários do Senhor,
devemos nos empenhar para maior fidelidade à Palavra de Deus e, também, para
colocá-la em prática, não nos tornando apenas meros ouvintes.
Quanto mais profundo nosso amor pelo
Senhor, mais empenho neste propósito. Podemos afirmar que a vivência e
testemunho da Palavra de Deus é diretamente proporcional ao amor que por Ele
temos e nutrimos.
Oremos:
Senhor Jesus, seja a nossa
participação na Mesa da Eucaristia, tempo de graça e fortalecimento deste santo
propósito, até que possamos alcançar a glória da eternidade e para sempre
imersos no amor da Santíssima Trindade. Amém.
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