domingo, 5 de maio de 2024

A Promessa do Senhor se realizou: O Espírito nos enviou! (VIDTPC)

A Promessa do Senhor se realizou:
O Espírito nos enviou!

No 6º Domingo da Páscoa (ano C), celebramos o Domingo da promessa que se cumprirá e se cumpre sempre: não estamos sozinhos na caminhada cristã.

Estamos num contexto de despedida do Senhor aos Seus discípulos: Sua ausência não será definitiva, nos enviará o Paráclito. Eis a promessa que pouco tempo depois, e para sempre, se cumpriu...

Ele nos acompanha com Sua presença, ação e apelos do Espírito Santo em cada tempo e em cada realidade.

Seremos e somos assistidos pelo Espírito Santo, o Paráclito, que podemos traduzir por advogado, defensor, o conselheiro, o intercessor, consolador, auxiliador...

O Bispo de Jerusalém, São Cirilo (séc. V), assim nos fala do Espírito Santo:

“Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho:
vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem O recebe, e,
depois por meio desse, a alma dos outros.

Quem se encontra nas trevas, ao nascer do sol recebe
nos olhos a sua luz, começando a enxergar
claramente coisas que até então não via.

Assim também, aquele que se tornou digno do Espírito Santo, recebe na alma a Sua luz e, elevado acima da inteligência humana, começa a ver o que antes ignorava”.


O Espírito Santo ilumina a Igreja, para que ela se abra e acolha o essencial, o fundamental, que é a prática do Mandamento do Amor, oferecendo ao mundo a proposta universal de Salvação como nos leva a refletir a primeira Leitura (At 15,1-19).

A Igreja conduzida pelo Espírito é ajudada a perceber o que deve ser mantido e o que deve ser superado.

O Espírito Santo nos abre ao diálogo, à comunhão e ao compromisso com a paz.

Já não há mais lugar para monólogos estéreisfraturas que dividem a humanidade (pela cor, raça, ideologia, religião...), tão pouco para obstáculos indestrutíveis da alegria e da vida... Com Ele tudo é novo, as coisas antigas passaram...

A Igreja deve colocar-se em constante atitude de acolhida e escuta do Espírito para responder aos apelos e desafios de seu tempo, iluminando a realidade com a luz do Espírito Santo que afasta todo e qualquer sentimento de orfandade para que venhamos a dar os passos necessários na construção de um novo céu e uma nova terra, a Jerusalém Celeste, a Cidade dos céus, que tanto desejamos, sonhamos e nos empenhamos em construir, apesar de todos os desafios do tempo presente.

O Espírito Santo assegura à Igreja a vitalidade, a audácia, a imaginação, a liberdade, o desprendimento, dinamismo e ardor...

Garante a revitalização e o retorno ao primeiro amor que o Senhor despertou em nosso coração... Afinal, Deus quis fazer em nós Sua morada.

O Encontro Eucarístico é por excelência a manifestação do Espírito, de modo que Celebrar a Eucaristia é vislumbrar um pedaço do céu que se abre sobre a terra, em que os raios da glória da Jerusalém celeste atravessam as nuvens da história e vem iluminar nossos caminhos, como nos falou o querido Papa João Paulo II em uma de suas Encíclicas.

É vislumbrar e comprometer-se com a Jerusalém Messiânica! Em cada Eucaristia a Palavra do Senhor ganha vitalidade e esplendor para revigorar-nos na edificação da Igreja, como sinal do Reino, em relações de amor, perdão, doação, serviço, solidariedade...

Quando somos bons ouvintes, necessariamente somos bons praticantes e Ele em nós faz a Sua morada e nos torna hospedeiros do mais belo Hóspede e prisioneiros do mais belo Amor, construtores do novo céu e da nova terra.

A Jerusalém Celeste, a Cidade da Paz em que o
Senhor reina glorioso, vitorioso, e nós participantes
desta Divina Vitória, para que um dia possamos
entrar na Sua indescritível glória! 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG