Sejamos iluminados pelas Bem-Aventuranças
Acompanhando o noticiário, vemos o mundo em mudança de época, e muitos são os desafios que se colocam na construção da civilização do amor.
A realidade que vivemos (corrupção, desvio de verbas, não investimento na saúde, educação, lazer...) está bem longe da realidade que Deus para nós espera
Ainda lembremos os assassinatos, fome, desemprego, narcotráfico, rebeliões em presídios, e muitos outros fatos poderiam ser mencionados, associando-se ao desencanto com o exercício da política, que visa privilégios, e, por vezes, fomenta a corrupção e o mau uso do poder, que deveria ser o exercício em favor do bem comum.
É tempo de reflexão, discussão, discernimento, sobretudo de muita oração, em que não podemos prescindir da Palavra de Deus, invocando a luz do Espírito Santo.
É inconcebível e inadmissível não nos deixarmos conduzir e nos iluminar pela doutrina que professamos nos cultos, diante do altar.
Trairíamos toda a nossa prática evangelizadora, perderíamos nossa credibilidade profética, a chama de nossa fé nada iluminaria, e o sal da terra que somos chamados a ser, que sabor teria? Nenhum! E como afirma a Palavra, o sal que perde seu sabor para nada mais serve, a não ser para ser pisado e jogado fora.
Mas é exatamente neste momento de crise que somos chamados a dar razão de nossa esperança, vivendo os irrenunciáveis compromissos que brotam de nossa fé, que se solidifica e enraíza na cultura e na história.
Nossas orações jamais agradarão ao Senhor, se não forem acompanhadas de ações efetivas em favor da vida, de seu caráter sagrado e inviolável, da concepção ao declínio natural.
É hora de subirmos à “montanha” e escutarmos mais uma vez o Sermão do Senhor (Mt 5,1-12), as Bem-Aventuranças. Mas é também tempo de não fugirmos da dura realidade da “planície” em que vivemos. Como viver as Bem-Aventuranças no chão de nosso quotidiano, sendo sal da terra e luz do mundo?
Concluo citando Santo Agostinho, que em uma de suas belas reflexões nos disse: “A Sagrada Escritura é para nos ajudar a decifrar o mundo; para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e transformar a realidade numa grande revelação de Deus”.
É preciso, portanto, que não percamos o olhar da fé e da contemplação que a Palavra nos desperta. Não podemos perder o horizonte de que outro mundo é possível. Somos movidos sempre pela esperança de um novo céu e uma nova terra, que começa aqui e agora!
Decifrar o mundo é preciso, transformá-lo é necessário! Iluminados, fortalecidos, orientados e conduzidos pela Palavra Divina, fermentemos o mundo novo, como graça e missão, que Deus a nós confiou.
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