domingo, 22 de outubro de 2023

Adoremos somente a Deus (XXIXDTCA)

                                            

Adoremos somente a Deus
 
A Liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum (ano A) tem como tema principal a subordinação de nossa existência a Deus, num compromisso efetivo com o mundo novo. 
 
É preciso entregar nossa existência nas mãos de Deus que é o Senhor da história (Is 45,1.4-6). Somos instrumentos preciosos em Suas mãos, porque assim Ele o quis.
 
Na passagem do Evangelho (Mt 22,15-21), mais uma vez Jesus está diante de Seus opositores (dirigentes judeus, herodianos e saduceus). 
Encontra-Se em Jerusalém, onde vai se desenrolar o confronto final entre Ele e o judaísmo.
 
Depois das Parábolas que Ele dirigiu aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, as autoridades procuram um pretexto para matá-Lo.
 
Preparam-lhe uma armadilha: é lícito compactuar com um sistema de exploração? É lícito ou não pagar tributos ao Imperador de Roma?
 
A conclusão a que se chega é que se deve contribuir para o bem comum, mas tendo Deus como único Senhor.
O homem sendo imagem de Deus somente a Ele pertence. Deus é seu único Senhor (Gn 1, 26-27). Logo “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”: a César o tributo. Mas a Deus, a vida do Povo. Jesus dá a entender que pagar o tributo à autoridade imperial é lícito, entretanto o que mais Lhe interessa é que seja dado a Deus aquilo que Lhe pertence: a vida do povo.
 
Há uma mensagem transparente: os grandes da terra devem se colocar a serviço dos pequeninos, glorificando o verdadeiro Senhor. 
 
Reflitamos: 
 
- Como devolver a Deus um povo sem vida, abandonado, famélico?
- Qual a alegria que sentimos, como discípulos, em saber que a nossa glória consiste em a Deus pertencer, adorando-O e servindo-O na pessoa do outro?
 
Para Jesus, a submissão deve se dar única e exclusivamente a Deus. O homem e a sua vida pertencem a Deus. É preciso, portanto, redescobrir a centralidade de Deus em nossa existência, pois não há felicidade sem Deus, pois somos imagem de Deus, e a Ele pertencemos.
 
Reflitamos:
 
- Como está esta imagem em cada criatura que convivemos?
- Reconhecemos no outro a imagem e presença de Deus?
 
- O que fazemos para regatar a dignidade do outro?
- Damos a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?
 
Como discípulos missionários do Senhor, não podemos nos omitir na construção de um mundo melhor; conquistando direitos e cumprindo deveres. 
O compromisso com o novo céu e a nova terra, com o mundo futuro, não nos dispensa de compromissos irrenunciáveis no tempo presente. Portanto, a esperança é uma só: a esperança do céu se dá na construção de um mundo novo, a partir deste exato momento da história que vivemos, com renovados compromissos sociais e políticos. 
Jamais devemos nos omitir na construção e promoção da cultura da vida, da dignidade, da paz, como instrumentos que somos nas mãos de Deus, pois a fé cristã não é evasão, alienação, fuga, o abrir mão de compromissos.
 
Oremos: 
Ó Deus Uno e Trino, que jamais abusemos do poder que nos é confiado, e que toda autoridade constituída sirva para o bem de todos, com a força do Espírito e conforme a Palavra do Verbo Encarnado, para que todos os povos Vos reconheçam como o único Deus a ser adorado, amado e servido. Amém!
 
 
PS: oportuno para a terça-feira da 9ª Semana do Tempo Comum, em que se proclama a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,13-17).

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