segunda-feira, 4 de março de 2024

A força da oração

                                                       

A força da oração

Sobre a oração, sejamos enriquecidos por um trecho dos escritos de São Gregório de Nissa, Doutor da Igreja (séc IV):

“...Afasta-se Deus quem não se une a Ele na oração. Portanto, o primeiro que deveis aprender sobre a oração é isto: que se deve orar sempre sem desanimar-se. Pois mediante a oração conseguimos estar com Deus. E aquele que com Deus está, longe do inimigo está.

A oração é a base e o escudo da honestidade, o freio da ira, o sedativo e o controle da soberba.

A oração é o selo da virgindade, garantia da fidelidade conjugal, esperança dos que vigiam, fertilidade dos agricultores, salvação dos navegantes.

E penso que mesmo que nós passássemos toda  a vida conversando com Deus, orando e dando-lhe graças, estaríamos tão longe de recompensá-Lo como merece, como se em nenhum momento tivéssemos abrigado o propósito de recompensar ao nosso benfeitor”.

Assim entendida, a oração torna-se para nós elevação da alma, e não como fuga do tempo presente e seus desafios.

Oração é a força recebida, para que firmemos nossos passos em incondicional fidelidade ao Senhor, como discípulos missionários que o somos, com as renúncias quotidianas necessárias, para também o carregar quotidiano de nossa cruz, na vivência da solidariedade de uns para com os outros, quando ela se tornar mais pesada.

Oração assim é indispensável na travessia do mar da vida, para que enfrentemos as tempestades e ventos contrários das adversidades, tristezas, decepções, que são, por vezes, elementos constitutivos de nossa existência.

Enfim, oração é sempre um colocar-se diante de Deus, que faz novas todas as coisas, por meio do Seu Espírito, e renovar nossa fidelidade a Jesus Cristo, que nos chamou e nos enviou em missão, para que esta continuemos.

Que seria de nós se Deus não houvesse nos concedido a graça de dialogarmos com Ele?

E é nisto que consiste a verdadeira oração: dialogar pressupõe que não apenas falemos a Deus nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, mas também sejamos abertos e atentos ao que Ele tem a nos dizer, e de modo especial para que venhamos a realizar, e se preciso, rumos, pensamentos e atitudes novas sempre buscar, maior correspondência de amor a Ele viver, e felizes e plenos de vida agora e sempre sermos. Amém.



Lecionário Patrístico Dominical – Editora  Vozes - 2013 - p.737

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