“Pai Nosso que estais nos céus...”
Disse o Senhor na passagem do Evangelho de João (Jo 16,23b-28): “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16,23b).
Oportuno um aprofundamento sobre a autêntica oração, que deve acompanhar a vida do discípulo missionário do Senhor, pois esta, feita em Seu nome, deve nascer da profunda intimidade com Ele, de tal modo que, a Ele configurados, haveremos de ter mesmos sentimentos (Fl 2,1-11).
Tudo isto nós vemos e encontramos na mais bela oração que Ele mesmo no-la ensinou: o “Pai-Nosso” (Mt 6,7-15; Lc 11,1-4), que ora refletimos:
- A manifestação da glória do Pai – “Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome” – amar a Deus sobre todas as coisas; santificar Seu nome por uma vida que expresse nossa filiação, como imagem e semelhança D’Ele criados; profunda e perfeita sintonia com Deus em todos os momentos;
- A vinda do Reino de Deus – “Venha a nós o Vosso Reino” – o Reino de Deus, como assim rezamos no Prefácio da Missa da Solenidade de Cristo Rei: “Com óleo de exultação, consagrastes Sacerdote Eterno e Rei do universo Vosso Filho único, Jesus Cristo, Senhor nosso. Ele, oferecendo-Se na Cruz, vítima pura e pacífica, realizou a redenção da humanidade. Submetendo ao Seu poder, toda criatura entregará à Vossa infinita majestade um Reino eterno e universal: Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz...”
- A amorosa vontade divina – ―”Seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus” - Nada pode sobrepor à vontade divina, de modo que não podemos nos submeter à busca de fins mesquinhos e egoísticos. Ser capaz de sacrificar caprichos e vontades de tal modo que estas sejam cada vez mais em conformidade à vontade divina, que nem sempre poderá corresponder à nossa, na mais perfeita sintonia;
- A súplica pelo pão cotidiano – “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” – é preciso pedir o pão cotidiano, porque a salvação atua neste mundo e na história. Peçamos O Pão de Eternidade, O Pão da Eucaristia e com ele o amor, a vida, a alegria, a paz, a solidariedade, a salvação. Podemos e devemos, como cristãos, também, pedir as coisas temporais, mas desde que sejam fundamentais para o nosso viver com sobriedade, numa vida fugaz, sem ficarmos presos às armadilhas do consumo supérfluo, sem critérios ou sem medidas, numa insaciabilidade prejudicial a si mesmo, sem a solidariedade com os mais empobrecidos do essencial para uma vida digna;
- O perdão dos pecados – “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” – Suplicar o perdão divino é necessário, mas não nos dispensa de viver o mesmo em relação ao nosso próximo. Se experimentarmos o amor e o perdão divinos, verdadeiramente, poderemos viver a graça do perdão também concedido – “Pois, se perdoardes aos homens os seus pecados, também Vosso Pai celeste vos perdoará: mas se não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará vossos delitos” (Mt 6,14);
- Preservação e libertação da tentação – “Não nos deixeis cair em tentação” – as tentações do Maligno, que Nosso Senhor venceu no deserto (ter, poder e ser – acúmulo, domínio e prestígio respectivamente) – (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), e nos ensinou o mesmo a fazer, para que vivamos na liberdade, pois é para ela que Ele nos libertou, para que sejamos verdadeiramente livres (Gl 5,1); e ainda nos falou o Senhor – “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32);
- A libertação do mal – “Mas livrai-nos do mal” – para isto precisa da ação e presença dos dons do Espírito Santo para o discernimento, orientação dos passos e perseverança no testemunho das virtudes divinas (fé, esperança e caridade). Aqui lembramos as palavras que rezamos na conclusão do Pai Nosso ao celebrar a Santa Missa: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança, e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo. Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”.
Concluímos com a leitura orante da passagem da Carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 5,1-26), na qual ele nos exorta a viver a verdadeira liberdade e caridade, que devem ser marcas fundamentais dos discípulos missionários do Senhor, não satisfazendo os desejos da carne, mas conduzidos pelo Espírito. Fonte: Missal Cotidiano – Editora Paulus – 1998 – pp. 468-469.
Concluímos com a leitura orante da passagem da Carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 5,1-26), na qual ele nos exorta a viver a verdadeira liberdade e caridade, que devem ser marcas fundamentais dos discípulos missionários do Senhor, não satisfazendo os desejos da carne, mas conduzidos pelo Espírito.
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