quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

                                                  

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

Ouvimos, na Liturgia da quinta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), a passagem do Livro de Neemias (Ne 8,1-4.5-6.7b-12), uma das páginas mais lembradas da história de Israel do pós-exílio.

Esta passagem é o primeiro texto em que se descreve uma grande Liturgia da Palavra com a participação de todo o povo, revelando a espiritualidade do Povo de Deus: cultivar a memória das grandes riquezas do passado, suas culpas, sofrimentos e, ao mesmo tempo, a sua esperança num futuro melhor (1).

Trata-se do tempo da reconstrução de Jerusalém, no sétimo mês do ano 445, um tempo de grandes desafios e renovados compromissos de todos.

O Governador Neemias e o Sacerdote e Escriba Esdras organizam uma festa, e nesta é proclamada a Lei do Senhor: reúne-se uma grande assembleia, não no Templo, mas em uma praça.

Alguns elementos que encontramos nesta Liturgia da Palavra celebrada: “o púlpito, do qual a Palavra é proclamada; o leitor; a presidência dos anciãos; a abertura do rolo da Torá; o pôr-se de pé; a inclinação profunda do povo e a sua resposta á Palavra: ‘Amém! Amém!” (vers. 6)” (2), o sim decisivo de fidelidade à Aliança com Deus.

Esta proclamação da Palavra de Deus se constitui num grande momento de festa, seguido de um banquete, em que mesmo os pobres podem, neste dia, banquetear-se, como convém numa ocasião solene, num serviço em favor dos mais pobres, de modo que a alegria que procede de Deus somente será verdadeira se  partilhada e não vivida individualmente (3).

Hoje também em nossas celebrações estes elementos devem se fazer presentes e merecem toda a dignidade, para que de fato a Liturgia seja fonte e ápice da vida da Igreja, como nos falou o Concílio Vaticano II: Contudo, a Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde procede toda a sua força.”

Reflexão oportuna para a avaliação de nossas Missas e Celebrações, para que tenham sua beleza e riqueza próprias, e venham nutrir a espiritualidade do Povo de Deus que delas participam, renovando os sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino.



(1)   Missal Cotidiano – Ed. Paulus – p. 1333
(2)   Lecionário Comentado – Editora Paulus – Vol. II – p. 467.
(3)   Idem p.467

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG