quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Efeitos da divina luz!

 


Efeitos da divina luz!

 

Sejamos enriquecidos pelos escritos do Abade São Máximo Confessor (séc.VII).

 

A lâmpada posta sobre o candelabro é a paterna e verdadeira luz que ilumina todo ser humano que vem ao mundo (cf. Jo 1,9), nosso Senhor Jesus Cristo. Por ser um de nós e ter assumido nossa carne, tornou-se e foi chamado lâmpada. Isto é, a sabedoria e a palavra do Pai por natureza, que na Igreja de Deus é pregada com fé pura e, pela vida orientada pela virtude e observância dos mandamentos, é erguida e resplandece entre as nações.

Ilumina a todos que estão em casa (a saber, neste mundo), conforme a mesma Palavra de Deus em certo trecho: Ninguém acende uma lâmpada e a põe sob uma vasilha, mas sobre o candelabro. E iluminará a todos que estão em casa (Mt 5,15), dando a si mesmo claramente o nome de lâmpada, porquanto, sendo Deus por natureza, fez-se homem segundo o desígnio divino.

Parece-me que também o grande Davi, compreendendo isto, diz ser o Senhor uma lâmpada, ao dizer: Lâmpada para meus pés, a tua lei é luz para meus caminhos (Sl 118,105). Meu Salvador e Deus é tão luminoso que dissipa as trevas da ignorância e do vício. Também por isto a Escritura o designa como lâmpada.

Na verdade só ele, qual lâmpada, desfaz a escuridão da ignorância, repele o negrume da maldade e do vício. Por este motivo fez-se o caminho de salvação para todos. Pelo poder e a ciência conduz ao Pai aqueles que estão resolvidos a nele caminhar, como pela via da justiça, nos divinos mandamentos. Por candelabro entende-se a santa Igreja, onde a palavra de Deus refulge pela pregação diante de todos quantos habitam neste mundo como em uma casa, ilumina com o esplendor da verdade e os espíritos ficam repletos da ciência divina.

A palavra não se sujeita a ser posta sob uma vasilha, ela que se destina a ser colocada no mais alto cume e na imensa beleza da Igreja. Enquanto a palavra se acha presa à letra da lei, como sob uma vasilha, todos se privam da luz eterna. Não seria fonte de contemplação espiritual para aqueles que procuram libertar-se da sedução enganadora dos sentidos que nos inclinam a captar somente as coisas passageiras e materiais. Mas é colocada no candelabro da Igreja, a fim de iluminar a todos pela adoração em espírito e verdade.
Se a letra não é interpretada segundo o seu espírito, não tem senão o valor material de sua expressão, e não permite que a alma chegue a compreender o sentido do que está escrito.

Por conseguinte, tendo acendido a lâmpada (quer dizer, o sentido que acende a luz da ciência) pelo ato da contemplação e da ação, não a ponhamos sob uma vasilha. E também não sejamos acusados de falta por comprimir na letra o indizível poder da sabedoria. Mas sim sobre o candelabro (a santa Igreja) para que, do alto vértice da verdadeira contemplação, estenda a todos o facho da divina doutrina.”

Trata-se da resposta do Abade a Talássio, apresentando os efeitos da luz divina em nossa vida; a missão da Igreja de resplandecer esta mesma luz nas nações, a partir da contemplação e da ação, da prática da Lei Divina contida nos mandamentos sagrados.

 

Reflitamos:

 

- Jesus é verdadeiramente  a luz da minha vida?

- Deixo-me iluminar por Sua palavra e Seus ensinamentos?

 

- Minha vida é marcada pela contemplação e ação?

- De que modo sou luz para o mundo?

 

- À luz da Palavra divina, tenho me afastado de toda ignorância, maldade e vício; de tudo aquilo que ofusca o brilho divino que em mim habita?

- Qual a intensidade do esplendor da verdade por mim vivido?

 

- De que modo a Igreja reflete e testemunha ao mundo o esplendor da Verdade que é Jesus Cristo, Nosso Senhor?

 

É tempo de mergulharmos dentro de nós mesmos, para o encontro com a indizível claridade divina que em nós habita.


Há um canto do Pe. Zezinho que expressa muito bem isto:


“Dentro de mim”:

“Dentro de mim existe uma luz,

que me mostra por onde deverei andar.

Dentro de mim também mora Jesus,

que me ensina buscar o Seu jeito de amar.

Minha luz é Jesus, 
e Jesus me conduz pelos caminhos da paz...”

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