Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus

Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus
No que consiste a Oração?
Uma reflexão sobre a vitalidade da Oração em nossa vida.
Discípulos missionários do Senhor precisam intensificar momentos mais prolongados e fecundos de oração, pois é preciso orar sem cessar, como nos falou o Apóstolo Paulo (1 Ts 5,17).
Percebamos as maravilhas que Deus realiza em nós através da oração, o quanto Ele nos fala em Seu aparente silêncio e as diversas formas que temos para orar.
Entre a ação humana e a Ação Divina, a Oração se interpõe como diálogo amoroso em que a criatura perscruta os desígnios de Deus e Ele manifesta no mais profundo do coração humano os Seus sonhos e Projetos.
A Oração é uma forma que Deus encontrou para manter um diálogo constante, com aqueles a quem formou desde o princípio. Feliz quem na vida descobriu tão belo meio de avançar no caminho da felicidade pessoal, familiar, comunitária, social e em todos os níveis...
Pela Oração mantém-se a estreita e íntima relação dialogal de Deus com Sua criatura, e que há de ser contínua e perseverante em todos os momentos: alegria e tristezas, angústias e esperanças, fracassos e vitórias.
Oramos louvando, agradecendo, suplicando, disponibilizando-nos em abertura à vontade de Deus para toda humanidade.
Diante das comunidades, bispos e padres são por excelência pessoas de oração, e mesmo desafiados pelas inúmeras atividades e solicitações do dia a dia, devem cultivar a oração, pessoal e comunitária, vivenciada no ápice da Celebração Eucarística, que é, ao mesmo tempo, fonte e manancial inesgotável de forças sabedoria, graça e luz; vencendo o perigo do ativismo que resultaria no estresse, esvaziamento e inquietação diante dos resultados.
A Oração não é uma fuga da realidade, tão pouco delegar a Deus responsabilidades que são próprias de cada criatura. É antes de tudo compromisso.
Oração no trabalho como se tudo dependesse de nós e nada de Deus, mas, ao mesmo tempo, esperar tudo de Deus como se nada fosse fruto de nossas atividades, como dizia Maurice Blondeu, grande filósofo cristão e de sólida fé. A Palavra de Deus, por sua vez, é a grande fonte para nossa Oração.
No aparente silêncio Deus na verdade nos fala ao íntimo. Alguns Santos e místicos fizeram esta grande descoberta.
Santo Ambrósio, no século IV, assim definiu a Oração:
“A Deus falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os Divinos Oráculos”.
Os Santos Padres nos ensinavam que procurando pela Leitura Sagrada nos encontraríamos meditando, batendo a porta em Oração nos seria aberta pela contemplação.
O grande Bispo Santo Agostinho disse:
“Jesus Cristo ora por nós como nosso Sacerdote; ora em nós como nossa cabeça e recebe a nossa oração como nosso Deus. Reconheçamos n'Ele a nossa voz, e em nós a Sua voz”.
No século VIII, São João Damasceno via na Oração uma elevação da alma até Deus, em que fazemos o pedido dos bens convenientes.
A jovem Teresinha do Menino Jesus assim falou sobre a Oração:
“Ela é para mim um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”.
Há alguns anos, o Papa Bento XVI nos falou da Oração como a força motriz para o amor ao próximo; amor que por sua vez é a fonte de Oração.
Diante de um mundo globalizado, marcado por inúmeros e crescentes desafios, urge que Padre e todos (as) da comunidade redescubram a força, a beleza e a vitalidade da Oração, como sopro revitalizador do Espírito de Deus, que incansavelmente nos renova e reorienta nossos passos, conduz a Sua Igreja na participação da construção do Reino.
Como Deus nos fala em Seu aparente silêncio! Aprendamos a fazer silêncio para podermos escutá-Lo e com Ele dialogarmos numa conversa que nunca termina...
É sempre Tempo de Oração!
PS: Oportuno para refletirmos a passagem do Evangelho de João (Jo 17,20-26)
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