domingo, 22 de outubro de 2023

Missão: uma questão de amor (XXIXDTCA)

                                                        

Missão: uma questão de amor

Refletir o quanto Deus nos ama é sempre necessário, para que cresçamos em maior correspondência ao Seu Amor, bem como refletir sobre a nossa Missão, recebida desde o dia de nosso Batismo, para que de fato seja sempre uma questão de amor…

Refletindo sobre a passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 45,1.4-6), vemos que Deus vem ao nosso encontro, pois não sabe fazer outra coisa a não ser nos amar.

Vem para nos libertar de toda e qualquer opressão e escolhe quem quer para salvar Seu povo, como foi o caso da escolha de Ciro, rei dos persas.

Diferente é a ida do povo até Deus, muitas vezes a humanidade é movida pelo ódio, interesses impuros, hipocrisia, gerando medo, conflitos e violências.

Nem sempre se acorre a Deus de coração puro, sincero e por amor… Muitos interesses ficam submersos, camuflados revelando a falta da gratuidade e verdadeira intimidade.

Às vezes procuramos a Deus para pedir sem nada a oferecer, outras O procuramos sem estarmos enraizados em Seu amor. Deus é amor e o nosso encontro com Ele deve ser sempre por amor.

Some-se a esta passagem o Evangelho de São Mateus (Mt 22,15-21), quando os fariseus e herodianos preparam uma armadilha muito séria para apanhar Jesus em contradição – na conhecida questão, se é lícito pagar imposto a César.

Como que os colocando diante do espelho, podemos refletir toda a hipocrisia que carregam em si, dentro do coração, pois Jesus pede a moeda, e eles a tinham consigo.

A resposta de Jesus alarga o horizonte: “Devolva a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Que tributos sejam pagos e vida seja revertida em favor deste mesmo povo – todo o poder é relativo e deve estar a serviço do povo. Absoluto somente o Reino de Deus – “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo mais vos será acrescentado”.

A adoração leva ao compromisso com amor e dignidade, acima de todo o poder está Deus, pois Seu poder é eterno. Devolva a Deus o povo cheio de vida, feliz, alimentado, com cultura e dignidade… Não podemos devolver a Deus um povo faminto, abandonado, sofrido, sem vida, desmotivado, sem abrigo, sem perspectivas, sem alegria…

Devolver a Deus o que é de Deus é multiplicar momentos de Oração, dar o dízimo com amor, participar das Missas com alegria, solidarizar-se, com a sacralidade da vida e sua dignidade comprometer-se.

Quem não fizer o bem deixa de devolver a Deus o que é de Deus, e muitas vezes até podemos estar roubando de Deus o que lhe pertence, pois tudo é d’Ele. Sem Deus nada somos, nada podemos, porque d’Ele viemos, n’Ele e por Ele somos, existimos, nos movemos, e para Ele haveremos de voltar. Ele é o princípio e o fim de nossa vida, alfa e ômega!

Devolver a Deus o que é de Deus, iluminados pela Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1 Ts 1,1-1-5b) é construir a vida sobre três pilares: fé, esperança e caridade (amor) que não se destroem jamais.

Fé:
Deve ser atuante, pascal, viva, sincera, comprometida, verdadeira e adubada, regada todos os dias de nossa vida para que possa produzir frutos agradáveis ao Senhor…

Esperança:
Deve ser firme, pois do contrário as coisas vão de água abaixo… Não ser derrotista, pessimista, arrasado… Crer contra toda humana esperança…

Amor:
Que não é sentimento passageiro, mas mandamento e exercício constante; pede empenho, dedicação, esforço, vigilância… Não existe “amei e ponto final”, pois a cada dia se ama mais, ele é eterno é o esforço da eternidade e indefinível, indeterminado, como o próprio Paulo disse em Romanos, não fiqueis devendo nada ao outro a não ser o amor mútuo… Amar sempre, verdadeiramente, entre amigos e esposos, pais e filhos (o que está faltando em muitas famílias)…

É preciso ir ao encontro de Deus e cultivar Seu amor, deixando que Ele abrase nosso coração com o fogo do Espírito Santo, nos iluminando com Sua luz.

É sempre tempo de devolver a Deus o que é de Deus: fé atuante, caridade esforçada e firme esperança… O mundo precisa de pessoas assim.

Reflitamos:

- Estamos devolvendo a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?
- Como vivemos a fé, a esperança e a caridade?

Acendei, ó Pai, a chama do amor eterno que nasce do Eterno Amor (Espírito Santo), revelado e testemunhado pelo Seu Filho e Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!

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