segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Misericordiosos como o Pai, sejamos


Misericordiosos como o Pai, sejamos

Sede misericordiosos
 como também o vosso Pai é misericordioso.”
(Lc 6,36).

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,27-38), que nos exorta a crescer sempre mais na prática da Misericórdia, procurando suas múltiplas faces, expressões e concretizações.

Contemplemos o Coração de Jesus, onde habita a plenitude da Misericórdia, por isto quem O vê, vê o Pai, pois Ele e o Pai são um só.

Um Coração pleno de Misericórdia, pleno de luz, e por isto, Ele pode Se nos apresentar como a Luz do mundo, para que todo aquele que O seguir não caminhe nas trevas, mas tenha a luz da vida (Jo 8,12).

A prática da Misericórdia, além de nos levar ao amor e à oração pelos inimigos, também exige de nós coerência, evitando uma vida pautada por “dois pesos e duas medidas”.

Se por um lado a Misericórdia se expressa na coerência de vida, há algumas coisas que a ofusca, como a hipocrisia, a ambiguidade, o julgamento rigoroso de nossos irmãos e a impaciência de vê-los trilhar o caminho do crescimento, aperfeiçoamento.

A ausência da Misericórdia destrói a paciência, a caridade e, consequentemente, o outro.

Somente a Misericórdia, vislumbrada na prática da caridade, muitas vezes materializada em gestos de acolhida e perdão reintegrador, pode resgatar, recriar e possibilitar o novo,

Jesus disse que a boca fala daquilo que o coração está cheio, e podemos concluir que nossos olhos revelarão aquilo que se encontra em nosso íntimo, em nosso coração.

Se em nosso coração houver rancor, ódio, tristeza, indiferença, preconceitos, egoísmo, materialismo, hedonismo cultuado (busca do prazer sem medida), ídolos cultivados, o nosso olhar será a mais perfeita e triste expressão de tudo isto.

É tempo de olharmos para dentro de nós mesmos, para que possamos dizer como São Paulo:

“Pregar o Evangelho não é, para mim, motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor 9,16).

E pregando, vivamos, como ele também nos diz:

“Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter proclamado a Boa-Nova aos outros, eu mesmo seja reprovado” (1Cor 9, 27).

Quando a Misericórdia, o Amor de Deus em ação, na ação dos que creem, for vivida, com ousadia, vigor, ardor inextinguível, e paixão por Cristo, à luz da espiritualidade paulina, resplandecerão os sinais do Reino, com o reencantamento da vida: Amor, verdade, justiça e paz.

Somente com humildade, guiados pela luz divina, seremos guias luminosos para os nossos irmãos e irmãs.

Oremos:

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
semente plantada que, abundantemente, germina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda cegueira elimina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda hipocrisia abomina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que nossos olhos ilumina!

Oh múltipla face da Misericórdia Divina,
Que a humanidade incansavelmente ensina! Amém! 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG