quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Quero beber do Teu Cálice, Senhor!

 

Quero beber do Teu Cálice, Senhor!
 
“Não sabeis o que pedis. Podeis beber o
Cálice que hei de beber?” (Mt 20,22)
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Assim como disseste à mãe de Tiago e João,
Sei que não cabe a Ti conceder, mas ao Pai,
 
Então, permita-me, Senhor, participar de Tua Paixão,
Morrendo contigo, para também contigo Ressuscitar.
 
Também contigo quero estar sempre em completa comunhão,
Na alegria e na dor, nos tropeços e reerguimentos.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Quero me unir à Tua imerecida Paixão,
Completando em minha carne o que possa faltar.
 
Assim, a Paixão contigo vivendo e assumindo,
Por amor a Igreja, totalmente me consumindo.
 
Em fidelidade comprovada, razão da esperança sempre dar,
E na rede de relações quotidianas a caridade testemunhar.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Consumir minha vida por Ti, logo, pelo Amor,
Marcada pela alegria da doação e do serviço.
 
Fazendo brilhar Tua luz, num mundo por vezes obscurecido e frio,
Pela palavra e pela ação, para que Teu nome glorifiquem.
 
Reconhecendo Tua terna e amável presença
Naqueles em que estás aparentemente invisível.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Numa fé em contínuo amadurecimento, acrisolamento,
Sem lamentar, mas com Tua força contar no sofrimento.
 
Caminhando peregrino longe de Ti, tão próximo, tão perto,
Até que possa ver Tua face reluzente, para sempre. 
 
Rumando para a eternidade, com passos firmes,
Sem estagnações e recuos para de Ti não me distanciar.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Suportar, se necessário, por fidelidade a Ti,
O desprezo e a incompreensão ao invés da glória.
 
Com sincera humildade, ponho-me no último lugar
Aprendiz de Ti, servindo por amor, servo inútil me reconheço.
 
Amargar a incompreensão se preciso for,
Pelo bem feito, sempre será melhor sofrer.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Entranhando no mais profundo de mim Tua Palavra
De modo especial a que ressoa em cada Eucaristia.
 
Deixando-me por ela me moldar, transformar,
Para que Tua imagem melhor possa transparecer.
 
Da verdadeira Comida e Bebida me saciar;
Vigor, alegria, imortalidade alcançar.
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor.
 
Para que se cumpra em mim Tua Palavra,
No Evangelho, na mente e coração gravada:
 
“Quem come da minha Carne e bebe meu Sangue
permanece em mim e Eu n’Ele”.
 
Bebo do Teu Cálice, alimento-me de Teu Pão.
Permaneces em mim, Senhor, permaneço em Ti. Amém!
 
Quero beber do Teu Cálice, Senhor,
Minha cruz assumir contigo por amor... 
 
 
PS: Apropriado para o XXIX DTCB, em que se proclama a passagem do Evangelho de São Marcos (Mc 10, 35-45)
 

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