O Senhor renova todas as coisas...
“O cristianismo é graça, é a surpresa de Deus”
(Papa São João Paulo II)
Senhor, Te contemplo como Messias,
Medito sobre Tuas dramáticas controvérsias com os judeus:
Procuram-te para prender, mas ainda não é chegada a tua hora.
Senhor, caminhas para Jerusalém, onde culminarás Tua missão,
Para redimir a humanidade de seu pecado;
A vida por Amor consumida, dilacerada, crucificada.
Tu, realizador de tantos prodígios,
Suscitaste interrogações e inquietações entre os Teus:
De uns a admiração, de outros a absoluta rejeição.
Tu, conhecido de tantos, e nem tanto assim,
Por conhecerem Tua família, Te ignoram,
A Ti se dirigem com frieza, indiferença e ironia.
Muitos não compreendem Tua origem divina,
Distantes do Plano de Salvação de Deus,
Ignoram até mesmo o próprio Deus.
Ó Senhor, creio em Ti, que és a verdadeira novidade,
Que superas a cada instante todas as expectativas.
És para a humanidade, hoje e sempre, surpresa maviosa.
Ó Senhor, Tua Palavra, ainda que o tempo passe,
Não perde o germe da novidade,
Fazendo renascer no coração os mais belos frutos.
Ó Senhor, Tua Palavra, no coração caída,
Como semente deita raízes, entranha a alma,
E frutos incontáveis para sempre ficam.
Ó Senhor, ainda que o mundo desapareça,
Tua Palavra para sempre permanecerá:
É fogo que queima, arde, aquece.
Ó Senhor, creio em Ti que não me deixas perder o encanto
De crer que Tuas maravilhas jamais cessam de acontecer,
Transformas em alegria e vitória as tristezas e prantos.
Peço-te, Senhor, que eu não caia na armadilha da presunção,
De tão habituado de Ti falar, de Tua Palavra proclamar,
Nada, absolutamente nada, a vida transformar.
Peço-Te, Senhor, que não me contente e me acomode
Com uma fé infantil, superficial, ingênua e aparente,
Que ela seja amadurecida pelas provações do presente.
Suplico-Te, Senhor, que não busque em Ti doutrinas e discursos
Que me anestesiem, alienem, e do combate me afastem,
Que Tua Palavra me desestabilize das falsas seguranças.
Suplico-Te, Senhor, livra-me de uma credulidade preguiçosa
Que reduz a Boa Nova ao que o mundo deseja e propõe,
Esvaziando Sua natureza tão divina, Sua força tão vital.
Suplico-Te, Senhor, que não apenas a ilusão tenha
De tê-Lo encontrado, mas antes por Ti encontrado,
Num relacionamento verdadeiro, confiante e apaixonado.
Foste Tu, Senhor, que me escolheste, chamaste,
Que me enviaste para no mundo Tua presença ser,
E no pequenino Tua presença real reconhecer.
Que respondendo ao Teu divino chamado,
Uma fé mais convincente venha a viver,
Com testemunho mais fecundo e na missão mais ardor.
Dá-me, Senhor, suplico-Te, ainda que não mereça,
Uma fé viva, um espírito contrito e generoso,
Para compreender como és amável e bondoso.
Que contemplando a Tua divina glória,
Passos mais firmes, gestos multiplicados,
Novas linhas de uma nova história escrever.
PS: Fonte inspiradora: Liturgia da sexta-feira da quarta semana da Quaresma (Sb 2,1a. 12 -22; Sl 33, 17-21;23; Jo 7, 1-2.10.25-30), e livre adaptação do Lecionário Comentado – Quaresma – Páscoa pág. 207/210.
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