domingo, 31 de março de 2024

O transbordamento da Alegria Pascal e o compromisso batismal

O transbordamento da Alegria Pascal e o
compromisso batismal

Estamos vivendo o transbordamento da alegria Pascal. A vida venceu a morte, o amor de Deus falou mais forte, pois Ele tem a última e definitiva Palavra. Não podia calar para sempre a Palavra que se Encarnou por amor incondicional, total, extremo, por nós: Jesus.

Depois de percorrido um Itinerário Quaresmal longo e frutuoso, com Oração, jejum e partilha, em atitudes de sincera e necessária conversão, reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs, estamos vivendo o Tempo Pascal com a riqueza imensurável da Palavra proclamada.

Dentre as tantas passagens que a Liturgia Pascal nos oferece, ressalto a caminhada dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Três dias haviam passado, depois da morte d'Aquele no qual colocavam toda a esperança, e nada aconteceu, segundo a lógica existencial e humana daqueles discípulos (Cléofas e seu companheiro).

Somente a presença do Ressuscitado, com eles caminhando, explicando-lhes as Escrituras, e somente a acolhida em sua casa –“fica conosco, pois cai a tarde e o dia já declina” – na partilha do pão abençoado, assentados à mesa, é que O reconhecem como Aquele que agora vive: Ressuscitou! Aleluia!

Era tarde para que o peregrino Jesus continuasse o caminho, mas não bastante escuro e tarde, para que eles fossem imediatamente ao encontro dos outros discípulos para contar o acontecido. A escuridão exterior foi vencida pela luz interior que o Ressuscitado nos oferece.

A Palavra comunicada, explicada, acolhida no mais profundo do ser, fez com que seus corações ardessem. No Pão partilhado, seus olhos foram abertos para o reconhecimento e a mais bela contemplação: a presença e a Vida do Cristo Ressuscitado!

Corações ardentes, olhos abertos. É tempo de uma fé Pascal; fé que se manifesta em ações concretas, e que se torna missão.

A fé Pascal, iniciada para os discípulos no encontro com o Ressuscitado, é a fé que todos nós cristãos devemos continuamente e corajosamente amadurecer em nossa vida pessoal e de compromissos pastorais, vivendo a vida nova do Batismo, com o selo do Espírito, na fidelidade ao Pai, prolongando a vida e ação de Jesus.

Uma fé Pascal exige todo o reconhecimento de que Aquele que é o vivente entre nós e conosco caminha, continua a ser para sempre o Crucificado e a Sua história de sofrimento não foi anulada com a Ressurreição.

A fé Pascal nos provoca o lançar de um olhar completamente novo sobre a realidade, em renovados compromissos com o Reino.

É Páscoa! Que nossos corações ardam cada vez mais, nossa mente e olhos se abram, para que passos sejam firmados no testemunho da Vida do Ressuscitado. 

É Páscoa! Vivamos intensamente o Amor de Deus que nos transforma e nos coloca em imediato compromisso com os desfigurados da história.

Somente quem ama, vê e crê na presença do Ressuscitado, poderá viver o que o Apóstolo Paulo chamou de loucura da cruz, que nos configura a Cristo, Morto e Ressuscitado.

Vivamos sempre uma fé Pascal. Amém. Aleluia! Aleluia!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG