domingo, 31 de março de 2024

Iniciemos nosso Itinerário Pascal

Iniciemos nosso Itinerário Pascal

Voltemo-nos para um trecho do Tratado sobre a Solenidade da Páscoa, escrito pelo Bispo Santo Eusébio de Cesareia (séc. IV).

“... Depois da Páscoa e ao término de sete semanas, celebramos a Festa de Pentecostes; da mesma forma que anteriormente a Festa da Páscoa, e durante um período de seis semanas, aguentamos varonilmente as práticas quaresmais.

Pois o número seis é, por assim dizer, um número que significa atividade e eficácia. Por esta razão se diz que Deus criou em seis dias todas as coisas. Com razão, pois, as fadigas que supuseram a preparação da primeira solenidade, lhes seguem as sete semanas preparatórias da segunda solenidade, na qual se concede um longo período de descanso, simbolizado pelo número sete.

Portanto, considerando os santos dias de Pentecostes como uma imagem do futuro descanso, não sem razão nossas almas transbordam de alegria, e também condescendemos com nosso corpo, concedendo-lhe um respiro, como se já estivéssemos com o Esposo. Portanto, não nos está permitido jejuar”. (1)

A Liturgia do Tempo Pascal deve ser celebrada com intensa alegria; devemos sentir este transbordamento de alegria como se já estivéssemos com o Esposo.

Esta fé que temos e professamos, no Salvador morto e ressuscitado, exige que procuremos superar um número elevado de dúvidas, de vacilações, de medos, antes de acolher, sem reticências, o Mistério revelado, como nos afirma o Missal:

Além disso, deve-se evitar anunciá-Lo prematuramente. A fé é um Itinerário Pascal de morte de nós mesmos, das nossas seguranças, das nossas ‘evidências’ para nascermos para a verdade de Deus e da Sua mensagem” (2).

Sem demora, depois da Vigília Pascal, como Igreja, começaremos nosso Itinerário Pascal, que estas mortes nos façam mais Pascais, alegres discípulos missionários do Senhor, porque sabemos em quem confiamos e depositamos nossa esperança.

Cremos e sentimos a Sua nova presença conosco, vivo e Ressuscitado, nos iluminando, nos ancorando com Sua Palavra e nos fortalecendo com Seu Corpo e Sangue, Alimento indispensável e salutar para o nosso viver.


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Ed. Vozes - PP. 339-340
(2) Missal Quotidiano Dominical e Ferial - Editora Paulus - Lisboa - P. 587.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG