sexta-feira, 29 de março de 2024

A crudelíssima morte ou a pleníssima vida! (II)


A crudelíssima morte ou a pleníssima vida! 

Na Semana Santa, contemplando os Evangelhos, refletimos sobre a Hora na qual Jesus Se prepara para ser glorificado, não fugindo da cruz, onde testemunhará, com Sua entrega, a expressão máxima do amor de Deus.

Chegando a Hora, como ainda não o era nas Bodas de Caná, com Seu Sangue derramado, sela a Nova e Eterna Aliança de Amor de Deus com a humanidade…

Do Coração trespassado jorra a tinta do Amor: Seu Sangue, para escrever no coração da humanidade esta Aliança irrevogável, esta reconciliação tão desejada.

A Hora de Jesus possibilita-nos eternizar nossa vida, concede-nos força para a hora presente, leva-nos a alcançar a Hora da eternidade do Amor Divino.

Ressoa em nosso coração Suas próprias palavras, em que transborda toda Sua humanidade dizendo – “Agora sinto-Me angustiado...” (Jo 12,27), e a Carta aos Hebreus (Hb 5,7-8)  – “Cristo, nos dias de Sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas Àquele que era capaz de salvá-Lo da morte. E foi atendido, por causa de Sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que sofreu” .

Contemplemos Jesus, verdadeiramente homem, verdadeiramente Deus!

O Papa São Leão Magno (séc V), assim se referiu a Jesus:
“Como poderá ficar fora da comunhão com Cristo, quem recebe Aquele que assumiu a sua própria natureza e é regenerado pelo mesmo Espírito, por obra do qual nasceu Jesus?

Quem não reconhece n'Ele as fraquezas próprias da condição humana? Quem não vê que alimentar-se, buscar o repouso do sono, sofrer angústia e tristeza, derramar lágrimas de compaixão, eram próprios da condição de servo?” (Lit. Horas p. 281 – Vol.II).

Nossas horas terão densidade de vida, sentido, esplendor… se assumirmos a grande Hora de Jesus, na radicalidade da proposta, de tomar nossa cruz de cada dia para segui-Lo.

Em empenho sincero com a vida, com a realização do Reino, superando todo e qualquer sinal de morte que nos cerque: analfabetismo, fome, nudez, violência, conflitos étnicos, gastos com armas, exploração de toda forma, destruição do meio ambiente, enfermidades...

Vivendo cada hora até a hora de nossa morte, quando pelo mérito da Hora de Jesus, poderemos adentrar na eternidade, vivendo intensamente e eternamente a Hora de Deus, contemplando-O, ao lado da Rainha dos céus, dos Seus Santos, Santas e Anjos!  

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG