Não deixemos morrer...
“A tragédia não é quando um ser humano morre.
A tragédia é aquilo que morre dentro da pessoa
enquanto ela ainda está viva.” (Albert Schweitzer)
Vivemos num processo que culmina na morte,
Que pode ser abreviada ou antecipada,
De acordo com as opções que fazemos.
Também pode ser antecipada
Por fatores que ultrapassam nossas vontades,
Através das mais diversas possibilidades.
Evidentemente, a morte tem seus traços,
Deixa lembranças doloridas,
E saudades que nos acompanham.
Mas há uma morte que precisamos enfrentar
E procurar a cura e a libertação, permanentemente:
Aquela que nos faz morrer em vida;
Aquela que o teólogo menciona e nos questiona:
“Aquilo que morre dentro da pessoa
Enquanto ela ainda está viva...”.
A morte com suas múltiplas expressões:
A morte da alegria, dando lugar à tristeza;
A morte da esperança, cedendo o lugar para o nada;
A morte do horizonte inédito, fim de toda expectativa.
A morte do sonho, multiplicando os pesadelos.
A morte da inocência, maculada pela maldade.
A morte das forças, fragilizando os passos.
A morte da alma, em sepulcro abismal.
A morte da fé, ao nada mais crer.
A morte da solidariedade, fomentando o egoísmo.
A morte da graça, fulminada pelo pecado.
A morte do amor, a mais terrível de todas as mortes.
É tempo de revermos o que não pode morrer em nós.
É tempo de fazermos morrer o que já havia de ter morrido.
Sem demora, para que em vão não tenhamos vivido.
É tempo de fazer germinar o mais belo em nós;
Que faça reencantar o mundo com coragem e ousadia.
Iluminando a quantos possamos. É a grande hora.
É tempo de ressuscitar o que há de mais belo em nós:
A capacidade de sonhar, de crer, de esperar, de se solidarizar;
A vida partilhar, na graça e paz viver, simplesmente amar.
Morrer como grão de trigo, para não ser apenas um grão de trigo.
A vida por amor consumir, dando sentido e beleza ao existir;
Renovando forças, a cada dia, sem jamais da vida desistir. Amém.
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