sábado, 16 de março de 2024

A posse do 4º Bispo da Diocese de Guarulhos: “Ouvimos e vimos com nossos olhos”




A posse do 4º Bispo da Diocese de Guarulhos: 
“Ouvimos e vimos com nossos olhos”

Assim começa extasiado o autor da Epístola sobre o Verbo encarnado e a comunhão com o Pai e o Filho: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida, porque a Vida manifestou-se: nós a vimos e dela damos testemunho e vos anunciamos esta Vida eterna, que estava voltada para o Pai e que nos apareceu” (1Jo 1,1-2).

Também nós ouvimos e vimos com nossos olhos um inesquecível momento, quando da realização da Celebração da Missa de posse do quarto Bispo da Diocese de Guarulhos - SP (2014).

Ouvimos e vimos, nos momentos que antecederam a Missa, a expectativa, a acolhida ao Arcebispo Metropolitano de São Paulo Cardeal Dom Odilo Scherer e, ao seu lado, o Bispo Dom Edmilson Amador Caetano, que  tomaria posse; o coral afinando suas vozes e instrumentos; o povo de Deus sentado nas arquibancadas ou nas cadeiras próximas ao altar, ou mesmo em pé; a ausência das flores, em perfeito cumprimento das rubricas quaresmais, como também o roxo dos paramentos litúrgicos da Missa.

Entretanto, não a ausência de beleza, percebida e contemplada nas pedras, nos galhos e folhagens que decoravam o ambiente, assim como o painel com a Cruz e o lema Episcopal de nosso Bispo, “Deus providenciará”, dando um colorido profético ao evento.

Ouvimos e vimos os murmúrios e conversas trocadas na alegre espera do grande acontecimento, que revela a bondade de Deus que não nos deixa desamparados, como ovelhas sem pastor. Deus, em tão curto tempo da Páscoa de nosso terceiro bispo, providenciou alguém para sucedê-lo em seu pastoreio. Vimos mais uma vez ser cumprida a Palavra do Senhor: “Não vos deixareis órfãos.  Eu virei a vós ” (Jo 14, 13).

Ouvimos e vimos a efusiva acolhida da assembleia, com palmas que expressavam o contentamento incontido no coração, tão fortes como o brilho e a emoção de saber que o báculo logo teria mãos firmes e seguras para tanger o rebanho sequioso de um pastor.

Outros ouviram e viram, pela TV e internet (instrumentos preciosos quando bem utilizados), as primeiras imagens da posse, com a mesma alegria e comoção por todos os cantos.

Missa iniciada, vimos e ouvimos os cantos, os primeiros rituais da posse, cumprindo o protocolo previsto, de um Bispo diante do rebanho, pela Igreja a ele confiado, como presença do Cristo Bom Pastor.

Vimos e ouvimos a Liturgia da Palavra de Deus da Missa do Domingo da Transfiguração do Senhor; Palavra que foi ressoada e encarnada em nossos corações com a breve, mas a clara e objetiva, homilia de nosso Bispo.

Com emoção, exortou a todos para viver a vocação para a santidade, colocando nas mãos de Deus as fragilidades e limitações a serviço do Reino, num  autêntico e corajoso testemunho de fé (referindo-se ao exemplo de Abraão – Gn 12,1-4a) , fruto da escuta atenta à voz do Filho Amado (Mt 17,1-9). 

Vimos e ouvimos as preces pelo fortalecimento de nossa missão evangelizadora na cidade de Guarulhos, na pura expressão da confiança na divina providência, com sua força e presença.

Vimos e ouvimos as palavras da Liturgia Eucarística, e com elas a graça do Mistério da Fé celebrado e proclamado, Pão e Vinho consagrados, “eucaristizados”, verdadeiramente, Comida e Bebida para nos fortalecer, sustentar no bom combate da fé, e os compromissos sagrados no quotidiano prolongar.

No encerramento, vimos e ouvimos o Bispo dirigir palavras de ânimo, reavivando a chama batismal no coração de todos, para que, sem recuos, avancemos para as águas mais profundas, com coragem e ousadia, vivendo também a graça da vocação e da profecia.

Logo após, vimos e ouvimos as conversas, os cumprimentos, as saudações, os encontros e reencontros... Por fim, a volta para casa com uma alegria transbordante no coração.

Verdadeiramente, o Senhor veio e o Seu Espírito pairou sobre todos, no acompanhamento da Diocese de Guarulhos, seu Pastor, padres, religiosos e religiosas, seminaristas, o Povo de Deus e todas as pessoas de boa vontade.

Que a ação evangelizadora, assim animada e assistida, leve a todos a contemplar coisas belas para se ouvir e também belas para se viver.

Se atentos ao Sopro do Espírito, e à sua voz, muito mais ouviremos e contemplaremos, pois é nesta comunhão fecunda de amor que somos inseridos; é nesta comunhão que nos tornamos fecundos, para fazer florescer e frutificar as mais belas sementes de alegria, vida e paz.

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