sexta-feira, 15 de março de 2024

A alegria da Páscoa que se aproxima

                                                        

A alegria da Páscoa que se aproxima
 
Sejamos iluminados pela Carta Pascal escrita pelo Bispo Santo Atanásio (Séc. IV).
 
“É muito belo, meus irmãos, passar de uma para outra festa, de uma Oração para outra, de uma solenidade para outra Solenidade. Aproxima-se o tempo que nos traz um novo início e o anúncio da Santa Páscoa, na qual o Senhor foi imolado.
 
Do Seu Alimento nos sustentamos como de um manjar de vida, e a nossa alma se delicia com o Sangue precioso de Cristo como numa fonte. E, contudo, temos sempre sede desse Sangue, sempre o desejamos ardentemente. Mas o nosso Salvador está perto daqueles que têm sede, e na Sua bondade convida todos os corações sedentos para o grande dia da festa, dizendo: ‘Se alguém tem sede, venha a mim, e beba’ (Jo 7,37).
 
Sempre que nos aproximamos d’Ele para beber, Ele nos mata a sede; e sempre que pedimos, podemos nos aproximar d’Ele.
 
A graça própria desta celebração festiva não se limita apenas a um determinado momento; nem seus raios fulgurantes conhecem ocaso, mas estão sempre prontos para iluminar as almas de todos que O desejam. 
 
Exerce contínua influência sobre aqueles que já foram iluminados e se debruçam dia e noite sobre a Sagrada Escritura. Estes são como aquele homem que o Salmo proclama feliz, quando afirma:
 
‘Feliz aquele homem que não anda conforme o conselho dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na Lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar’ (Sl 1,1-2).
 
Por outro lado, amados irmãos, o Deus que desde o princípio instituiu esta festa para nós, concede-nos a graça de celebrá-la cada ano. Ele que, para nossa salvação, entregou à morte Seu próprio Filho, pelo mesmo motivo nos proporciona esta santa solenidade que não tem igual no decurso do ano.
 
Esta festa nos sustenta no meio das aflições que encontramos neste mundo. Por ela Deus nos concede a alegria da salvação e nos faz amigos uns dos outros.
 
E nos conduz a uma única assembleia, unindo espiritualmente a todos em todo lugar, concedendo-nos orar em comum e render comuns ações de graças, como se deve fazer em toda festividade.
 
É este um milagre de Sua bondade: congrega nesta festa os que estão longe e reúne na unidade da fé os que, porventura, se encontram fisicamente afastados”.
A poucos dias da Semana Santa e da desejada celebração da Páscoa do Senhor que, passando pela Paixão e Morte, alcança a glória da Ressurreição, e nela a nossa, continuemos nosso itinerário Quaresmal rumo à Páscoa do Senhor, intensificando nossa aplicação nos exercícios quaresmais da oração, jejum e esmola.
 
Intensifiquemos a preparação da celebração deste Mistério Pascal, que reúne na unidade da fé os que se encontram fisicamente afastados e, também, aqueles com os quais convivemos e partilhamos nossa existência.
 
Seja cada vez mais frutuosa, ativa, piedosa e consciente nossa participação das celebrações eucarísticas, bem como em todos os outros momentos vivenciados pela Comunidade, a fim de que sejamos fortalecidos, como discípulos missionários do Senhor, como Igreja Sinodal que somos, caminhando sempre juntos.
 
Elevemos a Deus orações, para que estes momentos tão difíceis passem, renovando em nós a fé, a esperança e a caridade, e assim poderemos também celebrar os demais Sacramentos, bem como retomar todas as atividades Pastorais.
 
Urge que continuemos orando em família, uma verdadeira Igreja doméstica, como nos fala o Catecismo da Igreja Católica:
 
"Uma revelação e atuação específica da comunhão eclesial é constituída pela família cristã, que também, por isso, se pode e deve chamar Igreja doméstica." É uma comunidade de fé, de esperança e de caridade; na Igreja ela tem uma importância singular, como se vê no Novo Testamento" (1).
 
Somente com esta preparação, será possível que em nosso coração seja transbordada a alegria da Páscoa do Senhor.
 
E assim, seremos novas criaturas para continuarmos nosso bom combate da fé, até que um dia façamos também nossa passagem definitiva, como o começo de uma vida que não conhece o fim, porque é a vida eterna na glória dos céus.
 
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n.2204
 


Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG