sexta-feira, 15 de março de 2024

Dificuldades e tentações na oração

Dificuldades e tentações na oração

Às vezes, ouvimos alguns dizerem que encontram dificuldades na oração, e que as tentações se fazem presentes neste momento.

No Catecismo da Igreja Católica, encontramos a apresentação de duas dificuldades principais na oração, que consistem na distração e na aridez.

As tentações frequentes são a falta de fé e a acídia, ou seja, uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, que leva consequentemente ao desânimo.

Diante da dificuldade da distração, é preciso persistir, sem jamais desanimar, numa atitude de vigilância na procura da sobriedade do coração, reorientando para Deus nossos pensamentos e sentidos, colocando-nos totalmente em Suas mãos.

Quanto à dificuldade da aridez, esta acontece quando nosso coração se encontra desanimado, sem gosto com relação aos pensamentos, às lembranças e aos sentimentos, mesmo os espirituais – “é o momento da fé pura que se mantém fielmente com Jesus na agonia e no túmulo. ‘Se o grão de trigo que cai na terra morrer, produzirá muito fruto’ (Jo 12,24)”  (CIC n. 2731).

Se esta aridez for por falta de raiz, exigirá o combate no propósito da conversão, porque a Palavra de Deus terá caído sobre as pedras, afirma o Catecismo (idem n.2731).

Quanto à tentação da falta de fé, é a mais comum e a mais oculta, e que se exprime não tanto por uma incredulidade declarada, quanto por uma opção de fato. Ao começar a orar, vem a preocupação com os trabalhos, que julgamos urgentes, prioritários, mas revelam que ainda não temos a disposição de coração humilde que reconheça as palavras que o Senhor nos disse – “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).

Finalmente, a tentação da acídia (também chamada de “preguiça”), que se trata de uma porta aberta pela presunção: uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese; diminuição da vigilância; e negligência do coração. Com humildade, precisa-se reconhecer a própria miséria, passando-se a ter mais confiança, com perseverança na constância.

Concluindo, é sempre tempo favorável para a oração, vencendo as distrações e tentações possíveis.

Fazer da oração momento de profunda intimidade e amizade com Deus, em Suas mãos depositando nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças; fracassos e vitórias; o “dia mais belo e iluminado bem como as noites escuras de nossa fé”.

Vigiar e orar na espera do Senhor que vem ao nosso encontro.
Vigiar e orar na espera do Amado que vem e bate em nossa porta, a porta do coração. 


Fonte de pesquisa: Catecismo da Igreja Católica (CIC) nn.2729-2733; 2754-2755

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG