domingo, 10 de março de 2024

Quaresma: contemplemos o indizível amor de Deus (IVDTQB)

 


Quaresma: contemplemos o indizível amor de Deus

No 4º Domingo da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de João (Jo 3,14-21). 

Como aprofundamento, contemplemos, à luz do Catecismo da Igreja Católica, o amor de Deus: o Verbo que Se fez Carne e por amor na Cruz, por amor a nós foi morto. 

1 - Para nos salvar, reconciliando-nos com Deus: 

"«Foi Deus que nos amou e enviou o Seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «O Pai enviou o Filho como salvador do mundo» (1 Jo 4, 14). «E Ele veio para tirar os pecados» (1 Jo 3, 5)”; 

2 - Para que assim conhecêssemos o amor de Deus: 

“«Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o Seu Filho Unigênito, para que vivamos por Ele» (1 Jo 4, 9). «Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o Seu Filho Unigênito, para que todo o homem que acredita n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16) »; 

3 - Para ser o nosso modelo de santidade:

“«Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim [...]» (Mt 11, 29). «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6). E o Pai, na montanha da Transfiguração, ordena: «Escutai-O» (Mc 9, 7). De fato, Ele é o modelo das Bem-Aventuranças e a norma da Lei nova: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 15, 12). Este amor implica a oferta efetiva de nós mesmos no Seu seguimento. 

4 - Para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Pd 1, 4): 

«Pois foi por essa razão que o Verbo Se fez homem, e o Filho de Deus Se fez Filho do Homem: foi para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a adoção divina, se tornasse filho de Deus»«Porque o Filho de Deus fez-Se homem, para nos fazer deuses», como afirmou o Presbítero São Tomás de Aquino: 

«O Filho Unigênito de Deus, querendo que fôssemos participantes da Sua divindade, assumiu a nossa natureza para que, feito homem, fizesse os homens deuses». 

Encarnou-Se para que fôssemos participantes da natureza divina, e para que vivamos na santidade, em total correspondência de amor a Deus, na mais íntima e profunda amizade. Que mais Ele poderia nos oferecer? 

O Bispo São Gregório de Nissa (séc. IV) assim se expressou:

“«Doente, nossa natureza precisava de ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. 

Havíamos perdido a posse do bem; era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus, a ponto de fazê-Lo descer até à nossa natureza humana para visitá-la, uma vez que a humanidade se encontrava em estado tão miserável e infeliz»?”. 

Um pouco mais tarde, afirmaria o Bispo Santo Agostinho:

“«... Deus Se fez homem para que o homem se tornasse Deus. Para que o homem comesse o Pão dos Anjos, o Senhor dos Anjos Se fez homem... 

O homem pecou e tornou-se culpado; Deus nasceu como homem para libertar o culpado. O homem caiu, mas Deus desceu. O homem caiu miseravelmente, Deus desceu misericordiosamente; o homem caiu por orgulho, Deus desceu com a Sua graça... 

Só nasceu sem pecado Aquele que não foi gerado por homem nem pela concupiscência da carne, mas pela obediência do Espírito»”. 

Que também nós desçamos misericordiosamente ao encontro do outro, pois somente quando vivenciamos a misericórdia é que percorremos um fecundo itinerário quaresmal, e nos preparamos para bem celebrar a Páscoa do Senhor. 

 

PS: Catecismo da Igreja Católica - parágrafos 457-460

 

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