domingo, 17 de março de 2024

Cristo, Ressurreição para nossa vida... (VDTQA)

Cristo, Ressurreição para nossa vida...

A Liturgia do 5º Domingo do Tempo Quaresmal (ano A) é um canto, uma poesia, um hino em favor da vida! A morte não tem a última palavra (cf. Jo 11,1-45).

A Ressurreição é Jesus em pessoa: “Eu sou a Ressurreição e a Vida! Quem crê em mim, mesmo que esteja morto, viverá!” É ele quem vem nos buscar, é na força d'Ele que seremos erguidos da morte, é n'Ele que nossa vida é salva do absurdo, do nada, do vazio: “quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre!”, como Ele próprio diz no Evangelho.

Não podemos desistir dos empenhos múltiplos em favor da vida. É precioso aos nossos ouvidos e coração o que disse Santo Agostinho sobre o choro de Jesus quando da morte de seu amigo Lázaro: “Cristo chorou: chore também o homem sobre si mesmo. Por que chorou Cristo senão para ensinar o homem a chorar?”

Esta semana choramos, e haveremos de chorar ainda, não somente pelos nossos pecados, para que voltemos à vida da graça pela conversão e pelo arrependimento. Não podemos e nem temos o direito de desprezar as lágrimas do Senhor que chora por nós, pecadores.

Acolhamos as palavras de São Josemaria Escrivá: “Jesus é teu amigo. – Amigo – Com coração de carne, como o teu. – Com olhos de olhar amabilíssimo, que choraram por Lázaro… E tanto como a Lázaro, quer-te a ti”.

Como Discípulos Missionários do Ressuscitado, crentes que somos, ardorosos e alegres arautos da esperança, porque pessoas de fé que se concretiza na caridade vivenciada de diversas formas e em todos os lugares, ajudemos os muitos Lázaros que estão no sepulcro esperando por quem grite: “Lázaro, vem para fora!”. 

Um filho de Deus, um cristão que não deseje evangelizar, “já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí…” (Jo 11,39), está na tumba em estado cadavérico. Não sejamos “coveiros” entristecidos, mas alegres Arautos da Ressurreição!

Assim também nos enriquece o Missal Dominical:

“Enxertados em Cristo pelo Batismo, vencemos nossa morte na Sua morte; ressuscitamos no Cristo Ressuscitado. É a vitória de cada homem batizado sobre a morte.

É a vitória de toda a história sobre a morte, história que na perspectiva cristã, não caminha para o caos final, mas para a ressurreição final. É a vitória da criatura sobre a morte; ela escapa à condenação na perspectiva dos céus novos e terra nova.

Essa perspectiva dá à vida tranquilidade, serenidade interior, paz profunda, confiança e esperança. Em Cristo não há uma parcela de vida, por menor que seja, que não se destine à Ressurreição”.

Também retomemos parte do Prefácio da Missa do 5º Domingo, da Ressurreição de Lázaro que não somente resume o sentido do fato, mas irradia luzes para nossa existência, em que o sepulcro não tem a última palavra, mas a glória eterna, o céu:

"Verdadeiro homem, Jesus chorou o amigo Lázaro; Deus e Senhor da Vida, o tirou do túmulo; hoje estende a toda a humanidade a Sua misericórdia e com os Seus Sacramentos nos faz passar da morte à Vida".

Acolhamos com coragem estes questionamentos:

“Concretamente, nesses últimos dias: a quantas pessoas vamos fazer a proposta de que tenham uma vida cristã comprometida? A quantos dos nossos amigos convidaremos a fazer uma boa confissão?

A quantos companheiros de profissão insistiremos para que participem conosco de algum meio de formação cristã? Por quantos familiares estamos fazendo penitência para que durante essas celebrações quaresmais e de Semana Santa tenham um encontro com Deus?

Eu quero números. Não podemos conformar-nos com aquele ditado que reza assim: “o importante é a qualidade, não a quantidade”. Eu protesto!

A quantidade também é importante! A Igreja Católica não é uma espécie de oligarquia, de gente selecionada porque seria o melhor da society, de gente chique e inteligente que forma um gueto de iluminados. Não! Na Casa de Deus cabem todos.” (Pe. Françoá).

O choro de Jesus acompanhado de Sua compaixão, ação misericordiosa, e Sua promessa de imortalidade para quem n'Ele crê são âncoras que nos dão segurança nesta, por vezes, triste, perigosa, misteriosa, dolorida travessia até a outra margem – a eternidade. Amém!



PS: Fontes de pesquisa: Missal Dominical, Mensagem do Papa para a Quaresma de 2011, site: www.presbiteros.com.br.

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