domingo, 17 de março de 2024

“Vem para fora!” (VDTQA)

                                            


“Vem para fora!”

Ontem, o túmulo de Lázaro, a presença de Marta, Maria, e outros, no Evangelho mencionado (Jo 11,1-45).

Hoje, percorro a cidade, meditando na Palavra do Senhor, diante dos túmulos edificados por mãos humanas, onde por vezes, também posso me encontrar como Lázaro, morto há quatro dias e já cheirando mal, por ataduras e sudário envolvido.

Sua Palavra encontrando, ainda que pequena fresta nas entranhas de minha alma, traz a certeza da libertação tão desejada, porque somente o Senhor tem Palavra de vida eterna, e pode nos fazer as necessárias passagens e, a maior delas, da morte para a vida.

“Lázaro, vem para fora!” Lázaro sou eu, e quantos anseiam encontrar a luz do Senhor, que ilumina nossas noites escuras, tornando-as claras como a luz do dia.

Lázaro somos nós, e quantos desejam que a pedra do túmulo seja removida, para novos ares, novas possibilidades.

E assim, continua o Senhor dirigindo-nos Sua Palavra de vida eterna e irrevogável:

“Lázaro, vem para fora!”, diz a cada um de nós:

Vem para fora dos teus pecados capitais!
Vem para fora de tua soberba!
Vem para fora de tua avareza!
Vem para fora de tua luxúria!

Vem para fora de tua ira!
Vem para fora de tua gula!
Vem para fora de tua inveja!
Vem para fora de tua preguiça!

Vem para fora de teu egoísmo!
Vem para fora de teu desespero!
Vem para fora de tua indiferença!
Vem para fora da tua falta de esperança!

Vem para fora da tua ausência de solidariedade!
Vem para fora do exílio da compaixão em teu coração!
Vem para fora da cumplicidade com o mal!
Vem para fora da conivência com atitudes que tornam a vida um pesadelo!

Vem para fora de tuas dependências, que te roubam a sobriedade e a paz!
Vem para fora da injustiça, cometida ou compactuada, pequenas ou grandes!

Vem para fora do teu eu sepulcral e adentre o meu coração dilatado pela lança na Cruz, para que nele coubesses e reencontrasses o amor, o perdão, a ternura e quanto mais precisasses para ser feliz.

Vem para fora do teu eu de miséria, adentre o meu coração de misericórdia, tome meu leve fardo e meu suave jugo, porque sou manso e humilde de coração.

Toma tua cruz e, com a renúncia necessária, liberta-te de todas as amarras, que te impeçam de ser livre e feliz, pois, na Cruz morrendo, foi para a liberdade que Eu te libertei (cf. Gl 5,1).

Retira o sudário que oculta a tua face, contempla meu rosto vivo, glorioso e Ressuscitado, e seja no mundo sinal da misericórdia do Pai; ama-Me em cada pessoa, que deves amar e servir, na mais bela expressão do autêntico amor, com o meu Espírito.

"Vem para fora!"


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