segunda-feira, 18 de março de 2024

Contemplemos o Sacrifício Redentor de nosso Senhor

                                                              


Contemplemos o Sacrifício Redentor de nosso Senhor

Sejamos enriquecidos pelos “Comentários sobre os Salmos”, do Bispo e mártir São João Fisher (séc. XVI), na compreensão do Sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, quando Se ofereceu no Altar da Cruz, num templo somente construído pela mão de Deus, como Ele mesmo afirma.

“Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote e o Seu precioso corpo é o nosso sacrifício, que Ele ofereceu no Altar da Cruz para a salvação de todos os homens.

O Sangue derramado por nossa redenção não era de novilhos e bodes (como na antiga Lei), mas do inocentíssimo Cordeiro Cristo Jesus, nosso Salvador.

O templo onde nosso Sumo Sacerdote ofereceu o Sacrifício não era feito por mãos humanas, mas edificado unicamente pelo poder de Deus. Porque Ele derramou Seu Sangue diante do mundo, que é na verdade o templo construído só pela mão de Deus.

Este templo tem duas partes: uma é a terra que agora habitamos; a outra ainda é desconhecida por nós mortais.

Jesus Cristo ofereceu Seu primeiro Sacrifício aqui na terra quando padeceu a morte crudelíssima. Em seguida, revestido da nova veste da imortalidade, com Seu próprio Sangue entrou no Santo dos Santos, isto é, no céu, onde apresentou diante do trono do Pai celeste aquele Sangue de valor infinito, que derramara uma vez para sempre por todos os homens cativos do pecado.

Este sacrifício é tão agradável e aceito por Deus que, logo ao vê-lo, não pode deixar de compadecer-se de nós e derramar a Sua misericórdia sobre todos os que estão verdadeiramente arrependidos.

É, além disso, um Sacrifício eterno. Não é oferecido apenas uma vez cada ano (como acontecia entre os judeus), mas cada dia para o nosso consolo, e ainda mais, a cada hora e a cada momento, para nosso conforto e nossa alegria. Por isso o Apóstolo acrescenta: Obtendo uma eterna redenção (Hb 9,12).

Deste santo e eterno Sacrifício, participam todos os que experimentaram a verdadeira contrição e arrependimento dos pecados cometidos, e tomaram a inabalável resolução de não mais voltar aos vícios antigos e de perseverar com firmeza no caminho das virtudes a que se consagraram.

É o que ensina São João com estas palavras: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto ao Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro (1Jo 2,1-2).”

Parece anacrônico falar em sacrifício, quando há uma lógica permeando as relações entre as pessoas. Evidentemente, aqui não se trata de um sacrifício masoquista (não faz sentido algum a renúncia e sofrimento pelo sofrimento em si).

O Sacrifício de nosso Senhor Jesus é a expressão de um Amor vivido de modo intenso, radical, total em favor da humanidade.

Ele enfrentou e assumiu a crudelíssima morte para que a morte não mais pudesse reinar e determinar a lógica das relações humanas.

Ao derramar Seu Sangue e morrer por Amor de nós, venceu o último inimigo: a morte. Por isto, concluamos retomando o último parágrafo do Comentário, em que o Bispo nos apresenta Jesus como aquele que pode nos perdoar, levando-nos à reconciliação com Deus e com nosso próximo, fundando-se nas palavras do Evangelista São João:

“É o que ensina São João com estas palavras: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto ao Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro (1 Jo 2,1-2).” 

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG