quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Oração pura, confiante e sincera

                                                       

Oração pura, confiante e sincera

Na passagem do Evangelho (Mc 7,24-30), temos a súplica da mulher pagã que se dirige a Jesus pedindo para que Ele libertasse sua filha possuída por um espírito impuro.

Jesus, depois da súplica insistente da mulher, realizou o que ela pedira, mandando que esta voltasse para casa, pois o demônio já havia saído de sua filha: “Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela” (Mc 7, 30).

A súplica desta mulher nos ensina como deve ser a verdadeira Oração: expressão de fé; feita com humildade; com sinceridade; de coração puro; perseverante e confiante.

O Bispo Santo Agostinho (séc. IV) nos ensina que se nossa Oração não for escutada por Deus,  deve-se a três razões:

- 1.º -  porque não somos bons, nos falta pureza no coração ou retidão na intenção;
- 2º -  porque pedimos mal, sem fé, sem perseverança, sem humildade;
- 3º -  porque pedimos coisas más, isto é, o que não nos convém, o que nos pode fazer mal ou desviar-nos do nosso caminho. (1)

A Oração não é eficaz quando não é verdadeira Oração, mas quando verdadeira ela será infalivelmente eficaz, como afirmou São Tomás de Aquino (séc XIII) (2).

Concluo com as palavras do Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V), que nos ajuda neste aprofundamento:

“Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantém a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a Oração, o Jejum e a Misericórdia. O que a Oração pede, o Jejum alcança e a Misericórdia recebe".

Aprendamos com a mulher pagã e com a Tradição da Igreja, para que nossa Oração seja a expressão de nossa fé, que busca um sincero diálogo com Deus.

Deste modo, nossas súplicas, feitas com humildade e confiança, e de coração puro e sincero, saberemos o que pedir, e Deus, no seu tempo, saberá como e quando nos atender.

1 - cf. Santo Agostinho, Sobre o sermão do Senhor no monte, II, 27, 73)
2 - cf. São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 83, a. 2.

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