segunda-feira, 25 de março de 2024

Nos passos do Servo Sofredor

 


Nos passos do Servo Sofredor
 
“O Cristão é aquele que segue Cristo,
primeiro nos sofrimentos; depois, na glória.”
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 9,43b-45).
 
Depois do primeiro anúncio da Paixão do Senhor e da confissão de Pedro, o Evangelista nos apresenta as consequências que os discípulos deverão assumir no seguimento de Jesus, “O Filho do Homem que vai ser entregue nas mãos dos homens” (Lc 9, 44).
 
Nesta afirmação de Jesus, encontramos a união de duas imagens do Filho do Homem e do Servo:

- “Filho do Homem” – revela a transcendência de Sua origem celeste (Dn 7,13);
- “entregue nas mãos dos homens” – entregue à morte, traído – Servo de Deus, como vemos na passagem do Livro do Profeta Isaias (Is 53,8).
 
Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:
 
“Na Páscoa está o grande momento da Salvação, mas os apóstolos não compreendem a associação de dois títulos para eles contraditórios. Compreendê-lo-ão somente após a Ressurreição e a descida do Espírito Santo, então, compreenderão melhor ainda a própria missão. O Cristão é aquele que segue Cristo, primeiro nos sofrimentos; depois, na glória.” (1)
 
Como discípulos missionários do Senhor, renovemos a alegria da missão que Ele nos confere, pedindo a Deus a graça necessária para segui-Lo, testemunhá-lo, com fé sólida e coragem criativa, sobretudo, nos momentos de provações que marcam nossa vida.
 
Não corremos atrás de aplausos, elogios e aclamações, como o Senhor nunca o fez; e assim deve ser marcado o nosso discipulado.
 
Por ora, vamos carregando nossa cruz, em comunidade, alimentados pela Santa Eucaristia, e conduzidos pela Palavra divina, para que jamais esmoreçamos na fé, vacilemos na esperança e tão pouco esfriemos no essencial e que nos distingue como discípulos do Senhor, a prática do Mandamento do Amor a Deus e ao próximo.
 
Concluo com as palavras do Bispo São Basílio Magno (Séc. IV):
 
“...A vinda de Cristo na carne, os exemplos de Sua vida apresentados pelo Evangelho, a Paixão, a Cruz, o Sepultamento e a Ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial.
 
Portanto, para atingir à perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que Ele nos deu durante a Sua vida, mas também imitá-Lo em Sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: 'Tornando-me semelhante a Ele na Sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos' (Fl 3,10)”.
 
 
(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – 1995 – p.1319 - Esta passagem é proclamada no sábado da XXV Semana do Tempo Comum.


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG