Pedro e Paulo, o Amor de Cristo os seduziu (29/06)
Pedro e Paulo, o Amor de Cristo os seduziu
Celebramos a
Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, que viveram total fidelidade e testemunho de Jesus Cristo Vivo e
Ressuscitado.
Chegaram
gloriosamente à pátria celeste: Pedro pela cruz e Paulo pela espada.
Com a passagem da
primeira Leitura (At 12,1-11), refletimos sobre a missão e o testemunho do Apóstolo
Pedro, e renovamos a certeza de que Deus cuida daqueles que chamou, ama e
envia.
Pedro foi chamado
por Jesus Cristo e com Ele conviveu, e do Divino Mestre, recebeu todos os
ensinamentos, bem como lhe foram confiadas as chaves do Reino dos Céus para
ligar e desligar, para conduzir o rebanho do Senhor.
Deste modo, com a
passagem, mais que uma descrição histórica, temos uma catequese de como Deus
cuida de Sua Igreja, de modo que as portas do inferno não prevalecerão contra
ela, como bem foi dito no Evangelho pelo Senhor. É como um selo da
autenticidade da missão dos Discípulos Missionários do Senhor.
O caminho feito
por Pedro, em muito se assemelha ao d’Aquele pelo qual teve o coração seduzido:
Jesus Cristo.
Bem disse o
Senhor – “Bem aventurados sois vós
quando vos injuriarem, caluniarem, perseguirem e disserem todo nome por causa
de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos
céus” (Mt 5,11-12), e
ainda: “Não temais pequeno rebanho
do meu Pai, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino” (Lc 12,32).
Os discípulos de
Jesus devem testemunhar com sinceridade e coragem os valores que acreditam,
contra todas as dificuldades, incompreensões, perseguições e calúnias.
Também
contemplamos uma comunidade solidária e solícita na oração; unida na alegria e
na dor; na perseguição e na vitória, e vemos como é necessária a Oração da comunidade em favor
daqueles que dela cuidam, e hoje de modo especial, elevamos orações pelo nosso
Papa Francisco, sucessor de Pedro.
A passagem da
segunda Leitura (2Tm 4,5-8;17-18), como que um Testamento de Paulo, um discurso
final, uma avaliação de todo seu apostolado, é uma luz que se acende para o encorajamento
da comunidade, e que será muito propício para o reavivamento de seu ardor
evangelizador e ânimo pastoral.
Paulo não conviveu com
o Senhor, mas teve aquele encontro com o Ressuscitado que reorientou todo o seu
existir. Não propriamente uma conversão, porque ele era zeloso no cumprimento
da Lei Divina, mas aquela experiência a caminho de Damasco transformou todos os
seus planos e projetos, tornando-o Doutor das Nações, o grande missionário
evangelizador em suas impressionantes viagens missionárias.
Ele se apresenta
como um “atleta” de Cristo, empenhado no bom combate da fé, suportando o
martírio; ora silencioso, ora extremado, culminado em sua morte pela espada.
Na passagem, temos
o lamento desiludido de um homem cansado, como é próprio da condição humana.
Mas tem algo mais: sabe em quem confiou, sabe que Deus jamais o desamparou.
Entenda-se lamento desiludido, não como decepção, mas como a extrema confiança
da missão que abraçou e se dedicou.
Assim pode
acontecer conosco, podemos até nos decepcionarmos nos espaços internos da
Igreja ou fora dela, mas jamais com Deus. E, por isto, jamais desistir da
missão.
Se há algo que
nos entristeça, há muitíssimo mais que nos alegra. Mistério da Cruz, Mistério
Pascal que deve ser vivido com toda fé, esperança e caridade.
Mesmo no cárcere,
escrevendo a Timóteo, Paulo encontra palavras de ânimo, de exortação.
Acolhamos estas
palavras, sobretudo nos momentos difíceis por que possamos passar, na
obscuridade dos fatos, nos quais Deus mais do que nunca Se revela com todo Seu
esplendor, com todo Seu amor.
Paulo testemunha de quem confia no Senhor, e nunca se sente só, jamais
se sente desamparado. Ele mesmo disse aos Filipenses (Fl 4,13) –“Tudo posso n’Aquele que me fortalece”.
Na passagem do
Evangelho (Mt 16,13-19), temos a interrogação de Jesus sobre a Sua identidade.
Não se trata de
conferir índice de ibope, mas a compreensão da Sua verdadeira identidade para
que configure Seus discípulos a Ele.
Que saibam a quem
seguem, e a quem vão testemunhar. Respostas superficiais e inconsequentes não
agradam o Coração do Senhor. Pedro pela revelação divina dá a verdadeira
resposta: “Tu és o Messias, o Filho do
Deus vivo”.
Por isto, assim
como negara três vezes na paixão e morte do Redentor, por três vezes teve que
responder a inquietante interrogação de Nosso Senhor: “Simão, filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?”.
Como já
mencionei, a Pedro são confiadas as chaves. Não para ser guardião nas portas
dos céus, mas para conduzir, organizar, orientar o rebanho do Senhor a Ele
confiado. Esta é a sua missão. Esta é a missão de nosso Papa Francisco, por
quem não devemos poupar Orações.
Reflitamos:
- Qual é o lugar
que Jesus ocupa em nossa existência?
- O que os
Apóstolos Pedro e Paulo tem a nos ensinar?
- Por que estamos
na Igreja?
- Somos uma
comunidade estruturada para amar e servir, como comunidade do Ressuscitado?
- Temos
consciência da dimensão profética e missionária da Igreja?
- De que modo
procuramos entender e rezar pela missão de nosso Papa?
Empenhemos mais intensamente e apaixonadamente no bom combate da fé, com o
coração por Jesus mais que seduzido; e também nos empenhemos para alcançar a
merecida Coroa da Glória, para os justos reservada.
Cremos que
as duas colunas alcançaram, e nós como pedras vivas da Igreja pelo
Batismo, desejemos e façamos por também merecer e alcançar.
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