Grandes
são nossas fraquezas, maior o nosso Remédio
“Pois
são muitas e grandes estas minhas fraquezas.
São
muitas e enormes. Porém muito maior é teu remédio”
Sejamos
enriquecidos pelas “Confissões”, escrita pelo Bispo Santo Agostinho (Séc. V),
em que nos possibilita a contemplação de Jesus Cristo, que por amor, morreu por
todos nós.
“Aquele que em Tua
secreta misericórdia revelaste aos humildes e lhes enviaste para que nos
ensinasse a humildade, o verdadeiro mediador, esse mediador entre Deus e os
homens, o homem Cristo Jesus, apareceu entre os pecadores mortais como justo
mortal: mortal com os homens, justo com Deus.
Sendo a
recompensa da justiça a vida e a paz, pela justiça unida a Deus, ele destruiu a
morte dos ímpios justificados, através dessa morte que desejou igual à deles.
Quanto nos
amaste, Pai bom, que não poupaste Teu Filho único, mas por nós, ímpios, o
entregaste! Como nos amaste, quando por nós Ele não julgou rapina ser igual a Ti,
fez-Se obediente até à morte da Cruz, Ele, o único livre entre os mortos, com
poder de entregar Sua vida e o poder de retomá-la! Tudo Ele fez por nós, diante
de Ti vitorioso e vítima, vitorioso porque vítima. Por nós, diante de Ti
sacerdote e sacrifício, sacerdote porque sacrifício. Fazendo de nós, servos,
filhos para Ti, nascendo de Ti, a nós servindo.
Com muita razão
minha grande esperança está n’Ele, porque curarás todas as minhas fraquezas,
por Aquele que Se assenta à Tua direita e intercede por nós. De outro modo,
desesperaria. Pois são muitas e grandes estas minhas fraquezas. São muitas e
enormes. Porém muito maior é Teu remédio.
Teríamos podido
pensar que Teu Verbo estava longe de unir-se aos homens e entregarmo-nos ao
desespero, se Ele não Se tivesse feito carne e habitado entre nós. Apavorado
com meus pecados e com o peso de minha miséria, eu revolvia no espírito e
pensava em fugir para o deserto. Mas me impediste e me fortaleceste dizendo-me:
Para isto Cristo morreu por todos, para que os que vivem não mais vivam para
si, mas para Aquele que por eles morreu.
Agora, Senhor,
lanço em Ti meus cuidados para viver e considerarei as maravilhas de Tua Lei.
Tu conheces minha ignorância e fragilidade: ensina-me, cura-me! O Teu Único, em
quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência, me remiu por
Seu sangue. Não me caluniem os soberbos, porque reflito no preço dado por mim.
Como, bebo,
distribuo e, pobre, desejo saturar-me d’Ele entre aqueles que d’Ele comem e são
saciados. Com efeito, louvarão o Senhor aqueles que O procuram”.
Contemplemos
o amor de Cristo, que nos impele a renovar fidelidade ao Reino de Deus por Ele
inaugurado.
Ele,
que por todos nós Se entregou, a fim de que ao viver, não vivamos para nós
mesmos, mas para Ele, que por nós morreu e Ressurgiu dentre os mortos, e para
perseverarmos com constância e fidelidade, sem jamais experimentar a orfandade,
nos enviou o Seu Espírito (2Cor 5,14.15b; Rm 8,32a).
Coloquemos nossa miséria nas mãos do Senhor, a revelação da face
misirecordiosa de Deus; n’Ele renovemos nossas forças, para firmar nossos
passos.
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