Fixemos
nosso olhar na Cruz de Nosso Senhor
Celebremos a Semana Santa, a semana do indizível e imenso amor de Deus por nós,
e o poder radiante da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, como rezamos no
Prefácio da Missa da Paixão do Senhor (I):
“O universo inteiro,
salvo pela Paixão de Vosso Filho, pode proclamar a Vossa misericórdia. Pelo poder radiante da Cruz, vemos com clareza o julgamento do mundo e a vitória de
Jesus crucificado”.
Fixemos
nossos olhos no Senhor, que é sempre uma graça que eleva nossos pensamentos e
revigora nossas forças, e meditemos as palavras do Apóstolo Paulo aos Coríntios
(1Cor 1,27b-30):
“Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação”.
Oportunas as palavras do Papa São Leão Magno (séc V):
“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos
crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”.
Olhos
fixos no Senhor e vemos que em Sua “fraqueza”, deixou-se atraiçoar e
crucificar, revelando e confiando no Seu amor oblativo e o amor do Pai que não
O abandonará, mas O Ressuscitará.
Olhos
fixos no Senhor, para ficar com Ele até o fim, no indizível amor que testemunha
em nosso favor, ainda que imerecidamente.
Mantenhamos
os olhos da alma fixos no Senhor e o coração em plena sintonia com o Seu
Sagrado Coração trespassado e dilatado para que nele coubéssemos, como tão bem
expressou São Pedro Crisólogo (séc V), na contemplação da
humanidade/divindade de Jesus:
“Talvez
vos perturbe a enormidade de meus sofrimentos por vós. Não tenhais medo. Estes
cravos não Me provocam dor, mas cravam mais profundamente em mim o amor
por vós.
Estas
Chagas não Me fazem soltar gemidos, mas vos introduzem ainda mais intimamente
em Meu coração. O Meu corpo, ao ser estirado na Cruz, não aumenta o Meu
sofrimento, mas dilata espaços do coração para vos acolher. Meu Sangue não é
uma perda para mim, mas é o preço do vosso resgate”.
No silêncio
e no recolhimento permaneçamos. Com os olhos e o coração fixos no Senhor, pois
quem nos amou tanto assim?
Concluo
com as palavras do Papa Francisco:
“Há
tanto barulho no mundo. Aprendamos a estar em silêncio dentro de nós mesmos e
diante de Deus”.
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