domingo, 24 de março de 2024

Dimensão pascal vivida, sobriedade fortalecida!


Dimensão pascal vivida, sobriedade fortalecida!

Estamos iniciando o Tempo Pascal, em que a luz iluminou a escuridão da noite, a Ressurreição do Senhor foi contemplada e ao mundo anunciada.

Voltemo-nos para uma temática vital para que tenhamos a verdadeira alegria que a Páscoa nos convida a celebrar e a viver.

Mas afinal, o que é sobriedade? A conceituação, para além dos dicionários, pode ser ampliada fazendo-nos mais comprometidos com a nossa vida, com a vida do outro e do planeta em que habitamos.

Sobriedade é, sobretudo, equilíbrio, temperança, serenidade, justa medida, autodomínio, liberdade diante de tudo e de todos.

Não há dúvida de que a ausência da sobriedade implica na destruição da comunhão fraterna, fomentando a desarmonia, a fragmentação dos relacionamentos, a desestruturação de toda ordem (moral, afetiva, psicológica, econômica, social, política...).

De outro lado a sobriedade presente em cada pessoa a fará artífice de um novo tempo, de novos relacionamentos, novas famílias, novas comunidades eclesiais. A sobriedade é imperativo das mais simples às mais complexas relações.

Preciosa definição encontramos no Catecismo da Igreja Católica (n.1809): “A temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados.

Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade... No Novo Testamento, é chamada de “moderação” ou “sobriedade”. Devemos viver com moderação, justiça e piedade neste mundo (Tito 2,12)”.

Vivemos o transbordamento da alegria pascal, sendo impossível conter a ação do Ressuscitado, vivendo a dimensão pascal de nossa fé, encontraremos e cultivaremos a sobriedade necessária que acontece na exata medida em que somos pascais: quanto mais pascais o formos, maior será nossa sobriedade, temperança, equilíbrio, liberdade para amar e cuidar da vida. Somos construtores da paz, amantes incondicionais do Senhor da Vida e, portanto, amantes da vida plena que Ele prometeu e trouxe.

Sejamos pascais, sejamos sóbrios e tudo será melhor (a pessoa, a família, o trabalho, a política, a escola, a cidade, o mundo...)

Quando vivemos intensamente a dimensão pascal, amando, crendo anunciando e testemunhando o Ressuscitado, fazemos morrer o que é necessário para renascer em nós uma nova criatura, e assim fortalecemos, de fato, a virtude da sobriedade.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG