Sementes regadas...
Dias de chuva, como há muito eu não via;
Terra regada, fertilidade assegurada.
Plantas molhadas, como que sorrindo, eu vi.
Uma véspera de Finados, para não se esquecer.
Há muito, queríamos uma chuva serena e forte, ao mesmo tempo.
Dias de secura, baixa umidade, como esquecer?
Finados, dia favorável, para recolher-se e rezar
Por todos os que nos antecederam na glória dos céus.
Não importa o tempo, como bate forte a saudade.
Como a chuva que caiu e regou o chão,
Caíram dos céus também graças, para regar nosso coração.
E assim, sementes nele lançadas, florescer.
Florescendo, frutifiquem a semente da saudade,
Tão intensa e tão maior que se possa sentir,
Como expressão de quão grande a dor da ausência.
Florescendo, frutifiquem a semente do amor,
Tão profundamente vivido, por dias, meses, anos...;
Amor vivido que nem todas as águas dos rios podem apagar sua chama.
D a travessia inevitável de todos nós,
Um dia, na outra margem nos encontraremos.
Florescendo, frutifiquem a semente da santidade,
A que todos somos chamados a viver, como nos disse o Senhor
No inesquecível Sermão da Montanha, e que na planície, há de se viver.
Finados com flores para sepulturas nas mãos, talvez.
Mas recolhimento e oração vigilante, com o coração sereno,
Na mais bela e fecunda comunhão dos santos, crescer.
Finados, dia de deixar falar alto e profundo as Palavras do Senhor:
“Eu sou a Ressurreição e a vida. Quem crer em mim ainda que tenha morrido,
Viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre” (Jo 11,25-26)
PS: Escrito em 2019
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